terça-feira, julho 22, 2014

(Aos 5 disseram-lhe que podia ser o que quisesse, aos 15 que tinha que escolher bem, aos 20 que era altura de começar a pensar, aos 30 que tinha que assentar e ser o mesmo que toda a gente.) 

17:00 horas de um tempo a reclamar por uma camisola de malha, 
17:00 horas de um dia com cheiro a chuva a entranhar a terra, a engravidar a terra,
17:00 de um dia em que os caminhos se cruzam e descruzam tanto hoje como ontem, como amanhã e antes disso e as possibilidades são aquelas que se desenham com a ponta dos dedos, que se recriam no ar em gestos entusiasmados, que se acendem em velas de cheiros em serões mais cansados, que se atiram pela janela fora, em fins-de-dia mais desaustinados.

(Imaginas um futuro como forma de te escapares deste presente, um dia tudo será assim, um dia todos os dias serão um bom serão do lado de dentro do teu abraço, um dia a maior preocupação a ter é o que faço para o jantar. E sonhas as paisagens distantes que nunca viste mas imaginas dentro de um dia qualquer que talvez um dia chegará.)



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