Há pessoas e pessoas. Amigos e amigos. Interesses e interesses. Por esta ordem de pensamento, há perguntas e perguntas, respostas e respostas, e uma grande confusão quando o pretendido era a resposta 1 e recebemos a resposta 2, porque a pergunta foi confundida com a outra pergunta. Ou melhor, é tudo uma questão de sentido.
Não entrem em pânico já nem se baralhem, isto sou só eu a enrolar. Traduzindo, é uma chatice quando fazemos uma pergunta de cortesia e nos respondem com uma resposta de interesse.
Imaginem um casamento, acontecimento propício a todo este desenrolar de aborrecimento. Imaginem uma pessoa que vocês conhecem mais ou menos (costumam vê-la de acontecimento oficial em acontecimento oficial) e vocês perguntarem-lhe, "então? tudo bem?". A resposta que queremos ouvir é "Sim, e contigo?". Depois respondemos, "Também... até já!" e fazemos aquele sorriso oficial destes eventos oficiais e seguimos caminho. É fácil. É rápido. É indolor.
O que pode correr mal? Que o interpelado confunda a pergunta de cortesia com uma pergunta de interesse. E depois é uma chatice. Lá começa a desenrolar um fio de acontecimentos de uma vida que pouco nos interessa, perde-se em pormenores de gentes e nomes que não nos dizem nada, alonga-se em imprevistos passados em terras onde nunca estivemos. E nós? Sorrimos corajosamente enquanto a nossa mente divaga por terrenos inóspitos, tentado manter o ar de interesse e concentração. A chatice? Quando nos perguntam o que achamos. A saída é facil, normalmente dizer-se "Pois tem razão, é incrivel, é incrivel." Dá sempre. Ou então "Depende" mas esta deixa normalmente implica uma sustentação argumentativa.
Agora que já sabem a solução a este imbróglio, peço-vos, tenham cuidado quando vos fizerem uma pergunta. Não confundam cortesia com interesse. E se acharam que não confundiram, ponham-se alerta se vos responderem "Pois tem razão, é incrivel, é incrivel!"...
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