quinta-feira, setembro 15, 2005

Cães e Flores

Da última vez que fiz anos ofereceram-me uma flor. Ela por lá está, vai-se aguentando. Inclusivamente durante as férias, quando tive um mês sem ir a casa, ela aguentou-se. Bonita bonita bonita não está, mas está vivinha da silva. Aqui há uns dias atrás, baseada na bela da sabedoria popular, pus-me à conversa com ela. A sério, eu tentei, mas foi um desastre.

"Então, tudo bem? Por aqui não? Pois, fui eu que te pus ai. Pois, atão tinhas que tar aí..." (Por esta altura comecei a pensar se estaria a tocar num ponto fraco ou a falar de um assunto que ela pode não gostar. Afinal, estar assim preso, não deve ser fácil).

Pensei em falar da novela mas ela está na cozinha e a tv na sala. Pensei em falar de política mas a julgar pelo estado das coisas, aí morria-me mesmo. Pensei pensei pensei e nada. Sabem quando estamos ao pé de alguém, temos que fazer conversa e não sai nada? Péssimo. E foi assim que me senti. Claro que a conversa foi parar àquele assunto: "Mas vá lá que tem estado quentinho, aí há uns dias é que teve acinzentado. Estes dias que não são nem carne nem peixe são horríveis... nem carne nem peixe.. nem vegetais! Bom, tu percebeste né? E aposto que sei que tu também gostas mais dos dias de sol, né?"

E foi quando olhei para baixo e vi a minha porteira a olhar para mim da janela. Poizé...

Com os cães a cena não acontece, tipo, às vezes é até difícil parar de falar com eles. E sim, as pessoas ficam mesmo estúpidas quando falam com os cães. Até eu.... "Oh meu bébé gordo, bilubilubilu, tadinho do meu zinho, sem tomatinhos... mas é muita viril, não é gordo? Oh ninhozico soquinho tadinho.... oh bilululu, é o meu ladrão, o meu ladrão, não é bébé? sempre a ladrar, ladra muito muito muito..." e por aí fora. Rídiculo.

Quando voltar para Lx vou tentar em vez de um diálogo, um triálogo.

"Nogui, esta é a flor. Flor, este é o Nogui".

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