quinta-feira, junho 22, 2006

Máquina do Tempo - parte I (porque pode vir a haver mais, ou se calhar não)

No princípio do antes do princípio do tempo, portanto, muito antes do princípio que estás a pensar, mesmo mesmo no princípio do tempo - e ainda mais antes do que o princípio que estás a pensar agora - a Luz decidia quem fazer parte doo Espectro e quem deveria ficar de fora. Ora, nesse princípio, o Amarelo já estava com problemas. É que parece que o Verde - já se sabe como o Verde consegue ser - fez, usando todos os meios, com que o Amarelo ficasse de fora. Alguma inveja tonta, não sei. Tenha sido qual foi a causa, o que é certo é que o efeito no Amarelo foi devastador. É precisamente desta história que mais tarde surge a ictrícia, mas já estou a pôr a carroça à frente dos bois.

Voltando, o Amarelo estava devastado. Durante algumas eternidades (porque estamos antes do princípio do princípio do tempo), o Amarelo chorou amareladas lágrimas sucessivas. Em jorro quase. E é daqui que veio a cor do xixi, mas já não estou a pôr os bois à frente da carroça outra vez.


Até que houve um dia em que o Azul ouviu o que se passava entre o Verde e o Amarelo. Ora, o Azul decidiu tomar medidas. Quando encontrou o Verde em boa posição, dirigiu-se-lhe para uma conversa àparte. Azul e Verde. E falaram.

Ora, o Azul fez ver ao Verde que, se Azul e Amarelo se juntassem - não que eles se fossem juntar, mas se se juntassem - poderiam fazer o seu próprio Verde. Uma ameaça gentil numa conversa séria.

O Verde respondeu: "Oohh" com ar até algo surpreendido mas compreendeu o que se estava a passar.

Por uma mudança de humor pouco inesperada para alguns, o Verde falou com a Luz para que o Amarelo pudesse fazer parte do Espectro. E o Amarelo entrou. Tudo resultou bem, houve uma divisão diplomática e justa, regida pelo Azul. Assim, o Verde ficou com as limas e o Amarelo com os limões.

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