Dizia "bom dia" e entrava num corredor cinzento mas era ainda o sol que lhe dourava a pele e a brisa que lhe arrepiava os pelos do braço.
Dizia "bom dia" com ladrilhos brancos debaixo dos pés, sentindo um "crrraaaac craaaac" da areia morna.
Quando chegou ao seu lugar e calou a voz, sentiu o sabor do sal na boca, mas não era um mar a existir, eram duas lágrimas feitas gaivotas a desenharem caminhos de sede.
Hoje havia o ontem, amanhã não existe por detrás de um horizonte que não se vê.
Nas mãos as aventuras de estradas corridas, nos olhos as paisagens vistas, cada pedaço de pele transpirando a alguma forma de liberdade diferente desta daqui. Regressos feitos de ilusões, cada retorno é feito por alguém diferente de quem partiu, mudanças subtis e imperceptíveis, sonhos ganhos e horizontes despertos, ali, além, acolá, longe daqui.
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