sábado, agosto 07, 2010

O planeta dos inexperientes

já o disse a duas ou três pessoas, em algum momento, em alguns momentos de conversa.
Dos escritores que gosto - e são vários e diferentes - há um que em particular acrescenta novos pensamentos ao meu pensamento. Milan Kundera, de obra mais conhecida a insustentável leveza do ser (e devia ter sido escrita com maiúsculas e posta entre aspas, deixa lá), de outras obras menos reconhecidas mas igualmente boas, de muitas filosofias e teorias que deixam marcas nas pessoas que não o conhecem.

Tem ele uma teoria acerca do planeta dos inexperientes. Diz o senhor que devia ser este o nome do nosso planeta, que somos inexperientes na vida quando nascemos, mas somos inexperientes nas emoções quando somos adolescentes (e continuamos meio inexperientes nas emoções a vida toda, acrescentaria eu se tivesse alguma legitimidade para lhe acrescentar alguma coisa), que somos inexperientes adultos, a tentar comportarmonos como adultos e velhos inexperientes sem saber que é isto da velhice. E morremos, claro, inexperientes na morte.

A inexperiencia (que leva acento circunflexo num é, apesar de neste post n parecer) causa-nos medos e insegurança. Não sabemos o que dali vem (digo eu prestes a abdicar do til na palavra não, que já me enganei 3 vezes) não sabemos o resultado, não sabemos o que nos espera, temos medo do que possa vir, temos inseguranças na inexperiencia.

E, parece-me a mim, que todos os conflitos e mal-entendidos se devem a esta espécie de miúda, esta insegurança que, desculpem lá, mas cada vez mais acho que existe em toda a gente mas numas gentes melhor escondida do que noutras, e que activa imediatamente uma série de comportamentos defensivos, desconfianças, falta de entrega e por aí fora.

Os meus problemas vem quase todos desta insegurança, dos não saber. Os meus problemas causados por mim e os meus problemas causados pelos outros que habitam o meu mundo.

Quando se pensa isto, quando se acha que "eles" estão a fazer o que fazem por inseguranças inconfessadas, o certo é que tudo ganha novos contornos.

não sei se verdade universal, se verdade pessoal... mas parece-me que vou pensar mais nisto nos próximos tempos.

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