domingo, agosto 29, 2010

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A melhor canção do mundo soa de dentro das garrafas de vinho vazias. Os cigarros são fumados lentamente, como se deles pudessemos inalar e guardar cá dentro qualquer pedacinho de felicidade. As palavras pretendem traduzir-se em gestos, como se a linguagem da alma perdesse assim menos dos seus significados e das suas significâncias, as distâncias, e as distâncias que se alargam mais e mais que já nem o corpo sabe o que a alma quis sussurrar. Imprecisos e no entanto decididos, os movimentos, só interessa parecer, na decisão, em todas as seguranças. As inseguranças são meninas de tranças que guardam esperanças que a realidade que vêem seja diferente daquilo que lhes parece. Ou que mude de repente sem aviso. De olhos grandes e esbugalhados, expectantes e tristes, cheios de qualquer coisa que se poderia tocar com as pontas dos dedos para sentir a matéria de que é feito. Mas ninguém se atreve. Já não há nada sagrado hoje em dia e ainda assim ninguém se atreve a tentar tocar com as pontas dos dedos na imatéria de que se compõem as emoções. As primas afastadas dos sentimentos. Esses seguram-se e agarram-se até se lhes cravam as unhas para os apertar, até fazer sangue, neles e nos dedos, da força que se faz. desses toda a gente conhece a consistência, tão volátil, tão... inconsistente.

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