Já fomos, já deixamos de ser, talvez estejamos de volta. Poderá ser o regresso do mito. O mito que nunca o foi.
terça-feira, novembro 29, 2005
jantar de fim de mês
é constituido por massa, caldo knorr e atum. E mai nada. Mesmo, mai nada. E mesmo assim é uma sorte. Para amanhã estão reservados 1,55 €. 0.50 para o café, 0.98€ para a sandocha a meio da manhã na escolinha e 0.07€ é tudo o que me sobra este mês. Amanhã não há tabaco para mim, aguardo solidariedade dos amigos fumadores, boa? ;)
segunda-feira, novembro 28, 2005
SU
Tenho saudades...é bom que saibas que te vejo 1x (se tanto) por semana, e estás constantemente longe de mim.
Saudades do teu cheiro, do teu silêncio, das tuas palavras...
É bom q voltes para mim.
Saudades do teu cheiro, do teu silêncio, das tuas palavras...
É bom q voltes para mim.
domingo, novembro 27, 2005
sábado, novembro 26, 2005
Fim de semana que é fim de semana
é passado em casa-casa (leia-se casa habitada pelos pais), há "peixinhos da horta" para o jantar em minha honra, talvez caldo verde também. Há almoço de domingo com tios, primos, avó e picanha, há lambidelas do Nogui e da Coca, há mais lambidelas do Nogui e da Coca e também há lambidelas do Nogui e da Coca. Pior do que lambidelas é quando eu me estendo relaxada no sofá e começam dois enormes cães que nesta altura mais se assemelham a lontras a trepar semi-clandestinamente para cima de mim. Quando os dois se encontram confortáveis no sofá eu apercebo-me que tenho mais ou menos dez centímetros para ocupar... e passo para o chão. A mãe entra na sala, eu estendida no chão com uma almofada na cabeça, os dois cães que ressonam estendidos no sofá. A mãe que faz festas aos cães e tenta não me pisar. Às vezes nem reclama...
Fim de semana que é fim de semana é vir a casa, ter miminhos, comer bem e ficar com a blusa cheia de pêlos. (E se o pai der algum dinheiro extra, melhor!).
Há fins de semana em que sei que adoro a minha vida!
Fim de semana que é fim de semana é vir a casa, ter miminhos, comer bem e ficar com a blusa cheia de pêlos. (E se o pai der algum dinheiro extra, melhor!).
Há fins de semana em que sei que adoro a minha vida!
sábado, novembro 19, 2005
aviso aos mais distraídos:
a minha mãe, orgulho do meu coração, está de volta à blogosfera em grande estilo. Num blog com músicas variadas, desde a Madonna a brasileiradas a soft rock, podem lê-la em www.terradesol.blogspot.com.
Há mais um elemento familiar nas andanças virtuais, podem conhece-la e dar-lhe as boas vindas em www.joanavc.blogspot.com.
Somos quase um clã familiar nesta terra de ninguém que é a blogosfera! (E, a julgar a frequência das minhas postagens e os meus visitantes diários, eu sou o elo mais fraco).
Há mais um elemento familiar nas andanças virtuais, podem conhece-la e dar-lhe as boas vindas em www.joanavc.blogspot.com.
Somos quase um clã familiar nesta terra de ninguém que é a blogosfera! (E, a julgar a frequência das minhas postagens e os meus visitantes diários, eu sou o elo mais fraco).
domingo, novembro 13, 2005
Tou farta disto.
Todas as semanas tenho que lavar e aspirar a casa toda. O meu cão não larga pêlo, o meu cão larga NOVELOS! E zumba, lá vou eu aspirar e lavar.
Querido Nogui, esta semana aspiras e lavas tu a casa. E não quero cá desculpas esfarrapadas de que não podes porque não tens polegares.
Querido Nogui, esta semana aspiras e lavas tu a casa. E não quero cá desculpas esfarrapadas de que não podes porque não tens polegares.
terça-feira, novembro 08, 2005
A ausência das palavras
é decerto a mais terrível das ausências. O silêncio pode ser descoberta, o silêncio pode ser cumplicidade - o silêncio pode ser entendimento. Entendimento entendido subtilmente, entendido em segredo. A ausência das palavras não é isso, é so vazio.
Quando há a ausência das palavras, o vazio é feito de "enchidos", carne sangrenta empurrada de qualquer maneira. É o vale-tudo das frases que continuam vazias de palavras que queiram realmente dizer alguma coisa.
Reparem que normalmente tudo o que as pessoas dizem é desinteressante. "Então, que tal?" "Bem... muito trabalho" "Pois, eu também... nem imaginas o que eu tive que fazer esta semana!" e é quase certo que começa uma espécie de competição sobre quem teve mais que fazer. E nenhum dos lados está realmente interessado naquilo que o outro lado diz que fez mas apenas em demonstrar que a sua semana foi mais "enchida" do que a do outro lado. "Enchida" sim, como farinheira ou chouriço.
O verdadeiro mal nem é que a maior parte das conversas sejam desinteressantes - são-no quase sempre. O que importa numa conversa, creio, é a interacção entre duas pessoas, o criar, reforçar ou desfazer laços afectivos. Para isso não é importante o nível de interesse da conversa, só interessa o efeito ou impacto que a pessoa, por meio daquela conversa, de todas as necessidades preenchidas e reveladas, por meio de um "jogo" de movimentos, expressões, atitudes, olhares, o efeito ou o impacto que a outra pessoa e nós proprios ficamos dos laços criados, reforçados ou desfeitos.
Não são as conversas desinteressantes o sintoma da ausência de palavras. O sintoma é, na verdade, o vazio que se sente cá dentro e que não vai embora mesmo quando se sofre de "verborreia".
Quando há a ausência das palavras, o vazio é feito de "enchidos", carne sangrenta empurrada de qualquer maneira. É o vale-tudo das frases que continuam vazias de palavras que queiram realmente dizer alguma coisa.
Reparem que normalmente tudo o que as pessoas dizem é desinteressante. "Então, que tal?" "Bem... muito trabalho" "Pois, eu também... nem imaginas o que eu tive que fazer esta semana!" e é quase certo que começa uma espécie de competição sobre quem teve mais que fazer. E nenhum dos lados está realmente interessado naquilo que o outro lado diz que fez mas apenas em demonstrar que a sua semana foi mais "enchida" do que a do outro lado. "Enchida" sim, como farinheira ou chouriço.
O verdadeiro mal nem é que a maior parte das conversas sejam desinteressantes - são-no quase sempre. O que importa numa conversa, creio, é a interacção entre duas pessoas, o criar, reforçar ou desfazer laços afectivos. Para isso não é importante o nível de interesse da conversa, só interessa o efeito ou impacto que a pessoa, por meio daquela conversa, de todas as necessidades preenchidas e reveladas, por meio de um "jogo" de movimentos, expressões, atitudes, olhares, o efeito ou o impacto que a outra pessoa e nós proprios ficamos dos laços criados, reforçados ou desfeitos.
Não são as conversas desinteressantes o sintoma da ausência de palavras. O sintoma é, na verdade, o vazio que se sente cá dentro e que não vai embora mesmo quando se sofre de "verborreia".
segunda-feira, novembro 07, 2005
No chão do céu
há muito que se perderam as nuvens coloridas dos sonhos que se realizaram. Às vitórias pessoais juntam-se as sujidades próprias e as alheias - na guerra há sempre mortos e nenhuma guerra pode ter vencedores quando há vítimas a lamentar.
Nem sequer podemos brandar aos céus que nos esquecemos do sentido, nunca o soubemos mas talvez estejamos esquecidos de o procurar. Ou então limitámonos a entregar armas e desistir dessa luta para sujarmos as mãos em batalhas menores.
Que psicologia se esconde por trás da desistência? Que fica após da entrega de armas e da recusa em nos entregarmos ao que quer que seja?
As cores da moda primam pelos fosforescentes quando na verdade há muito que nos rendemos aos pastéis - e nem assim encontrámos o equilíbrio.
A vida não é para se viver, é para se ir vivendo. Razão tem aquele que diz coisas estranhas que ninguém sabe o que querem dizer. E a arte da vida continua a ser a habilidade que cada um tem de gozar consigo próprio - depois de ter gozado com todos os outros. Mesmo, ou especialmente, quando o próprio não sabe bem o que quis dizer. Desde, claro, que não mostre isso aos outros.
(Foi esse o meu erro consciente e a minha vitória anunciada!)
Nem sequer podemos brandar aos céus que nos esquecemos do sentido, nunca o soubemos mas talvez estejamos esquecidos de o procurar. Ou então limitámonos a entregar armas e desistir dessa luta para sujarmos as mãos em batalhas menores.
Que psicologia se esconde por trás da desistência? Que fica após da entrega de armas e da recusa em nos entregarmos ao que quer que seja?
As cores da moda primam pelos fosforescentes quando na verdade há muito que nos rendemos aos pastéis - e nem assim encontrámos o equilíbrio.
A vida não é para se viver, é para se ir vivendo. Razão tem aquele que diz coisas estranhas que ninguém sabe o que querem dizer. E a arte da vida continua a ser a habilidade que cada um tem de gozar consigo próprio - depois de ter gozado com todos os outros. Mesmo, ou especialmente, quando o próprio não sabe bem o que quis dizer. Desde, claro, que não mostre isso aos outros.
(Foi esse o meu erro consciente e a minha vitória anunciada!)
domingo, novembro 06, 2005
Estou aborrecida,
ligeiramente entediada. Na verdade, completamente arrasada e triste. O meu cão foi-me raptado. Acalmem-se aqueles que estão já a caminho da esquadra para fazer queixa, não, não, sentem-se de novo por favor... já está? Pronto, pronto... eu explico: o meu cão foi-me raptado, subtil e docilmente levado pela minha mãe. Pois sim. Deu-me dois pares de calças, um livro e deixou-me vestida, lida e sem cão. O saldo é-me penosamente negativo, é mesmo. A casa está limpa, brilhante, reluzente. È possível e aceitável comer-se no chão mas o que me dói a mim não vislumbrar por meio de uma fuga de luz solar que me entra incautamente pelas frisas da persiana, um ou dois pêlos amarelos boiando no ar.
Ouvi algures recentemente que os amigos imaginários das crianças surgem em momentos de perda, mudanças difíceis com as quais os pobres anjinhos (quando são nossos) ou os inquietos diabinhos (quando são dos outros) se defendem do que não sabem lidar. Pareceu-me bem, pareceu-me aceitável, escolhi a Tita. A Tita é o meu novo animal de estimação para que eu própria consiga lidar com esta irremdiável perda semanal, com interrupção ao fim de semana.
A Tita é uma tartaruga marinha. Tem 110 anos de idade, uma jovem na flor da vida. A minha Tita é uma "Eretmochelys imbricata ", nome para a vulgar "Tartaruga de Pente". Mede 90cm e pesa 140kl. Não é muito para a espécie mas mesmo assim é tão tão tão bonita! Deve ser por isso que as pessoas de campo de ourique param na rua quando eu passo com a trela, passeando a minha Tita. Os cócós dela, apesar do seu tamanho, são mais fáceis de apanhar dos que o do meu cão. A parte mais chata é que os passeios, apesar de o percurso ser o mesmo, são um bocadinho mais demorados....
Ouvi algures recentemente que os amigos imaginários das crianças surgem em momentos de perda, mudanças difíceis com as quais os pobres anjinhos (quando são nossos) ou os inquietos diabinhos (quando são dos outros) se defendem do que não sabem lidar. Pareceu-me bem, pareceu-me aceitável, escolhi a Tita. A Tita é o meu novo animal de estimação para que eu própria consiga lidar com esta irremdiável perda semanal, com interrupção ao fim de semana.
A Tita é uma tartaruga marinha. Tem 110 anos de idade, uma jovem na flor da vida. A minha Tita é uma "Eretmochelys imbricata ", nome para a vulgar "Tartaruga de Pente". Mede 90cm e pesa 140kl. Não é muito para a espécie mas mesmo assim é tão tão tão bonita! Deve ser por isso que as pessoas de campo de ourique param na rua quando eu passo com a trela, passeando a minha Tita. Os cócós dela, apesar do seu tamanho, são mais fáceis de apanhar dos que o do meu cão. A parte mais chata é que os passeios, apesar de o percurso ser o mesmo, são um bocadinho mais demorados....
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