quinta-feira, dezembro 29, 2005

quer dançar?

avança, recua, foge, corre, pára, anda, avança, afasta.

e eu que não sei dançar o tango!

terça-feira, dezembro 27, 2005

ah pois, oh sim, ai é? vais ver, vais ler. vais sim, vais agora. começa!

E começas na descoberta, vejo os teus olhos atentos, a percorrerem as linhas que escrevo, lês agora, escrevo agora.

Atrofio, atrofias comigo agora, que remédio enquanto ainda aí estás. E não largas o rato, já viste? Tens o rato debaixo da mão. Tem rodinha o teu rato? No meio das teclas? Gosto de ratos com rodas. Espero que tenhas um rato com rodinha. Devias ter um rato com rodinha. Deviamos todos fazer o movimento pró-rato-com-rodinhas. Eu não tenho um rato com rodinha mas é porque não tenho rato nenhum, tenho um quadradinho onde passeio o dedo.

Ainda ai tas? A fazer o quê? Eu não sei o que tou aqui a fazer. Não me apetece tar aqui, não consigo dizer, leia-se escrever, nada de jeito. Ok, não te estou a dar novidade nenhuma pois não? Bem me parecia que não. Pois. Sim. Não.

Só me apetece é beber gasóleo e labrar.

Vou-me embora agora. Vens ou ficas?

Eu desconfio

que se o príncipe era um sapo então a princesa devia ser uma rã.

sexta-feira, dezembro 23, 2005

Hoje vou falar-vos

de casas de banho. De casas de banho? Sim, sim. Mas não de umas quaisquer casas de banho... não. Vou falar-vos de casas de banho públicas. Casas de banho de cafés, centros comerciais, instituições. Todas as casas de banho cuja porta não chega do tecto ao chão e onde se pode ver os pézinhos tortos com as calças em cima.

Não sei se já repararam mas há imensos sítios onde as portas das casas de banho públicas não tem trinco. As marcas estão lá, houve uma vez um trinco... mas já não há. Ainda não percebi se há todoum gang de ladrões de trincos de casa de banho ou se as variadas gerências decidem ao fim de algum tempo que estão fartos de abrir casas de banho que se fecham sozinhas. O que é facto é que há poucas coisas tão desagradáveis como ir fazer xixi a uma casa de banho pública sem trinco.

Em primeiro lugar é a posição. Fazer xixi numa casa de banho pública já não é por si fácil, há toda uma posição precária de equilíbrio com as pernas limitadas pelas calças. "Não me vou sentar, não me vou sentar...", faz-se força, as pernas começam a tremer, os pés não tem muita margem de manobra para o caso de desequilíbrio... Bom, a coisa piora substancialmente quando a casa de banho não tem trinco. Temos que manter a posição precária, os pés continuam limitados, o rabo não pode tocar na retrete e ainda temos que segurar a porta. Tudo ao mesmo tempo. Ah, claro, e fazer xixi e acertar no sítio.

Pessoalmente não sei se há casas de banho com câmaras de video. Até pode haver, sei lá, se filmarem de cima é capaz de não ser muito grave. É que eu gostava mesmo de assistir a uma gravação de uma casa de banho cuja porta sem trinco estivesse a mais de 50 cm da retrete. 50 cm é mais ou menos aquela distância crítica, pelo menos para mim, em que é impossível segurar a porta com os pés e é complicado segurar as calças com uma mão, limpar o rabo com a outra e segurar a porta. Tenho consciência que já fiz malabarismos incríveis a tentar cumprir todas estas tarefas ao mesmo tempo! Agora, gostava era de ver malabarismos alheios para ver se usam técnicas melhores que as minhas.

Há situações em é inevitável largar a porta por dois ou três segundos. Às vezes acontece nessa eternidade temporal alguém abri-la e dar connosco na posição mais vulnerável das nossas vidas. A cara que fazemos deve ser simplesmente digna de ser fotografada. A sério. Geralmente a porta volta-se a fechar rapidamente enquanto uma voz lá de fora pede desculpa. Quase sempre respondemos "não faz mal". Claro que faz. Faz mesmo muito mal. E o pior é as possíveis consequências da nossa resposta educada. Já pensaram se um dia destes a porta se volta a abrir de novo e nos entra alguém estranho pela casa de banho adentro? "Não faz mal, foi o que disse". Ainda praí aparece algum louco a tentar fazer xixi ao mesmo tempo que nós ou isso... "Não faz mal, pois não?".

Enquanto isso não acontece, depois do "não faz mal" inconsequente, há o encontro. A saída da casa de banho e o cara-a-cara com o idiota que nos abriu a porta. Que sabe qual é a nossa estratégia de equilíbrio. Que nos viu a fazer xixi numa casa de banho pública. Ah, se os olhares matassem....

quinta-feira, dezembro 22, 2005

Às vezes

nós tomamos uma decisão contra tudo e contra todos. Às vezes nem a tomamos bem, é-nos apresentada pelo nosso semi-consciente como inevitável e lá vamos nós. O nosso bem-consciente lá nos avisa, "olha que não, olha que não" e nós nada, não lhe ligamos népias e seguimos caminho. Contra o que der e vier. Siga pra bingo que disto não posso fugir, não quero fugir. E eis senão quando nos aparece O sinal, O único indício que talvez possamos ter razão: um piscar de olhos. Então acreditamos que estamos certos, que somos o único ser certo no mundo inteiro.


O problema é que, mesmo se for o piscar de olhos mais sexy do mundo, pode ser só um tique.

sexta-feira, dezembro 16, 2005

Ainda a propósito de instruções de uso

escritas nas embalagens. (Parece que o assunto foi interessante, há que fazer render o peixe!)

Não sei se já repararam, nem sei se isto acontece em todos os pacotes mas ontem, quando ia fazer o jantar, ainda a pensar nos shampôs, tirei as ervilhas do congelador. Preparando-me para abrir a embalagem (nem reparei que marca era) dou com um "Conselhos de utilização: Descongele e coza".

Parece-me um bom conselho de utilização... afinal eu estava a ficar um bocado enjoada de espetar alfinetes nas ervilhas e comê-las como se fossem pequenos gelados.

quinta-feira, dezembro 15, 2005

Piquena reflexão:

"Modo de emprego: aplique no cabelo molhado e massaje suavemente. Passe bem por àgua. (...) Em caso de dúvida ligue 800200766"

Reconheceram aquilo? Calculo que não. Eu explico: "aquilo" mais não é senão uma parte da transcrição da parte de trás de um champô. Nem sequer foi um champô escolhido a dedo, foi mesmo uma escolha aleatória. Pois, porque caso vocês ainda não tenham reparado, TODOS os champôs possuem no verso um "modo de emprego" seguido de um número telefónico de ajuda. Juro. Vão até à vossa banheira e verifiquem, eu espero.


Já está? Confirmado? Pois, eu bem disse. Não acreditaram em mim...

Agora reparem: quem raios é que precisa de um modo de emprego sobre champô?? Quer dizer, lavar a cabeça é algo que os nossos pais nos fazem em pequenos (mais as mães mas pronto) e que nós aprendemos por imitação. Tantas vezes vimos a nossa mãe a pôr um bocadinho de champô na mão e esfregar-nos a cabeça que já o podemos fazer sozinhos! E esse, é um dia grandioso e de grande expectativa emocional? Alguém que aí está se lembra da primeira vez que lavou a cabeça sozinho? O dia em que enfrentou de frente essa tremenda dificuldade e que a venceu munido de um frasco de champô e lendo no rótulo o "modo de emprego"? Não. Pois não.

O "modo de emprego" dos champôs só serviria para alguém que nunca tivesse lavado a cabeça nem nunca lha tivessem lavado. Imaginemos portanto um Tarzan encontrado nalguma mata que outrora fora selva. Encontra-se um menino da selva, agarra-se nele, tráz-se o rapaz para a sociedade e...? E provavelmente ele vai ser estudado por um bando de cientistas que lhe vão lavar a cabeça! Portanto, mais um que aprende por imitação! Ok, imaginemos que os cientistas não tavam com paciência para lavar a cabeça ao menino da selva recentemente encontrado, iam fazer o quê? Atirá-lo para uma banheira e dar-lhe um champô para mão? -" Toma, lê o rótulo". Já vocês calculam que a capacidade de leitura de um menino da selva não serve para descodificar o "modo de emprego" de um champô!

Pior do que isto, a linha de ajuda. Estão-se a imaginar ligar para uma linha de ajuda de um champô? Já alguém o fez? Alguém conhece alguém que o tenha feito? Alguém ouviu alguma história do primo da tia da sobrinha da amiga da ex-namorada daquele tipo que toda a gente ouviu falar e ninguém sabe quem é? É que ligar para uma linha de apoio de um champô é tão ridículo que nem sequer há mitos urbanos sobre isso!

Toda a gente já recebeu mails com perguntas frequentes sobre telemóveis, sobre ligações à internet, sobre companhias de seguro... onde estão os e-mails de perguntas frequentes à linha de apoio de champô?

"Desculpe, quanta quantidade de champô é que eu preciso mesmo de pôr para lavar o meu cabelo? Da raiz até à ponta são 31cm. Não, em decilitros por favor..."

Pior do que existir uma linha de apoio para a utilização de champô é imaginar que haja efectivamente gente a ligar para ela. E pior do que haver gente a ligar para ela é imaginar que haja gente que trabalhe nela!!

"Boa tarde, fala a Marta, em que posso ajudá-lo? Sim... bom, em decilitros são aproximadamente 12,3dcl mas recomendamos que use antes a sua mão. O processo é o seguinte, estique a mão com os dedos fechados, agora comece a fechá-la devagarinho até que as linhas da palma da mão se tornem bem definidas. Nessa altura preencha-a com champô. O processo científico que desenvolvemos assegura-nos que a quantidade certa de champô para cada pessoa está directamente relacionado com as linhas do destino da palma da mão..."

"E quanto ao amaciador?"

"Desculpa mas quanto ao amaciador não a podemos ajudar, terá que ligar para a linha de ajuda que vem na embalagem. Já não é o nosso departamento".

quarta-feira, dezembro 14, 2005

mais companhia alentejana

na blogosfera! depois da família ter começado a aderir aos blogs eis senão que surge o www.virgulas-e-afins.blogspot.com. Um blog de outra elvense emigrada pós lados de Lisboa e que tem um cão (que se atreve a pensar que poderá ser mais bonito que o meu). Ide lá ide. (E de caminho procuram-se opiniões sobre as belezas dos animais.)

Para não ficar em desvantagem relembro que o meu bichinho querido também tem ele próprio um blog em www.vidadcao.blogspot.com onde podem apreciar todo o seu encanto, carinho, ar mimoso e meigo e inescutível poesia estéctica.

quarta-feira, dezembro 07, 2005

Ontem fui ao Ikea, por causa

das remodelações lá em casa. Pus-me cá a pensar, como é que o Ikea consegue ter coisas tão baratas? Quer dizer, um jantar no Ikea sai mais barato que o MacDonalds... hum... Bom, segundo eles conseguem reduzir os preços porque: 1) não fazem entregas, 2) não fazem montagens, 3) tem pouco pessoal.

Tudo isto é vísivel, somos nós que nos servimos, que tiramos as referências, o restaurante também é self-service, somos nós que fazemos tudo. Pagamos menos, temos mais trabalho, tudo bem, é legítimo.

Segunda pergunta, porque é que precisamos de comprar coisas mais baratas? Porque o desemprego é altíssimo, porque as pessoas novas demoram imenso tempo para conseguir arranjar um emprego e quando conseguem é, na maioria das vezes, provisório. E já se sabe que o Ikea é em grande parte para esta gente desempregada ou simplesmente mal-empregada.

Portanto, eles não empregam pessoas para que as pessoas desempregadas possam comprar barato. Sou só eu a ver a ironia e o ciclo vicioso da coisa??

domingo, dezembro 04, 2005

A Saga dos Senhorinhos de Verde

Não, os “Senhorinhos de Verde” não são alienígenas, para quem estiver a pensar que podem ser. Nopes. Os “Senhorinhos de Verde” são piores que alienígenas. Eles não nos raptam para fazer experiências sexuais mas raptam a nossa identificação para a escreverem em papéis patrocinados pela marca de pílulas “Yasmin” que é quase a mesma coisa.
Não, eles não falam uma língua estranha com ziiiinns e zaaaas e afins, falam português fluente e normal mas normalmente preferem não falar. Preferem apenas fazer-se acompanhar de um irritante, aborrecido e já alarmista barulho de tilintar de chaves. Pois é… e depois é ver as reacções, ouve-se um tilintar de chaves no bar da UCP e vê-se toda a inocente e ingénua criatura académica com olhares alarmados em volta e baixando sorrateiramente os cigarros. Em surdina há uma frase que vagueia abafada pelo fumo de nicotina: “Ele está aí? Está a olhar para aqui?” Um não dissimulado, um apenas acenar negativo de cabeça tem como efeito uma passa no cigarro. Fumo que se liberta às escondidas, tão às escondidas como o fumo o permite.

Ah, os seguranças da católica… pensar em seguranças é pensar em homens fortes e viris, de cassetete (ou como raios se escreve isto) e pistola à cinta, prestes a saltar em nossa defesa em toda e qualquer ocasião. Mas ver seguranças é ver uns tristes homenzinhos vestidos de verde, com uma barriga demasiado grande para caber dentro das calças e com bloquinhos de notas patrocinados pela pílula “Yasmin” e uma caneta para assentar o nome dos hediondos criminosos que estejam a fumar no bar. Somos nós, vis fumadores. Marginais, delinquentes, malfeitores e todos os outros sinónimos que não estejam na lista de sinónimos do Word e que eu agora não me lembro.

É giro ver, entra um espécime esverdeado no bar, os cigarros escondem-se debaixo das mesas, eles passeiam-se por ali com o tilintar de chaves como companhia. O fumo eleva-se, uma média de três a quatro fumadores por mesa, todos de cigarros escondidos, parece que o inferno se esconde no andar debaixo ao bar. E eles passeiam-se triunfantes, exibem-se, pavoneiam-se (estes são todos à minha pala, juro que não consultei o dicionário de sinónimos desta vez) enquanto o fumo se continua a elevar. De quando a quando escolhem uma vítima, pedem-lhe o número de aluno e anotam (já referi que num bloquinho a fazer propaganda às pílulas?) e provavelmente ameaçam com a entrega desse papel a uma qualquer entidade superior. Vão fazer o quê? Expulsar-nos da universidade porque estávamos a fumar no bar? E claro, enquanto se debruçam para anotar o número da pobre vítima eleita sabe Deus porque desígnio, 342 fumadores clandestinos aproveitam para dar mais uma passa e expeli-la como se fosse bafo quente em ar gélido.

quinta-feira, dezembro 01, 2005

Dizem que a vingança é um prato que se serve frio...

Portanto a vingança da vingança deve ser um prato gelado... Principessa, tardou, demorou mas aí tens a resposta. Desculpa lá a demora mas estava a deixar-te viver de cabeça erguida durante mais uns meses!!

;)

Já os tenho!

A minha avó deu-me dinheiro para eu comprar a minha prenda de natal. Disse-lhe que ia comprar uns ténis e que já sabia quais. Já os comprei, são estes.

Já sei como vai ser agora: Avó, já comprei os ténis. São estes, gosta?

Deixa filha, são confortáveis, não são? Isso é que importa!