Fim de Semana em casa (uma perspectiva, também há outra)
PARTE I
Primeiro o desejo, sim... mas antes de poder ir há que deixar a casa de Lisboa toda arrumadinha, sob o risco de levar uma descasca logo à chegada. Ele é roupa suja enfiada atabalhoadamente para a mala, roupa limpa empurrada desastradamente para o roupeiro, cama feita à pressa, coisas espalhadas enfiadas para um canto. Aspirar pêlos e pó, passar com a esfregona, lavar loiça e mais loiça e os taparueres que vieram comigo no passado fim de semana. Destes deixem-me destacar um enorme com praí 20 litros de caldo verde que me deu para comer caldo verde durante as duas semanas que cá fiquei. Uma correria.
Fechar janelas, trancar portas, desligar luzes, ver fogão. Levar as minhas coisas para baixo, levar as coisas do cão, sair atrasada.
A viagem, vontade de chegar mas obrigada a parar 3 vezes, o cão enjoa. Filas à saida, trânsitos, portagens. Tenho que arranjar via verde. Viagem interminável com tanta vontade de chegar.
Chegar por volta das dez da noite. Bolas. Cheguei finalmente, toco à campainha, o cão ladra alegremente, a mãe desce e faz trinta festas ao cão mas a mim ninguém me ajuda com as malas. Típico. Também, a malas são minhas, deixa ver se posso com elas todas de uma vez. Poder posso, não posso é ser abraçada com 20 malas ao colo!
Parte II
Mil coisas para fazer, ainda trabalhos da escola, muita gente para ver, não vou conseguir dar conta do recado. Começo mal chego, deito-me tarde. De manhã mãe a chatear, levanta, são horas de almoço. Levanto ensonada depois da noitada de trabalho de ontem, olhos ramelosos, passo pela mesa onde a papelada continua e penso no que ainda falta. Almoço, caldo verde. Gosto, mas depois de duas semanas é um bocado demais.
Os amigos querem combinar coisas, eu tenho que trabalhar. Chego à mesa os papéis impecavelmente empilhados. Desespero. Qual era a ordem disto? Estavam distribuídos segundo as coisas que estava a fazer, o já feito, o a seguir e o depois, três montinhos! Suspiro, recomeço.
Jantar, caldo verde. Sinto-me um grilo. Os amigos vieram dar uma ajuda para um trabalho, começamos as gravações. O trabalho é giro, eles divertem-se mas a coisa anda devagar. Tento não desesperar, estão-me a fazer um favor.
Deito tarde, acordo cedo. O cão quer xixi, ontem esqueci-me antes de deitar. Seis e dez, eu no quintal de camisa de noite, o cão a fazer xixi. Volta para a cama, calor insopurtável, o cãe escapa-se para o quarto dos pais, os dois ouvimos um grito.
Almoço de família, compras para levar, ainda trabalho para fazer. Levo o cão? Deixo o cão? Levo, ia morrer de saudades e no próximo fim de semana os pais vão passear.
Saio às 5h, não me apetece ir embora. Este fim-de-semana a mãe e eu nem brigámos muito. Dentro de 15 dias volto.
Adiós mi madre!
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