que as pessoas entrem numa coisa sabendo que não terá futuro ou que não tem pernas para andar (o que é exactamente a mesma coisa porque é redundante, o que continua a ser a mesmíssima coisa). Como se entra sem ter perspectivas de futuro ou exactamente por não haver muitas possibilidades disso, as coisas acabam, certo? (céus, dou comigo às vezes cheia de conclusões brilhantes).
A nossa sociedade tem aquele "estigma" do progresso, da evolução, do "subir", desenvolver-se, chegar mais alto, mais longe, aquelas coisas. Portanto nem toda a gente percebe muito bem a cena do entrar numa coisa que não é suposto avançar. Então, quando a coisa acaba, vêem as palmadinhas nas costas.
Minha gente, há coisas que têm uma função a ser cumprida. Isso é o mais longe que tem que chegar. Depois siga pa bingo com outra coisa qualquer.
Também acho giro a concepção de mudança, reparem que tudo isto está interligado. As pessoas mudam e enfrentam a vida e fazem as mudanças todas que querem ou que conseguem, sentem-se a avançar, a andar em frente de cabeça erguida. Sentem-se umas lutadoras e umas heroínas. Mas reparem, só há necessidade de mudança quando alguma coisa falhou. Quando alguma coisa deu para o torto, não correu como esperado, fez cabum, poff, foi-se. E quando há mudança, não se "segue em frente", não se "avança". Mudança é ruptura, é quebra, é fim e começo portanto não é seguimento!
Cá eu não preciso de chegar longe, basta-me chegar onde quero.
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