É algo que mais voltas e voltas que dê me ultrapassa e não consigo perceber. Se calhar não a percebo nos outros e em mim até mais ou menos, mas o que foi feito da imparcialidade neste mundo?
É pura e simplesmente treta. Bullshit. O outro fez? Está mal, tem este, aquele, o outro e ainda o seguinte erros. Nós fizemos? Está brilhante e genial.
O outro é assim? Pff...
Nós somos assado? Claro, porque é o que queremos, podemos e vamos continuar a ser, cheios de razão.
E se isto começa chato em criancinha com o super-herói preferido, o clube de futebol e a professora da escola que-a-minha-é-muito-melhor-do-q-a-tua-porque-a-tua-bate-nos-meninos-e-a-minha-só-lhes-bate-quando-tem-que-bater, então depois de "grande" é o verdadeiro atrofio. Se não é geral, então é só à minha volta mas esta cena do "a-minha-empresa-é-melhor-que-a-tua" e "o-meu-trabalho-é-melhor-que-o-teu", ultimamente começa a chatear-me mesmo.
Talvez até tenha a minha quota parte de culpa mas há outra culpa que me é atribuida que não tenho. Mens, custa assim tanto perceber que eu faça questão em que os meus amigos saibam qual a designação oficial da empresa onde trabalho e tentar mostrar-lhes que "agência de publicidade" simplesmente não é adequado? Portanto não comecem a levantar os dedos acusatórios porque há coisas que são legítimas e isso não é dizer que é melhor do que qualquer outra empresa. É simplesmente chamar as coisas pelo nome certo, é simplesmente tentar mostrar e dizer o que é que eu realmente faço.
(Ainda que por acaso sim, a minha empresa seja melhor do que as vossas. Aguenta-te e aprende a viver com isso porque até estou a ser imparcial.)
Já fomos, já deixamos de ser, talvez estejamos de volta. Poderá ser o regresso do mito. O mito que nunca o foi.
sexta-feira, fevereiro 27, 2009
quarta-feira, fevereiro 25, 2009
Emplastrus Citrus, o regresso
Depois do Emplastrus Citrus, muitos reclamaram pela impunidade gozada por tamanha vilã, devoradora de amada laranja. Para todos esses, é tempo da vingança e de ver a vilã (quase) pagar pelo crime que cometeu.
terça-feira, fevereiro 17, 2009
virar o ecran antes de ler, sff.
˙oıɹáɹʇuoɔ oɐ opoʇ ɐpuɐ opunɯ o ǝnb ǝɔǝɹɐd sǝzǝʌ sà ǝnbɹod ɯıssɐ áʇsǝ ƃoןq ǝʇsǝ
.ınbɐ opınƃǝsuoɔ oʇıǝɟǝ
.ınbɐ opınƃǝsuoɔ oʇıǝɟǝ
domingo, fevereiro 15, 2009
Da crise, dos novos valores e das conclusões sem bases científicas
Começo por dizer que este post vai ser, provavelmente, longo. E continuo por um rasto de percepções e pensamentos que não pretendem ser uma verdade universal mas talvez a base para raciocínios alheios, alguma reflexão e um optimismo mais fundamentado - que eu não gosto das ilusões cor-de-rosas e de questões de fé por vontade de se iludir.
Posto isto, começo:
A crise que agora assistimos tem em sua causa várias origens. Sugerem por aí que é uma crise do próprio sistema capitalista e eu sugiro por aqui que é provavel. Porquê? Porque o capitalismo puro e duro assenta numa base qualquer que supôs um dia que os recursos eram inesgotáveis e a possibilidade de riqueza infinita. Com isso se criou uma mentalidade que mais e maior seriam sempre possíveis mas acontece que o Homem não descobriu novos mundos a dar ao mundo para tornar tal filosofia possivel durante mais tempo.
Pressupõe o capitalismo que uma empresa pode ter sempre mais rendimento e que portanto é necessário consegui-lo. Ora, todas as empresas a tentar o mesmo daria uma de duas coisas:
a) uma empresa única que tivesse conseguido aniquilar toda a concorrência e estabelecer-se num regime despotista (e era um dos possiveis fim do próprio capitalismo)
b) várias empresas com os seus "quintais" bem definidos, a tentarem-se roubar só mais uma "árvore" ao "quintal" vizinho. De qualquer maneira, haveria uma tendência para uma estagnação mais ou menos geral já que uma árvore não faria o mundo andar para a frente, significativamente. De qualquer maneira, seria um capitalismo abrandado, com territórios mais ou menos bem definidos e sem a "sede" capitalista no seu auge.
Fosse por onde fosse, o capitalismo tal como o concebemos estava arruinado e tenho a certeza que há por aí pensadores que o previram em tempo útil e não agora olhando para o mundo, como eu.
Acontece que eu não acho isto excessivamente importante. Porquê? Porque há já vários anos que a educação e os valores que se dão ao jovens (tipo remédio) não são os mesmos que alimentam o regime capitalista, pura e duramente.
Ora reparem, os vossos pais provavelmente trabalham em algo que surgiu como seguimento natural daquilo que os vossos avós faziam. Se assim não foi, então quase de certeza que os vossos avós trabalharam em algo que surgiu no seguimento daquilo que os vossos bisavós faziam. Mas, provavelmente, connvosco a conversa foi diferente.
Comigo foi. Havia aquela conversa que não houve com o meu pai nem com a minha mãe. No meu caso foi-me feita por toda a gente mas destaco a conversa do meu pai. Era qualquer coisa assim: "Sofia, tu tens que seguir aquilo que queres fazer. Para te sentires realizada, tens que seguir a tua vocação... mas o pai gostava muito que fosses para Direito."
Tirando a última parte, aqui contada por piada, no tempo em que eu tive que seguir um curso estava (e está) em voga um conceito muito importante que na altura do meu pai nem se pôs em cima da mesa: Vocação.
A possibilidade de se fazer uma coisa que realmente se gosta põe em causa - na minha perspectiva - o sistema capitalista. Já não se trabalha para conseguir atingir o máximo lucro, agora trabalha-se para se conseguir o máximo valor e ter o máximo impacto, com a maior realização pessoal e profissional possivel. Assim sendo, adicionou-se a questão dos valores e da ética que limitam o capitalismo. Se isto já acontecia antes, ou se a sociedade já valorizava isto no mundo das empresas, agora sserão as pessoas das empresas que põe realmente esta questões em jogo de uma maneira mais real do que a de "parecer bem para o consumidor".
Não sei se causa, se efeito. Não sei onde começou esta tendência, se na origem da falha do capitalismo ou se deu origem à falha capitalista - se a anteveu ou se apareceu depois como consequência... sei que neste momento as duas coisas confluem para um caminho único que, apesar de ainda não se saber muito bem qual é, parece mais acertado.
E pronto... era isto que eu queria dizer hoje, depois de uma conversa com uma pessoa cuja temperatura corporal é inferior à do mundo e que me ajudou a materializar este raciocínio. (private joke)
:p
Posto isto, começo:
A crise que agora assistimos tem em sua causa várias origens. Sugerem por aí que é uma crise do próprio sistema capitalista e eu sugiro por aqui que é provavel. Porquê? Porque o capitalismo puro e duro assenta numa base qualquer que supôs um dia que os recursos eram inesgotáveis e a possibilidade de riqueza infinita. Com isso se criou uma mentalidade que mais e maior seriam sempre possíveis mas acontece que o Homem não descobriu novos mundos a dar ao mundo para tornar tal filosofia possivel durante mais tempo.
Pressupõe o capitalismo que uma empresa pode ter sempre mais rendimento e que portanto é necessário consegui-lo. Ora, todas as empresas a tentar o mesmo daria uma de duas coisas:
a) uma empresa única que tivesse conseguido aniquilar toda a concorrência e estabelecer-se num regime despotista (e era um dos possiveis fim do próprio capitalismo)
b) várias empresas com os seus "quintais" bem definidos, a tentarem-se roubar só mais uma "árvore" ao "quintal" vizinho. De qualquer maneira, haveria uma tendência para uma estagnação mais ou menos geral já que uma árvore não faria o mundo andar para a frente, significativamente. De qualquer maneira, seria um capitalismo abrandado, com territórios mais ou menos bem definidos e sem a "sede" capitalista no seu auge.
Fosse por onde fosse, o capitalismo tal como o concebemos estava arruinado e tenho a certeza que há por aí pensadores que o previram em tempo útil e não agora olhando para o mundo, como eu.
Acontece que eu não acho isto excessivamente importante. Porquê? Porque há já vários anos que a educação e os valores que se dão ao jovens (tipo remédio) não são os mesmos que alimentam o regime capitalista, pura e duramente.
Ora reparem, os vossos pais provavelmente trabalham em algo que surgiu como seguimento natural daquilo que os vossos avós faziam. Se assim não foi, então quase de certeza que os vossos avós trabalharam em algo que surgiu no seguimento daquilo que os vossos bisavós faziam. Mas, provavelmente, connvosco a conversa foi diferente.
Comigo foi. Havia aquela conversa que não houve com o meu pai nem com a minha mãe. No meu caso foi-me feita por toda a gente mas destaco a conversa do meu pai. Era qualquer coisa assim: "Sofia, tu tens que seguir aquilo que queres fazer. Para te sentires realizada, tens que seguir a tua vocação... mas o pai gostava muito que fosses para Direito."
Tirando a última parte, aqui contada por piada, no tempo em que eu tive que seguir um curso estava (e está) em voga um conceito muito importante que na altura do meu pai nem se pôs em cima da mesa: Vocação.
A possibilidade de se fazer uma coisa que realmente se gosta põe em causa - na minha perspectiva - o sistema capitalista. Já não se trabalha para conseguir atingir o máximo lucro, agora trabalha-se para se conseguir o máximo valor e ter o máximo impacto, com a maior realização pessoal e profissional possivel. Assim sendo, adicionou-se a questão dos valores e da ética que limitam o capitalismo. Se isto já acontecia antes, ou se a sociedade já valorizava isto no mundo das empresas, agora sserão as pessoas das empresas que põe realmente esta questões em jogo de uma maneira mais real do que a de "parecer bem para o consumidor".
Não sei se causa, se efeito. Não sei onde começou esta tendência, se na origem da falha do capitalismo ou se deu origem à falha capitalista - se a anteveu ou se apareceu depois como consequência... sei que neste momento as duas coisas confluem para um caminho único que, apesar de ainda não se saber muito bem qual é, parece mais acertado.
E pronto... era isto que eu queria dizer hoje, depois de uma conversa com uma pessoa cuja temperatura corporal é inferior à do mundo e que me ajudou a materializar este raciocínio. (private joke)
:p
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