Uma artista.
Não, uma bailarina.
Pode ser, as bailarinas não são artistas?
Não embirres comigo. Escreve.
"Era uma bailarina que mesmo fora de palcos andava em bicos de pés pela vida..."
Chega lá esse cigarro para lá. Porque é que tens que estar sempre a fumar quando escreves?
Sei lá. Para me concentrar. Deixa-me continuar.
"Tinha um sorriso do tamanho do mundo, um olhar vibrante, daqueles que vê um bocadinho mais fundo e com mais atenção do que os outros..."
Isso não diz nada sobre ela.
Claro que diz.
Não diz nada. E ela não tinha já deixado de dançar?
Voltou. Escreve tu agora.
Não quero, continua lá. E afasta o cigarro.
"Tinha deixado quase todas as suas raízes noutra terra e as que trouxe começavam agora a definhar, passado tanto tempo. Ainda assim, dançava, como último reduto seguro de uma essência que não estava certa de conhecer..."
Isso também não diz.
Claro que diz. Lê lá com atenção.
Tá bem, tanto faz. Continua.
Não sei para onde. Nem ela sabe. Queres ver?
"Às vezes perdia-se nos ritmos das músicas diferentes que encenava. Ou talvez não se perdesse, encontrava-se todos os dias na multiplicidade de gestos que desenhava no ar."
Ahahahaha! Isso foi porque se acabou o cigarro?
Não... a história é que vai a meio e precisa de tempo para acontecer, e eu preciso de tempo para a conhecer.
Estás a pensar no quê?
Não sei. Em que só digo asneiras.
4 comentários:
arquitexto com modelo transfrástico, simulador de algo que é completamente ficcionado, que te leva a concluir que afinal é mais uma asneira?
m.
... e demasiado óbvia, pelos vistos, a parte de ser ficcionado...!
E agora, já dá para saber mais da historia? Se calhar a artista não a sabe mas tu és capaz de saber!
:P
OMB
n é descrição a mais? :p
há-de dar, há-de dar... em breve, num:
blog ( )
email( )
caderno religiosamente guardado ( )
perto de si.
(assinalar opção correcta com caneta de acetato directamente no ecran, por favor)
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