eu era capaz de acreditar que tu consegues, pondo os dois pés no chão com muita força, fazer abrandar o mundo da sua vertigem egoísta. eu era capaz de acreditar que te basta querer para fazer o tempo passar mais devagar, capaz de acreditar que as ondas do mar se espaçam para que tu mergulhes, como se até o oceano suspirasse só com a ideia de te abraçar. eu era capaz de acreditar que tu trazes o verão debaixo da pele, que esticas os braços para trazer ou afastar nuvens, conforme precisa quem se fica pouco acima da tua cintura. eu era capaz de acreditar que há sonhos enrodilhados no teu cabelo e que os veria se pudesse entrelaçar nele os meus dedos enquanto te deixas adormecer. eu até era capaz de acreditar que emprestas o teu cheiro aos raios de sol nos dias frios de inverno e que as lareiras existem para tentar recriar o carinho e calor que se sente quando se responde a um sorriso teu. eu era capaz de acreditar que a hora em que a noite se faz dia tem o mesmo nome que tu e que os pássaros emigram porque foste tu quem os ensinou a voar.
eu era capaz de acreditar que as razões do mundo tem mais a ver contigo do que com física ou ciência ou química e que a religião, digo a fé, nasceu na verdade de um toque suave da ponta dos teus dedos. eu era capaz de acreditar nisto tudo, mesmo sabendo que tu não.
eu era capaz de acreditar que as razões do mundo tem mais a ver contigo do que com física ou ciência ou química e que a religião, digo a fé, nasceu na verdade de um toque suave da ponta dos teus dedos. eu era capaz de acreditar nisto tudo, mesmo sabendo que tu não.