Dona Bia vivia atarefada entre duas histórias paralelas. De um amor para o outro, correrias escondidas e memórias secretas. Um malabarismo constante, acompanhado de arritmias pontuais, um ou outro susto elegante, formas aprendidas para disfarçar mais.
Dona Bia dividia-se para multiplicar os beijinhos, Dona Bia entretia-se a somar carinhos.
Sabia Dona Bia, que não podia durar eternamente, mas acreditava piamente que o fim seria sempre adiável.
Mas não sabia Dona Bia que a solidão que sentia se agravava a diário. Impedida da sua verdade desabafar, dia-a-dia mais se enterrava num fosso emaranhado de cruzamentos abafados.
Não sei eu quando será que Dona Bia se vai aperceber que este é um caminho seguro para a sua solidão lhe continuar a doer.
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