segunda-feira, outubro 12, 2015

Os tropeções da Veva

Apresentava-se como Veva o que causava sempre alguma estranheza mas tinha fácil explicação:
era Vera o nome de baptizo mas os érres foram a última letra que aprendeu a dizer, numa fase em que já tinha pressa de chamar por si e de Vera passou a Veva e ficou assim.

Despachada já se vê que era, mas também trapalhona - fácil de adivinhar. Mais do que isso, a Veva tinha mesmo algumas particularidades que conforme quem as referia se tratavam ora de:
"engraçadas" (à vista de quem gostava dela),
"desesperantes" (à vista de quem precisava de resultados dela),
"inacreditáveis" (à vista de quem a acabava de a conhecer),
 e,
"aterrorizantes" (à vista dela mesma que não sabia como lidar com elas).

A questão era de fácil diagnóstico e de re-la-ti-va-men-te fácil solução (não tão fácil assim, já lá chegamos),

Acontece que a Veva tinha aprendido mal duas lições na vida. Não sabia apertar os atacadores dos sapatos como-deve-ser nem sabia amar do-jeito-certo. Seja lá o que for isso de apertar os atacadores dos sapatos como-deve-ser, afinal de contas há tantas formas diferentes de apertar os atacadores... mas todas resultam e a dela simplesmente não resultava. Como consequência, a Veva andava aos tropeções pela vida - derivado do primeiro problema - e punha as pessoas a quem queria bem aos tropeções também - derivado do segundo.

A Veva sabia que tinha um problema e procurava incessantemente pela solução. Em todo o lado lhe aparecia - ou lhe diziam - tens primeiro que aprender a amar-te a ti mesma, tens que aprender a estar sozinha, só quando te valorizares poderás fazer alguém feliz e a Veva continuava aos tropeções e a magoar a quem gostava, a tentar descobrir sozinha como se faz, sem nunca lhe ter ocorrido que talvez a lição não lhe servisse. Afinal de contas, quantas são as pessoas que aprenderam sem ajuda como se dão nós nos atacadores?



quarta-feira, agosto 19, 2015

monologos de inverno, no verao

Em Piccadily Circus grafittaram um anjo por cima dos azulejos brancos que indicam o caminho para a saída. No Panamá, uma senhora a quem restam 5 dentes acordou gritando pela noite fora, que um demónio lhe entrou pelo sonho adentro,
só pode ser premonição, algo terrível vai acontecer,
é o que vai dizer á vizinha dentro de umas horas, e a outra a benzer-se, e a outra a benzer-se como se isso apagasse o pesadelo já tido. 

Por aqui chove-me pelo jantar adentro, ouvi dizer que em Santa Luzia puseram uma estátua de um menino agarrado á pilinha, como se fosse brussels mas sem a originalidade de ser a primeira ou a vigésima quarta mil. Sabes quantas santas luzias existem no mundo? Se bem me lembro, em dubrovnick havia uma esplanada igual aquela do bairro do alto, onde estive uma vez a ver se te via aparecer na curva e não vieste e perdi um sapo. Perdi um sapo mas ganhei um novo sitio para ficar, exactamente quando me vim embora e nunca tive como tu essa fé inabalável nos recomeços de continuidade. As vezes não é uma questão de fé, ás vezes é uma questão do que é, tão certo como as ruas de Roma cheias de vespas de luz acesa, tão certo quanto o toque certeiro que se ouve em marraquesh, tão certo quanto os Hamer terem inventado um pequeno instrumento que os guerreiros levavam nas caçadas e que servia para colher as lágrimas que lhes escorriam por estarem do lado de lá do horizonte que conheciam. As viagens nunca foram fáceis, e no entanto sempre se fizeram por mais do que obrigação. Em português de portugal, "assentar" tanto quer dizer ficar no mesmo sitio como ganhar juízo. Já em português do brasil é dar algo para um santo. Vá-se lá perceber o espírito humano, vá-se lá perceber apenas uma pessoa no mundo inteiro, e a outra a benzer-se agora mesmo, agora mesmo.

terça-feira, julho 07, 2015

Sr Augusto Silva, o pescador

*this is for you mate. specially because you can't read portuguese ;)


O dia amanhece cinzento e enevoado, mais um dia na vida de Augusto Silva, 45 anos de idade e cerca de 20 de relações falhadas, umas a seguir às outras.

Aos 20 anos não tem mal nenhum andar-se a falhar relações, diz que é suposto e faz parte da “aprendizagem emocional”. Seja lá o que isso for. Quando a primeira ex-namorada lhe saiu porta fora entre gritos e malas mal feitas, Augusto Silva encolheu os ombros e pensou que ela era a louca. Gajas desequilibradas, desabafa com os amigos nas raras ocasiões em que eles deixam as mulheres em casa com os filhos. E os amigos dizem que sim, tu sempre tiveste tendência para gajas loucas, devias arranjar uma equilibrada e normal. Uma relação saudável, para variar, e Augusto Silva não sabia mais se eram elas que eram loucas ou se era ele que as estragava. Lembra-se da semana passada, roupas aventadas pela janela do terceiro andar e gritos vários sobre o monstro que ele era, entre várias comparações, metáforas, disfemismos e outros lirismos. Esta era tão louca como as outras, mas lá tinha que dar a mão à palmatória, tinha criativas formas de o insultar. Gajas desequilibradas, confirma, e lá dentro guarda a dúvida do que andará a fazer mal. Talvez deva ter mais paciência. Talvez deva conseguir engolir mais sapos. Talvez seja exigente demais – já lho disseram uma vez. Bom, mais vezes, mas foi sempre a mesma, se calhar não conta. Ou será que conta?

No bar passa uma miúda gira, terá uns 38 anos, aos 45 alguém com 38 é uma miúda, todos somos miúdos se não estamos já casados ou divorciados ou viúvos. Já houve outras mais novas, já houve outras mais velhas, todas loucas. Ou seria ele? Bah, desvia o olhar e nem tenta meter conversa, então Augusto, estás a desistir? Ah.. não.. é só hoje que não me apetece, de resto também não é nada de especial. Não me digas que ainda estás a pensar na outra. Sabes.. eu gostava mesmo desta. Gosto. Não sei o que correu mal. Achas que lhe ligue? Ao menos para saber que fiz de errado.. e se ela me ajuda a não o tornar a fazer...? Será demasiado cedo..? Será exigir demais? Augusto.. Err... Nem sei que te diga... Se quiseres mesmo... achas que vai servir de alguma coisa?

Achava que não, já tinha tentado outras vezes e concluiu de todas as vezes que estes exercícios melo-dramáticos só resultavam em mais agressividades trocadas. Que se lixe, já se tinham magoado demasiado, já se tinha magoado demasiado, se calhar era só melhor desistir. Ainda que houvessem mais peixes no mar, a verdade é que não eram as competências de pescador que lhe faltavam. O que fazer com os peixes depois é que lhe parecia escapar e muito. Ou se calhar era mesmo isso, não era sobre casar e ter filhos e uma vida estável, era sobre ter actividades de curto prazo com benefícios rápidos e a seguir, seguir para bingo. Afinal se resultava em tudo o resto na vida dele porque haveria de ser diferente neste tema?


Augusto Silva acabou a caneca de cerveja de um trago. Olhou de relance a miúda que tinha passado e virou costas. Hoje por certo não era noite de mais nada. E amanhã provavelmente também não.

segunda-feira, junho 01, 2015

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Nasceu com um bloqueio no coração, sabes? Ao principio ninguém deu conta, era só um bebe que sorria pouco mas com o tempo aprendeu as alturas em que devia sorrir. Os momentos para o sorriso. E o bloqueio foi passando despercebido, tornou-se pior na adolescência, pelo menos acho que ela começou a suspeitar de alguma coisa diferente, quando lia poesia e se prendia nas métricas ou quando as amigas sussurravam em histéricos risinhos o nome do rapazinho que lhes corava as bochechas. Aprendeu a fazer parecido, a conhecer os momentos certos para este ou aquele suspiro, imitava na perfeição a vergonha mal disfarçada mas nunca conseguiu que as bochechas se lhe corassem. Também não chegou a ser preciso, nunca houve observador tao atento que lhe estranhasse a falta desse sinal quando os outros abundavam. Nem toda a gente cora, diria se lhe perguntassem, nem toda a gente chora, também haveria dito se lhe perguntassem mas ainda bem que nao perguntaram porque se calhar esta afirmação levantaria maior estranheza.

Nasceu com um bloqueio no coração, sabes? Acho que nunca ninguém deu conta mas ela sabia que havia algo de pouco natural na forma como antecipava os momentos para falar ou calar, na mestria como mostrava a reacção certa, no momento certo, quase como ensaiado. Não fazia colecções de muitas coisas, apenas de sinais disto ou daquilo. Caminhos lógicos para chegar a conclusões emocionais, decisões ponderadas para demonstrar impulsividade, surpresa ensaiada para não defraudar expectativas e alguns silêncios escondidos nas quatro paredes de sua casa para quando se cansava dos teatros dos dias.


Não sei se alguma vez foi realmente feliz. Quer dizer, sei que gostava de algumas coisas, gostava de andar de bicicleta rua abaixo, especialmente no final do verão quando acabavam de por asfalto novo que nunca durava ate ao ano seguinte. Gostava do cinema ao ar livre nas noites quentes, que a câmara montava no jardim. Eram poucos os momentos em que os olhos brilhavam mas suponho que mesmo com um bloqueio no coração possas sentir o vento na cara ou sonhar em ser outra coisa qualquer. 

quarta-feira, maio 20, 2015

virtual love

She started to write about a faked love, beautifully hand written and tender lover letters, words that would hold the smell of flowers and honey, poems that started by floating in the windows of her room and directly jumped for the ephemeral but the eternal virtual world. In a blink of one eye, her love poems spread all over the social networks. People would fall in love with her idea of love, sharing, liking, tagging and commenting and sharing again in other networks and spread those words like a virus. What did she do? She kept in silence and secret that she was writing to no one. She did try to blur herself, maybe that special one she was searching for, maybe he was out there... maybe her words would reach for him and someday he will answer to them.. silly ideas from a silly mind, she thought, and kept writing in the windows of her room, with her finger, praising him to search for her. He read her. Not across the ocean as it could have happened, but from a different city and a different computer. He started to follow her everywhere he stumbled on her profile: instagram, pinterest, facebook, twitter and others. He was one more of the thousand followers she had in all these networks. but he was the one that understood she was the kind of girl who love to stretch out under the sheets, eating chocolate, reading books and cuddling on rainy afternoons. He knew that words are powerful things that should not be written in a foggy window with a finger. He knew words can break hearts and make panties wet, and so he tried. He really tried. And for a couple of months, maybe for three couples of months, they've read each other trough the brightening monitors. All of the available ones: computer, laptop, tablet, smart phones. He kept trying, he even wrote a book with a full inscription to her. Printed. Distributed in the whole country. He even achieved success with his literally career, she kept writing in her windows and posting it across the web. She read him too. She had doubts. Would this be a coincidence? Could this be happening? She even wished that the name on the inscription of that book was her name, she opened a chat window in her laptop and stood there, with the finger in the air, not being able to draw on the screen the same words she kept leaving in the windows. She closed the program. Truth to be told, she was the kind of girl who love to stretch out under the sheets. He was a well known author, how in the world would he be thinking about her? And so she just kept writing love words in her windows, day dreaming about how sweet a true love could be, but how good it is a love that cannot disappoint you. Both of them still write. She writes for no one and he writes for her. And the whole world believes in such a beautiful love that has never existed outside their own imaginations.

quinta-feira, março 05, 2015

Sra Dona Roseta

Sra Dona Roseta trazia a alegria espelhada no olhar e o bem estar a colorir-lhe as bochechas. Era daí que vinha o seu nome de guerra e de festas - das rosetas bem coradas que lhe tingiam a cara e a alma, tanto em momentos de dança como nos outros de calma. 

Era muito querida no bairro, a sra dona Roseta, e toda a gente celebrava quando ela na rua passava. 

Bom dia sra Dona Roseta, como está hoje? E ela com seu ar afogueado, dizia em tom despachado, já estou atrasada, já estou atrasada, um beijinho ao seu Joãozinho, ele que volte depressa para casa!  E ia em direcção à mercearia, escolher os ingredientes a dedo, é que mais logo tenho visitas e queria preparar um pitéu, entradas a preceito e um arroz de lingueirão, uns quantos doces e talvez um licor beirão. Eu até costumo ter licor lá da terra sabe, mas ontem acabaram-se-me com ele, a casa sempre cheia de gente mas é isto que a gente leva da vida não é? E voltava rua acima, entre mais cumprimentos de bons dias, uma paragem aqui para dois dedos de conversa, outra paragem ali para os assuntos rápidos do jornal, e ficava mais rosado o bairro inteiro, entre piadas e arroz de fumeiro; a sra dona Roseta quando sai à rua é como um dia de sol no meio do inverno, as cores tem mais cor, não sei... mas sei que sem a sra dona Roseta, este bairro não era o mesmo, dizia o Zé merceeiro, e toda a gente o aplaudia.

terça-feira, fevereiro 24, 2015

Y es que como si no subiera más hablar tu lengua, like I was a foreing in my own body, not being able to reach yours, como si nunca hubiera entendido los colores del cielo ou ainda como se tivesse aprendido a caminhar ao contrário. Al revés. Sin hacer ruído, without a clearing direction or sense of urgency.

Quantos mundos consegues trazer dentro de ti? Y se paraba mirando sus manos vacías, I can’t even understand that question, can you repeat it please, can you stop it, please?


Aún que el planeta no termina de girar sobre sí mismo, toda a gente continua com as suas vidas sabes, and you can go as far as you wanna go because, tampoco importa dónde te podrás ir. La verdad es que siempre estarás beneath the same sun, olhando para a mesma lua, e as linhas que trazes na tua mão e que se te marcam um destino, no cambiaran más, no se cambiaram más. And even when you won’t be able to return home, terás um mar mais perto do que te imaginavas,
terás um mar a prometer-te sobre novos mundos, 
terás um mar a prometer-te novas conquistas, 
terás um mar a prometer-te novas descobertas 
e talvez hoje e amanhã 
possas, 
simplesmente, 
não precisar de mais nada.




sexta-feira, fevereiro 13, 2015

um mes na ilha


Ontem fez um mes desde que apanhei o aviao em lisboa para me mudar com 3 malas de roupa, um ventilador, um secador, 3 livros em portugues e tres adaptadores de fichas, para Poole, Dorset.

- Bem vinda a ilha - deveria alguem ter dito, mas vamos la ver, quando aterras em heatrow toda a gente tem mais que fazer do que te dar as boas vindas. Isso eh no hawai, com os alohas, e em outros destinos de ferias tropicais. Aqui eh mais um vamuximbora que para a frente eh caminho, chega-te para o lado na escada rolante porque quem vem atras quer passar.

Alugamos um carro, convicta de que ia ser um causador de peripecias e afins, mas conduzir ao contrario revelou-se muito mais facil do que o previsto. Eh que eu nunca fui boa a dizer qual eh a esquerda e qual eh a direita, e como tudo acontece do lado certo, basta nao pensar muito nisso. Porreiro.

Algures agora, um mes depois, comecam-se a desenhar algumas teorias e improvisacoes sobre como viver nesta ilha.

A saber,

Thank you diz-se muito. A toda a hora e a todo o momento. Diz que eh polite, diz que eh bonito, diz que eh para usar e abusar. E nunca esquecer de o dizer em jeito de despedida ao senhor do autocarro. Eh pratica comum, sais do autocarro e agradeces a conducao. E se tiveres tempo e quiseres, ainda podes elogiar o bem que o senhor conduziu. Porque^? Por causa do tema seguinte:

Elogios sao mato. Chegas e achas que es a melhor do mundo porque numa semana elogiam-te mais do que num mes inteiro noutro sitio. "Ah, vou vencer nesta terra!! Sou mais do que o que eles alguma vez ja viram!!" Mas... chega o dia em que vais ao karaoke e recebes elogios por cantares. Nao so te deixam voltar ao palco uma segunda vez (o que em portugal nunca acontecey), como ainda te deixam voltar ao palco 5 vezes (sim, cantei 5 cancoes sem provocar danos fisicos a ninguem), como ainda te batem palmas em vez de assobiarem e rirem, como... ainda... me elogiaram. Pela primeira vez na minha vida inteira. Agora, pode ter-se dado o fenomeno milagroso de que repentinamente ganhaste um talento musical derivado sei la, do sentimento de nostalgia ou dos ares do vento da antartida. ou entao estes amigos tem o reflexo do elogio como quem diz "santinho" a um espirro. Pelo sim pelo nao, gravo um clip musical e envio para os meus amigos. As reaccoes nao trazem duvidas, estes amigos quando te fazem um elogio estao na verdade a dizer que te viram fazer algo e nao que o tenhas realmente feito bem.

O tempo que faz, o tempo que fez, o tempo que ira fazer. Todos os dias, durante todo o dia. Conversa-se sobre o tempo em qualquer sitio e em qualquer situacao, pode ser quando foste fumar, pode ser quando chegate a casa, pode ser quando te acabas de sentar no autocarro, pode ser quando estas a espera que te sirvam de gammon na cantina - que eh algo entre o fiambre e o bacon, mas acho que os nossos porcos portugueses nao tem aquela parte porque nunca tinha comido parecido. Primeiro criei a suspeita que estes amigos sao obcecados com o tempo. Algures com o avancar dos dias percebe-se que nao, falar do tempo eh na verdade uma ferramenta social que te permite auferir do interesse que alguem tem em comecar uma conversa contigo e que quer saber se tambem queres conversar. Explico melhor: lembram-se quando entramos na pre primaria e nao conheciamos ninguem e o miudo do lado olhou para nos com ar igualmente aflito e perguntou "ola, queres ser meu amigo?". Aqui em adultos fazem o mesmo, mas vem com a forma de "Hoje esta um dia bonito!", ou "Hoje nao esta muito frio" ou "que pena esta chuva, ontem esteve um dia tao bom". E depois esperam com ansiedade que a gente responda "sim, quero ser teu amigo", que na verdade se diz em sinal de concordancia. "Sim, esta mesmo um dia bonito", ou "sim, esta frio mas ao menos nao esta a chover" ou ainda "mas amanha ja nao chove, dao sol!" eh a forma como se diz que sim, eh para continuar a conversa. Se nao quisermos continuar a conversa? entao discordamos, que eh como quem diz, epah nao, ja tenho amigos que cheguem. "Nao gosto de tanto sol, fico aflito dos olhos" ou "nao acho que esteja assim tanto frio, ontem estava mais" ou "gosto da chuva" sao formas de negar conversa a alguem. Discordar sobre a apreciacao generalista que foi feita sobre o tempo causa 5 segs de silencio entre duas pessoas e depois uma dela vai embora. trigo limpo, farinha amparo!


Havia mais coisas deste genero, mas agora nao me lembro. lamento a falta de acentos e afins, os teclados daqui num teim tracinhos para se porem em cima das letras. e o facto de ter escrito este post a correr e sem revisao, mas.. era so para dar um ola neste cantinho! :)

quarta-feira, janeiro 07, 2015

historiazinha parte II

- mas a vida é o que é, e sabes, de todos os planos que fazemos e de tudo o que conquistamos ou perdemos, uma vez conheci um homem que me disse que o grande arrependimento da vida dele foi um dia ter visto um bocadinho de poeira ou uma palhinha, ele não sabia exactamente o quê, aterrar do lado de dentro de dois dedos de cabelo encaracolado de alguém que estava à sua frente e não ter tido coragem para lho tirar. Suponho que tenha imaginado que o simples gesto de lhe tocar no cabelo fosse suficiente para lhe mudar a vida inteira e tenha tido medo do que isso significaria. 

- achas mesmo que uma vida inteira pode ser mudada por tocares num cabelo alheio?

- acho.