quarta-feira, novembro 15, 2006

segunda-feira, novembro 13, 2006

Banana.

Quando eu era pequena a minha mãe obrigava-me a comer bananas. Eu não gostava, nunca gostei e ainda não gosto. Não tenho especial apetite pelo sabor em si, odeio a consistência, dou-me mal a descascá-las, e não curto nada do caroço. Em suma, bananas não são o meu fruto, pensava eu, conhecedora da minha natureza e índole.

Agora estou a trabalhar no sítio que voces sabem, a fazer o que voces sabem e com as condições que voces ouviram falar. Quero pois, como voces também sabem, bazar. Não estou a crescer profissionalmente nem como pessoa, estou a ganhar uma miséria que ainda é paga fora de horas (e se for).

Comunico ao patrão que ah e tal coiso eu tchau. E o homem ah e tal coiso, pera aí.

E eu? Eu péro. Diz ele "ah e tal que sem ti nada e isto coiso e tens que tal." E eu, ah e tal, ok. Pronto.

Perguntas: Significa isto que ele me vai dar valor? Não. Que me vai apreciar? Não. Que vai reconhecer o sentido de responsabilidade? Não. Que vai ficar a dizer ou a achar bem do meu trabalho? Não. Que me vai aumentar? Não. Que me vai pagar a tempo e horas o que me deve? Não.

Se alguma das respostas acima fosse sim, isso era importante para a minha vida ou para o meu futuro? Não.

Então porque fico???

Porque sou BANANA.

Banana.

Quando eu era pequena a minha mãe obrigava-me a comer bananas. Eu não gostava, nunca gostei e ainda não gosto. Não tenho especial apetite pelo sabor em si, odeio a consistência, dou-me mal a descascá-las, e não curto nada do caroço. Em suma, bananas não são o meu fruto, pensava eu, conhecedora da minha natureza e índole.

Agora estou a trabalhar no sítio que voces sabem, a fazer o que voces sabem e com as condições que voces ouviram falar. Quero pois, como voces também sabem, bazar. Não estou a crescer profissionalmente nem como pessoa, estou a ganhar uma miséria que ainda é paga fora de horas (e se for).

Comunico ao patrão que ah e tal coiso eu tchau. E o homem ah e tal coiso, pera aí.

E eu? Eu péro. Diz ele "ah e tal que sem ti nada e isto coiso e tens que tal." E eu, ah e tal, ok. Pronto.

Perguntas: Significa isto que ele me vai dar valor? Não. Que me vai apreciar? Não. Que vai reconhecer o sentido de responsabilidade? Não. Que vai ficar a dizer ou a achar bem do meu trabalho? Não. Que me vai aumentar? Não. Que me vai pagar a tempo e horas o que me deve? Não.

Se alguma das respostas acima fosse sim, isso era importante para a minha vida ou para o meu futuro? Não.

Então porque fico???

Porque sou BANANA.

quinta-feira, novembro 02, 2006

Carta Aberta aos meus Pais

Querida Mãe e Querido Pai:

Hoje páro para pensar na minha vida e no meu futuro. Vou fazer 3 meses nesta nova empresa, depois de 5 meses na antiga e apenas com um intervalo de uma semana. Desde o ano passado que não tenho férias a sério.

O meu começo de vida profissional tem sido agraciado com uma série de descobertas que primam pela sua versatilidade e diferenças. Contudo, esta é a altura de assumir perante ao mundo algo de que comecei a desconfiar relativamente cedo mas que agora não pode ser mais calado: Estou farta de brincar aos adultos. Já não quero ser grande, não quero brincar mais.

Assim sendo, venho por esta via fazer uma proposta aos meus bem-amados progenitores: quero um ano sabático para viajar e escrever.

Um ano entre cá e um qualquer lá, em constante mudança, um ano de passeio e conhecimento do mundo. No entretanto vou escrever um livro que, decerto, será um best-seller mundial. Para tal basta-me escrever um capítulo descritivo acerca das cidades e países com maiores hábitos de leituras: toda a gente vai querer ler um livro mundial onde fale do seu bairro ou do bairro do seu amigo/conhecido. O resto da história não interessa nada.

Se ao fim deste ano sabático não houver escrito nada que se assemelhe a um best-seller mundial, se não conseguir ganhar o prémio nobel da literatura logo no mês seguinte, então queridos pais, vou tirar veterinária. Voltar ao sonho de criança na redescoberta da minha verdadeira vocação.

Entre e durante estes dois projectos, estava a pensar numa renda mensal que desse para pagar as viagens e as saídas à noite e compras de roupa e ainda as entradas de eventos culturais que me servissem de inspiração (tal como a entrada do MOMA em NY ou mesmo a entrada do LUX em LX).

Se por acaso eu não conseguir entrar ou tirar veterinária, então queridos pais, quero partilhas. Não precisam de ser completas pois que sou só uma e viria tudo para mim e o pobre pai ficaria meu empregado. Não, isso não quero, desconfio que tinha que despediro o papá e isso iria custar-me um bocadinho.

Fazemos so partilhas em parte, vende-se um dos montes e da-se-me o dinheiro. Que tal?

Mas isso seria só em última análise, no dark side of a failed life. Por agora é só o ano sabático para me dedicar à escrita, pode ser?