segunda-feira, novembro 13, 2006

Banana.

Quando eu era pequena a minha mãe obrigava-me a comer bananas. Eu não gostava, nunca gostei e ainda não gosto. Não tenho especial apetite pelo sabor em si, odeio a consistência, dou-me mal a descascá-las, e não curto nada do caroço. Em suma, bananas não são o meu fruto, pensava eu, conhecedora da minha natureza e índole.

Agora estou a trabalhar no sítio que voces sabem, a fazer o que voces sabem e com as condições que voces ouviram falar. Quero pois, como voces também sabem, bazar. Não estou a crescer profissionalmente nem como pessoa, estou a ganhar uma miséria que ainda é paga fora de horas (e se for).

Comunico ao patrão que ah e tal coiso eu tchau. E o homem ah e tal coiso, pera aí.

E eu? Eu péro. Diz ele "ah e tal que sem ti nada e isto coiso e tens que tal." E eu, ah e tal, ok. Pronto.

Perguntas: Significa isto que ele me vai dar valor? Não. Que me vai apreciar? Não. Que vai reconhecer o sentido de responsabilidade? Não. Que vai ficar a dizer ou a achar bem do meu trabalho? Não. Que me vai aumentar? Não. Que me vai pagar a tempo e horas o que me deve? Não.

Se alguma das respostas acima fosse sim, isso era importante para a minha vida ou para o meu futuro? Não.

Então porque fico???

Porque sou BANANA.

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