Tenho cá para mim bem definido, uma daquelas convicções que se ganham ao longo da vida e se fica agarrados a ela, que, apesar do equilíbrio natural da natureza (isto é redundante? devido ao progresso não creio que seja tão redundante como isso...) o mundo funciona perfeitamente em harmonia. Assim, há os predadores e os "predados", as grandes árvores e as trepadeiras que se alimentam delas, o ar, o vento, o fogo e a terra. Tudo se encaixa, encadeia em perfeita harmonia num equilíbrio tão bem pensado que é desde os primórdios atribuído a entidades superiores. Antes de o ser humano perceber os factores desse encadeamento e ficar maravilhado na sua ignorância até que os foi descobrindo e ficar maravilhado com a sua genialidade.
Ora pois, a minha convicção, aquela ali de cima, da primeira frase e que por grandes artes de suspense e mistério ficou em stand-by graças à magnifitude da minha escrita (*cof cof*), a minha convicção, dizia eu, é que há um pequeno pormenor que nos transformou em capitalistas, a nós humanidade. E esse pormenor, just a detail, é o facto de o mar ser salgado. Se o mar fosse "ensonso", isto é, se toda a água do mundo não tivesse sal, haveria um mundo próspero, rico e fértil para todos os seres vivos. Dessalinizar a água é um processo que sai caro e, se não fosse isso, todas as terras poderiam ser mais ou menos férteis, claro está, variando as culturas nelas implementadas, mas não haveria fome no mundo.
Esta é uma daquelas convicções a que se chega numa noite de bebedeira e tal. Ora, noutra noite de bebedeira e tal foi engraçado. Ora note-se, toda a gente sabe que a camada de Ozono está a ser destruída, o clima está a mudar a pouco e pouco e essas coisas todas. "Aquecimento global" é a expressão de ordem. Grandes blocos de gelo a derreter e a aumentar o nível de águas dos oceanos. Há primeira vista isto é devastador e essas coisas todas... E talvez se venha mesmo a dar um desastre climatérico enorme, algum tempo com monstruosas tempestades, gelo por todo o lado, o mundo transfigurado numa segunda era do gelo. Como quando os dinossauros se extinguiram.
Agora imaginem que, o gelo derrete mesmo, junta-se com a água salgada e a salinização existente reduz-se drásticamente. Ficava o pormenor resolvido...
Quando se deu a revolução industrial foi a primeira vez na história da humanidade que teria sido possível acabar com a fome no mundo, conseguir um equilíbrio em todas as civilizações. O que aí vem pode muito bem ser a nossa segunda hipótese de conseguir um mundo perfeito. Ou pelo menos mais perfeito.
Claro que, um desastre natural destas dimensões acarrataria centenas de milhares de mortos... Mas haveria um renascer posterior onde isto poderia ser possível. Não sei, para os religiosos, talvez uma segunda arca de Noé aportando a hipótese de um paraíso no mundo.
Já fomos, já deixamos de ser, talvez estejamos de volta. Poderá ser o regresso do mito. O mito que nunca o foi.
sábado, julho 30, 2005
quarta-feira, julho 27, 2005
Apelo de participação:
Colegas, companheiros, amigos, palhaços, leitores, bloguistas e blogantes... mundo inteiro que me lê, estou com uma dúvida existencial que me consome, corrói, destrói por dentro e por fora. Ok, estou a exagerar mas queria muito muito MUITO a vossa opinião.
O assunto é este: Numa entrevista, como deve ser feita a passagem para o papel? É suposto transcrever as coisas como foram ditas, ou posso "compôr" a mensagem?
No caso de o entrevistado entrar em incoerências, dizer coisas politicamente incorrectas ou que poderiam causar polémica, é suposto o jornalista "aligeirar" a coisa? E quando ele responde uma coisa numa pergunta e depois está a responder outra coisa mais ou menos parecida mas que não é a mesma coisa, é suposto o jornalista manter o que acha que ele quer dizer ou mostrar a incoêrencia?
Se um entrevistado tem dificuldades expressivas, deve o jornalista fazer passar a mensagem como o entrevistado quer ou manter-se fiel ao que foi dito? Ou seja, o jornalista deve escrever o que o entrevistado quer dizer ou o que ele disse?
Ou seja, imagine-se que alguém compra assim uma coisa grande numa terra pequena, grita aos quatro ventos que vai investir aí e tal, que aquilo é bom para dinamizar a terra pequena e isso tudo e, às tantas, diz que em termos de obras de recuperação vai "fazer o mínimo possível até porque é suposto o imóvel adquirido manter o cariz original". A frase é deste tipo, deve o jornalista transcrevê-la exactamente assim ou passar para o papel que "as obras de recuperação vão tentar manter o cariz original"? Note-se que a cena do "minimo possivel" ainda faz alguma diferença... este é só um exemplo prático. Comentem, discutam, divaguem... acendam-me algumas luzes!
O assunto é este: Numa entrevista, como deve ser feita a passagem para o papel? É suposto transcrever as coisas como foram ditas, ou posso "compôr" a mensagem?
No caso de o entrevistado entrar em incoerências, dizer coisas politicamente incorrectas ou que poderiam causar polémica, é suposto o jornalista "aligeirar" a coisa? E quando ele responde uma coisa numa pergunta e depois está a responder outra coisa mais ou menos parecida mas que não é a mesma coisa, é suposto o jornalista manter o que acha que ele quer dizer ou mostrar a incoêrencia?
Se um entrevistado tem dificuldades expressivas, deve o jornalista fazer passar a mensagem como o entrevistado quer ou manter-se fiel ao que foi dito? Ou seja, o jornalista deve escrever o que o entrevistado quer dizer ou o que ele disse?
Ou seja, imagine-se que alguém compra assim uma coisa grande numa terra pequena, grita aos quatro ventos que vai investir aí e tal, que aquilo é bom para dinamizar a terra pequena e isso tudo e, às tantas, diz que em termos de obras de recuperação vai "fazer o mínimo possível até porque é suposto o imóvel adquirido manter o cariz original". A frase é deste tipo, deve o jornalista transcrevê-la exactamente assim ou passar para o papel que "as obras de recuperação vão tentar manter o cariz original"? Note-se que a cena do "minimo possivel" ainda faz alguma diferença... este é só um exemplo prático. Comentem, discutam, divaguem... acendam-me algumas luzes!
Há dias assim!..
Estas mudanças de tempo... bruscas... assim... eu até gosto dos dias fora de tempo, dias de sol no inverno (quem não gosta?) e dias acinzentados no verão... mas hoje... até tou azuada. E depois não se faz nada decentemente. Azuada, isto é termo alentejano, não é?
Bom, tou "workando", trying... (xkulpe lá chefinha!) e vou continuar. O que vale é que, pelos vistos isto aqui é geral... e o big boss estar de férias! ;)
Bom, tou "workando", trying... (xkulpe lá chefinha!) e vou continuar. O que vale é que, pelos vistos isto aqui é geral... e o big boss estar de férias! ;)
segunda-feira, julho 25, 2005
Continuação dos posts sérios
Não foi a pedido de várias famílias, nem precisava. Egocêntrica e convencida como sou, com a mania que a minha opinião vale alguma coisa mas sabendo que "vale o que vale!" (amo esta expressão), bastou um pedido para sairmos da saga pseudo-humorada "Era uma vez" para entrarmos numa saga pseudo-séria, existencialista, tentando distinguir os contornos na névoa do fanatismo. (Bonito ehm?)
A discussão do post anterior a este foi feito via msn com dois amigos. Primeiro começou sério, depois claro, descambou para os lados sexuais da coisa, desta e de outras. Não, este post vai reflectir sobre o lado sério e não sobre o lado sexual, ainda que isso me custe perder uns quantos leitores.
Motivos. Ah, os motivos. Económicos, petrolíferos (que é exactamente a mesma coisa neste campo), anti-colonialismo. Religiosos. Os palpites são vários. Desconfio (e esta é a vossa deixa prezados leitores, confirmem-me ou desmintam-me) que a maior parte das pessoas pouco hesita antes de apontar o factor económico como o mais pesado.
Até pode ser, quem sou eu para dizer que não? Afinal não faço parte não estou mais inteirada do que os comuns mortais normais, europeus a quem o fanatismo pouco diz a menos que se trate de futebol. Mas mesmo assim, não consigo concordar plenamente. Não me parece muito coerente que o senhor Bin Laden, filho até de boas famílias lá no meio segundo li agures, com estudos e com inteligência (esta última duvido que alguém negue) ande por aí a dormir em grutas, refugiado com os animais, fugido do conforto do mundo "civilizado" ou "mais ou menos civilizado" no caso da sociedade dele, por guito. Não me parece. Seria-lhe muito mais fácil ir para os EUA e tornar-se estratega militar. Futuro garantido, digo eu.
Acho, desconfio, suspeito é que, pelas diferenças culturais que nos são naturalmente impostas, o europeu burguês de classe média com dois ou três televisores por casa e aspirando ao porche, não consegue conceber que há coisas que não se fazem por dinheiro. Só isso. Acho que para nós é muito mais fácil e confortável imaginá-lo "igual a nós". Mais fácil e natural, já que tendemos a analisar tudo segundo o que somos e onde vivemos. Confortável porque é menos assustador pensar nele como mais um ganancioso do que como fanático religioso. Á primeira vista a falta de escrúpulos será igual, mas só à primeira vista do observador desatento. È que no fanatismo religioso há escrúpulos sim. Só que são de matar mais, ter mais impacto, etc etc etc. Enquanto que o ganancioso fica feliz quando consegue bué da guito, o fanático religioso é mais ambicioso. E o primeiro tem medos, tem medo de perder o que já conseguiu. O segundo nada teme. Nada mesmo.
Enfim, é só uma opinião que "vale o que vale". (Já disse que amo esta expressão? É, amo mesmo).
A discussão do post anterior a este foi feito via msn com dois amigos. Primeiro começou sério, depois claro, descambou para os lados sexuais da coisa, desta e de outras. Não, este post vai reflectir sobre o lado sério e não sobre o lado sexual, ainda que isso me custe perder uns quantos leitores.
Motivos. Ah, os motivos. Económicos, petrolíferos (que é exactamente a mesma coisa neste campo), anti-colonialismo. Religiosos. Os palpites são vários. Desconfio (e esta é a vossa deixa prezados leitores, confirmem-me ou desmintam-me) que a maior parte das pessoas pouco hesita antes de apontar o factor económico como o mais pesado.
Até pode ser, quem sou eu para dizer que não? Afinal não faço parte não estou mais inteirada do que os comuns mortais normais, europeus a quem o fanatismo pouco diz a menos que se trate de futebol. Mas mesmo assim, não consigo concordar plenamente. Não me parece muito coerente que o senhor Bin Laden, filho até de boas famílias lá no meio segundo li agures, com estudos e com inteligência (esta última duvido que alguém negue) ande por aí a dormir em grutas, refugiado com os animais, fugido do conforto do mundo "civilizado" ou "mais ou menos civilizado" no caso da sociedade dele, por guito. Não me parece. Seria-lhe muito mais fácil ir para os EUA e tornar-se estratega militar. Futuro garantido, digo eu.
Acho, desconfio, suspeito é que, pelas diferenças culturais que nos são naturalmente impostas, o europeu burguês de classe média com dois ou três televisores por casa e aspirando ao porche, não consegue conceber que há coisas que não se fazem por dinheiro. Só isso. Acho que para nós é muito mais fácil e confortável imaginá-lo "igual a nós". Mais fácil e natural, já que tendemos a analisar tudo segundo o que somos e onde vivemos. Confortável porque é menos assustador pensar nele como mais um ganancioso do que como fanático religioso. Á primeira vista a falta de escrúpulos será igual, mas só à primeira vista do observador desatento. È que no fanatismo religioso há escrúpulos sim. Só que são de matar mais, ter mais impacto, etc etc etc. Enquanto que o ganancioso fica feliz quando consegue bué da guito, o fanático religioso é mais ambicioso. E o primeiro tem medos, tem medo de perder o que já conseguiu. O segundo nada teme. Nada mesmo.
Enfim, é só uma opinião que "vale o que vale". (Já disse que amo esta expressão? É, amo mesmo).
domingo, julho 24, 2005
Um post sério.
Sobre o terrorismo. A razão é óbvia. Estava para aqui a pensar nas coisas todas que andam por aí a acontecer, na nova "3a guerra mundial", muito mais complicada porque os "maus" (na nossa perspectiva) não estão delimitados a um espaço geográfico que possa ser bombardeado. Andam por aí, no meio de "nós" e aproveitam-se exactamente do progresso conquistado pelos países "desenvolvidos". A estratégia deles é boa, é inegável. São uns tipos espertos, bastante, o que nos dificulta a "coisa".
Os resultados praticos disto tudo, além da óbvia condenação moral... não sei mas desconfio que ainda vão mudar os valores católicos, base da sociedade que atacam em geral. Porquê? Porque a Europa e a América não se vão render moralmente, está visto. Há uns mortos, há protestos silenciosos, a vida continua porque "não nos podemos deixar atemorizar". E a pouco e pouco, quem sabe, talvez toda a nossa civilização deixe de pensar tanto no amanhã, desconfiando da ameaça que paira sobre todas as cabeças e aprenda a viver assim. Dando valor ao hoje e ao agora, despreendendo-se mais dos planos e afins.
Pode ser, e é sem dúvida, horrível, dramático e essas coisas todas mas é também "interessante" do ponto de vista histórico e sociológico. Afinal a História faz-se todos os dias.
Os resultados praticos disto tudo, além da óbvia condenação moral... não sei mas desconfio que ainda vão mudar os valores católicos, base da sociedade que atacam em geral. Porquê? Porque a Europa e a América não se vão render moralmente, está visto. Há uns mortos, há protestos silenciosos, a vida continua porque "não nos podemos deixar atemorizar". E a pouco e pouco, quem sabe, talvez toda a nossa civilização deixe de pensar tanto no amanhã, desconfiando da ameaça que paira sobre todas as cabeças e aprenda a viver assim. Dando valor ao hoje e ao agora, despreendendo-se mais dos planos e afins.
Pode ser, e é sem dúvida, horrível, dramático e essas coisas todas mas é também "interessante" do ponto de vista histórico e sociológico. Afinal a História faz-se todos os dias.
sábado, julho 23, 2005
Reflexões sob um ar condicionado
1º aviso: "sob" é diferente de "sobre". Se por acaso aqui entrou em busca de informações, preços comparativos ou as várias características de algumas marcas de ar condicionado para saber qual a melhor oferta preço/qualidade ou qual a solução que melhor se adequa à sua situação económica, geográfica e familiar, entrou enganado. Entrou enganado mas pode-se deixar ficar. A gente não leva a mal se ficar. Mas agora tem é que se esquecer momentâneamente do ar condicionado e pensar em assuntos mais filosóficos, mais profundos... é que vamos entrar directamente nas grandes questões existencialistas da vida humana. E ainda que nesta altura do ano um ar condicionado ajude a manter a linha de racíocinio, ele possibilita o acto de pensar em si mas a sua importância não lhe advém por ser o "objecto pensado". Ao reler esta frase dou-me conta que o tenho que pôr mais forte porque duvido que me tenha feito entender. Enfim, como não é o assunto fulcral não me vou deter neste ponto.
Ora bem, ar condicionados à parte (céus, tanta coisa só por causa dum título! É por estas e por outras que eu não gosto deles.) vamos lá entrar nas questões existencialistas: Ontem fui ao teatro. Ver? "Confissões de mulheres de 30". Se a peça é boa ou má convido todo o caro leitor a ir vê-la e a decidir sozinho, também não é sobre a peça em si que este post se destina.
Ora reparem, a peça falava de uma suposta "crise dos 3o", a idade do "agora ou nunca", as coisas que se passam, a última oportunidade para decidir o caminho que se quer seguir. Porque "se aos 20 achamos que a vida é uma boleia, aos 30 percebemos que temos que traçar o nosso caminho definitivo". Não tenho a certeza se a frase era exactamente assim mas era do género.
Ora bem, ora bem. A infância é gira e tal, é divertida, é engraçada. Tudo bem, a infância. Mas a infância não nos dá lá muita autonomia nem hipótese de racíocionio, enfim. A infância é engraçada mas não é a idade das certezas, conhecimento nem da realização. Depois vêm a adolescência. Céus, a idade do armário, as crises, as emoções, os 50 mil livros de ajuda aos pais para ajudarem os filhotes a passar essa dificil fase de borbulhas no rosto. Depois vem a idade dos 20, aquela em que já queremos ter toda a autonomia do mundo mas só temos alguma. A idade de arranjar trabalho e não conseguir. A idade de se ser explorado e mal tratado a nível profissional, o estagiário que anda a servir cafés e a bajular os pés do chefe. Depois vem a idade dos 30, a idade do "agora ou nunca", a idade do peso da escolha definitiva. Depois é a crise da meia-idade, a menopausa, uma tentativa ridicula de se viver as outras idades desprezadas na altura. Depois vem a velhice e tudo o que trás também.
Basicamente a nossa sociedade e a sua psicologia barata andam por aí em busca de arranjar problemas e dificuldades em todas as épocas, pessoas, estratos socias, culturas e por aí fora. Acho que a nossa sociedade anda a sofrer de uma qualquer psicose vitimizadora ou qualquer coisa do género. E acho engraçado porque em todo o lado a rapidez urge, o momento é o agora, a instantaneidade das coisas, os milagres em 5 minutos. Mas "agora" nunca se está bem.
Ora bem, ar condicionados à parte (céus, tanta coisa só por causa dum título! É por estas e por outras que eu não gosto deles.) vamos lá entrar nas questões existencialistas: Ontem fui ao teatro. Ver? "Confissões de mulheres de 30". Se a peça é boa ou má convido todo o caro leitor a ir vê-la e a decidir sozinho, também não é sobre a peça em si que este post se destina.
Ora reparem, a peça falava de uma suposta "crise dos 3o", a idade do "agora ou nunca", as coisas que se passam, a última oportunidade para decidir o caminho que se quer seguir. Porque "se aos 20 achamos que a vida é uma boleia, aos 30 percebemos que temos que traçar o nosso caminho definitivo". Não tenho a certeza se a frase era exactamente assim mas era do género.
Ora bem, ora bem. A infância é gira e tal, é divertida, é engraçada. Tudo bem, a infância. Mas a infância não nos dá lá muita autonomia nem hipótese de racíocionio, enfim. A infância é engraçada mas não é a idade das certezas, conhecimento nem da realização. Depois vêm a adolescência. Céus, a idade do armário, as crises, as emoções, os 50 mil livros de ajuda aos pais para ajudarem os filhotes a passar essa dificil fase de borbulhas no rosto. Depois vem a idade dos 20, aquela em que já queremos ter toda a autonomia do mundo mas só temos alguma. A idade de arranjar trabalho e não conseguir. A idade de se ser explorado e mal tratado a nível profissional, o estagiário que anda a servir cafés e a bajular os pés do chefe. Depois vem a idade dos 30, a idade do "agora ou nunca", a idade do peso da escolha definitiva. Depois é a crise da meia-idade, a menopausa, uma tentativa ridicula de se viver as outras idades desprezadas na altura. Depois vem a velhice e tudo o que trás também.
Basicamente a nossa sociedade e a sua psicologia barata andam por aí em busca de arranjar problemas e dificuldades em todas as épocas, pessoas, estratos socias, culturas e por aí fora. Acho que a nossa sociedade anda a sofrer de uma qualquer psicose vitimizadora ou qualquer coisa do género. E acho engraçado porque em todo o lado a rapidez urge, o momento é o agora, a instantaneidade das coisas, os milagres em 5 minutos. Mas "agora" nunca se está bem.
quinta-feira, julho 21, 2005
Um conto de dormir para a Maguiga:
Vejo o Robin dos Bosques, ágil ladrão de proezas inalcançáveis pela mente comum, sorrateiro na luta pelos seus comunistas ideias, procurando pelos seus meios a igualdade, a correcção das assimetrias, a procura de um bem comum a toda uma humanidade ignorante seguindo apenas o caminho por ele escolhido, um caminho a desbravar.
Imagino o Robin dos Bosques a trabalhar onde eu “trabalho”. Imagino-o com um saco cheio de dinheiro, tentando ajudar e corrigir, tentando servir o seu próximo procurando o seu bem. Imagino o Robin dos Bosques em Évora, calcorreando ruas para cima e para baixo nessa distribuição altruísta do Bem.
Robin, entrando numa loja – Boa Tarde, vim para vos salvar o negócio!
Empregada da Loja 1 – Pois… estou a ver.. o patrão não está e esses assuntos são com ele. Se calhar ele ainda cá vem à tarde. Tente passar por cá por volta das 19h00.
R – Está bem, volto cá por volta dessa hora.
Robin, entrando noutra loja – Boa Tarde, vim para vos salvar o negócio!
Empregada da Loja 2 – Pois… o patrão é que trata desses assuntos mas não está… e não deve vir hoje, porque ele não está na cidade.
Robin, entrando em outra loja – Boa Tarde! Vim para vos salvar o negócio!
Empregada da Loja 3 – Só um momento, vou chamar o patrão.
Patrão da Loja 3 – Diga?
R – Vim para vos salvar o negócio!
Patrão – Salvar o negócio? Com a crise que por aqui vai? Nááá…
R – Tomai gentil senhor este saco de dinheiro…
Patrão – Oh filho, tu deves tar parvo. Não vês que isto tá tudo mal?
R – Mas eis aqui a solução!
Patrão – Oh filho… tamos em crise, não quero solução nenhuma. Isto anda mal e a culpa é dos gajos do governo, não vês que anda tudo mal? E a gente não tem nada a ver com isso.
R – Mas está aqui a solução!
Patrão – Já te disse que não, tamos em crise!
Robin, saindo atarantado. Entrando em outra loja e em mais outra e noutra e noutra. Robin recebendo sucessivos “nãos” dos patrões que estavam recebendo avisos de que “o patrão não está, não sabemos se vem, ele às vezes até aparece aí à tarde ou ao fim da tarde mas não sabemos se vem”.
Robin pensando “pois pois, belo país, e depois querem abébias”. Robin desistindo do seu plano e tentativa de salvar o mundo.
Robin, não desistas.
Imagino o Robin dos Bosques a trabalhar onde eu “trabalho”. Imagino-o com um saco cheio de dinheiro, tentando ajudar e corrigir, tentando servir o seu próximo procurando o seu bem. Imagino o Robin dos Bosques em Évora, calcorreando ruas para cima e para baixo nessa distribuição altruísta do Bem.
Robin, entrando numa loja – Boa Tarde, vim para vos salvar o negócio!
Empregada da Loja 1 – Pois… estou a ver.. o patrão não está e esses assuntos são com ele. Se calhar ele ainda cá vem à tarde. Tente passar por cá por volta das 19h00.
R – Está bem, volto cá por volta dessa hora.
Robin, entrando noutra loja – Boa Tarde, vim para vos salvar o negócio!
Empregada da Loja 2 – Pois… o patrão é que trata desses assuntos mas não está… e não deve vir hoje, porque ele não está na cidade.
Robin, entrando em outra loja – Boa Tarde! Vim para vos salvar o negócio!
Empregada da Loja 3 – Só um momento, vou chamar o patrão.
Patrão da Loja 3 – Diga?
R – Vim para vos salvar o negócio!
Patrão – Salvar o negócio? Com a crise que por aqui vai? Nááá…
R – Tomai gentil senhor este saco de dinheiro…
Patrão – Oh filho, tu deves tar parvo. Não vês que isto tá tudo mal?
R – Mas eis aqui a solução!
Patrão – Oh filho… tamos em crise, não quero solução nenhuma. Isto anda mal e a culpa é dos gajos do governo, não vês que anda tudo mal? E a gente não tem nada a ver com isso.
R – Mas está aqui a solução!
Patrão – Já te disse que não, tamos em crise!
Robin, saindo atarantado. Entrando em outra loja e em mais outra e noutra e noutra. Robin recebendo sucessivos “nãos” dos patrões que estavam recebendo avisos de que “o patrão não está, não sabemos se vem, ele às vezes até aparece aí à tarde ou ao fim da tarde mas não sabemos se vem”.
Robin pensando “pois pois, belo país, e depois querem abébias”. Robin desistindo do seu plano e tentativa de salvar o mundo.
Robin, não desistas.
quarta-feira, julho 20, 2005
Continuando com a saga "Era uma vez"
Era uma vez o marido da Cinderela, já vocês sabem, famoso Príncipe Encantado e cheio de Encantos também. Ora o Príncipe Encantado da Cinderela, sendo pois personagem de uma história de contos, era grande amigo do Robin dos Bosques. Acontece pois que as histórias de encantar com príncipes encantados contam-nos a parte do princípio, a aventura em si, aquilo que nos faz sonhar e que não acontece todos os dias. Ora acontece também que, a menos que as personagens morram durante as narrativas (caso subtil da maioria das bruxas), as personagens continuam vivendo, mais alegres e felizes nuns momentos, com outros problemas nos outros.
Ora pois bem, o resto da história não contada que vos vou contar não é uma história de fraldas, chupetas, cansaços de mães que se desdobram em vinte, brigas de adolescentes nem nada do género. E não é destes temas por duas razões: primeiro seria básico se assim fosse. Ideia batida e mastigada e já se sabe que eu tenho preferência por outro tipo de ideias... tipo mistas! (ihihi, g'anda trocadilho Sú!!). E a segunda razão é porque a Cinderela e o Príncipe encantado não poderiam constar desse tipo de histórias porque, apesar de já casados ainda não foram agraciados com a benção de pequenos histéricos rebentos a chorarem e a guincharem pelos cantos da casa exigindo o novo jogo da playstation ou afins.
E também não é uma história sobre infidelidade porque o Príncipe confiava a cem por cento na Cinderela. A sério. Confiava mesmo.
Bom, voltando ao princípio da história, estava o Príncipe Encantado (P) a falar com o amigo Robin (R):
P - Mas é que... quero dizer... antes estava tudo bem, nem sequer tinha motivos para me preocupar...
R - Então? Que se passa agora?
P - Bom... sabes... quando a Cnderela e eu começamos a andar e isso eu descobri que ela usava cuecas fio dental...
R - Sim, eu sei, e...?
P - E prontos, já sabes, naquela altura quem usava cuecas fio dental era considerada instântaneamente como "devassa" para não dizer outras coisas.
R - Sim, putas. Desembuxa lá!
P - Pois, é isso. Ora eu já conhecia bem a Cinderela nessa altura, foi uma beca estranho mas nada de muito importante. E depois pensei que, enquanto ela usasse cuecas fio dental estava tudo bem, afinal, não se iria atrever a despir em frente a qualquer um e a aparecer com ar de puta, que ela não é. Causava má impressão.
R - Portanto a confiança que tens na tua mulher advém das cuecas que ela usa?
P - Não... Sim... bom, é mais ou menos isso sim. O que acontece é que agora parece que as cuecas fio dental ficaram na moda e já ninguém acha escabroso como achávamos nós na nossa altura!
R - E portanto deixaste de ter motivos para confiar na tua mulher? Tipo, "diz-me que cuecas usas e dir-te-ei quem és"?
P - Sim, tens razão, é pavoíce minha... deixa lá.
E foram-se embora, cada um para seu lado. Só ao chegar a casa se deu conta, o afamado Príncipe, de uma inquietante questão. Decidiu então telefonar ao seu amigo para de novo voltar ao mesmo assunto.
P - Olha lá... quando eu te disse que a Cinderela usava cuecas fio dental... o que é que quiseste dizer com "eu sei"??
Ora pois bem, o resto da história não contada que vos vou contar não é uma história de fraldas, chupetas, cansaços de mães que se desdobram em vinte, brigas de adolescentes nem nada do género. E não é destes temas por duas razões: primeiro seria básico se assim fosse. Ideia batida e mastigada e já se sabe que eu tenho preferência por outro tipo de ideias... tipo mistas! (ihihi, g'anda trocadilho Sú!!). E a segunda razão é porque a Cinderela e o Príncipe encantado não poderiam constar desse tipo de histórias porque, apesar de já casados ainda não foram agraciados com a benção de pequenos histéricos rebentos a chorarem e a guincharem pelos cantos da casa exigindo o novo jogo da playstation ou afins.
E também não é uma história sobre infidelidade porque o Príncipe confiava a cem por cento na Cinderela. A sério. Confiava mesmo.
Bom, voltando ao princípio da história, estava o Príncipe Encantado (P) a falar com o amigo Robin (R):
P - Mas é que... quero dizer... antes estava tudo bem, nem sequer tinha motivos para me preocupar...
R - Então? Que se passa agora?
P - Bom... sabes... quando a Cnderela e eu começamos a andar e isso eu descobri que ela usava cuecas fio dental...
R - Sim, eu sei, e...?
P - E prontos, já sabes, naquela altura quem usava cuecas fio dental era considerada instântaneamente como "devassa" para não dizer outras coisas.
R - Sim, putas. Desembuxa lá!
P - Pois, é isso. Ora eu já conhecia bem a Cinderela nessa altura, foi uma beca estranho mas nada de muito importante. E depois pensei que, enquanto ela usasse cuecas fio dental estava tudo bem, afinal, não se iria atrever a despir em frente a qualquer um e a aparecer com ar de puta, que ela não é. Causava má impressão.
R - Portanto a confiança que tens na tua mulher advém das cuecas que ela usa?
P - Não... Sim... bom, é mais ou menos isso sim. O que acontece é que agora parece que as cuecas fio dental ficaram na moda e já ninguém acha escabroso como achávamos nós na nossa altura!
R - E portanto deixaste de ter motivos para confiar na tua mulher? Tipo, "diz-me que cuecas usas e dir-te-ei quem és"?
P - Sim, tens razão, é pavoíce minha... deixa lá.
E foram-se embora, cada um para seu lado. Só ao chegar a casa se deu conta, o afamado Príncipe, de uma inquietante questão. Decidiu então telefonar ao seu amigo para de novo voltar ao mesmo assunto.
P - Olha lá... quando eu te disse que a Cinderela usava cuecas fio dental... o que é que quiseste dizer com "eu sei"??
terça-feira, julho 19, 2005
Era uma vez...
Há bués da time, três porcos que tinham na mania que eram muito machos. Andavam para aí armados aos cucus, com altas correntes de ouro penduradas ao pescoço, coletes pretos estilo motard, botas de biqueira de aço e esses assessórios todos que vocês já estão a imaginar. Tinham um bocado a mania que eram vândalos marginais e marginalizados pela sociedade, achavam que o pessoal tinha medo deles e faziam por isso. Andavam sempre os três. Ora, na verdade, o pessoal conhecia-os de gingeira. Especialmente nas noites de festa, quando se embebedavam. Pelas costas eles até eram mais conhecidos pelos 3 porquinhos “especiais”.
A mãe que também era uma porca, claro está, no sentido literal da palavra e não no sentido literário segundo estranhas metáforas que o caro/a leitor/a possa estar a fazer, desconfiava bem do que tinha em casa. Até porque os 3 porquinhos “especiais” já andavam a rondar a meia-idade e nada de casar, arranjar namoradas nem nada do género. Ora a mãe porca, desgostosa por não vir a ter porquinhos normais em casa para estragar com mimos, decidiu que, antes de esticar o pernil, havia de arranjar maneira dos porcões armados em arruaçeiros seguissem com a vida deles, independentes da mãe, processo este que toda a gente sabe, ser muito doloroso e complicado para todos os ditos “especiais”.
Mandou-os pois a mãe à vida deles e eles, coitados, sentiram-se desgostosos e rejeitados. Armaram-se ainda mais em mauzões arroaçeiros na rua e em desconsolados chorões dentro de casa ou depois de umas quantas jolas a mais. Isto durou algum dia, até terem ouvido falar de um lobo mauzão que os queria comer.
Ora então, foi uma festa! Os três porquinhos “especiais” deram alas à imaginação a ver qual dos três conseguia ser o comido pelo tal lobo mauzão. Seguiram-se então uma série de peripécias que foram desde à construção de boites duvidosas onde só era permitida a entrada a “mauzões” para festas “de Homens exclusivamente” até shows de transformismo do mais alto/baixo nível.
Pois já se sabe que em todas as famílias há sempre uma ovelha negra, e esta não é excepção. Havia pois sim um dos porquinhos “especiais” que não queria ser “especial” e que não curtia da cena de ser gozado pelos outros. Os dois porquinhos mais velhos conseguiram o seu objectivo, lá foram os dois comidos pelo lobo. O terceiro porquinho “especial” foi ficando para trás. Em vez de participar na sociedade da boite duvidosa arranjou uma porca jeitosa que não lhe chateava muito a cabeça, numa noite de bebedeira enganou-se e lá lhe fez um filho.
A mãe porca confirmou as suas suspeitas em relação aos dois porquinhos “especiais” que haviam sido comidos pelo lobo, e ainda eram de vez em quando. Pelo lobo ou por outros lobos eventuais, enfim, andavam na “má vida”. Mas ficou contente a mãe porca, porque conseguiu ter os porquinhos netinhos com que sonhava há anos.
A mãe que também era uma porca, claro está, no sentido literal da palavra e não no sentido literário segundo estranhas metáforas que o caro/a leitor/a possa estar a fazer, desconfiava bem do que tinha em casa. Até porque os 3 porquinhos “especiais” já andavam a rondar a meia-idade e nada de casar, arranjar namoradas nem nada do género. Ora a mãe porca, desgostosa por não vir a ter porquinhos normais em casa para estragar com mimos, decidiu que, antes de esticar o pernil, havia de arranjar maneira dos porcões armados em arruaçeiros seguissem com a vida deles, independentes da mãe, processo este que toda a gente sabe, ser muito doloroso e complicado para todos os ditos “especiais”.
Mandou-os pois a mãe à vida deles e eles, coitados, sentiram-se desgostosos e rejeitados. Armaram-se ainda mais em mauzões arroaçeiros na rua e em desconsolados chorões dentro de casa ou depois de umas quantas jolas a mais. Isto durou algum dia, até terem ouvido falar de um lobo mauzão que os queria comer.
Ora então, foi uma festa! Os três porquinhos “especiais” deram alas à imaginação a ver qual dos três conseguia ser o comido pelo tal lobo mauzão. Seguiram-se então uma série de peripécias que foram desde à construção de boites duvidosas onde só era permitida a entrada a “mauzões” para festas “de Homens exclusivamente” até shows de transformismo do mais alto/baixo nível.
Pois já se sabe que em todas as famílias há sempre uma ovelha negra, e esta não é excepção. Havia pois sim um dos porquinhos “especiais” que não queria ser “especial” e que não curtia da cena de ser gozado pelos outros. Os dois porquinhos mais velhos conseguiram o seu objectivo, lá foram os dois comidos pelo lobo. O terceiro porquinho “especial” foi ficando para trás. Em vez de participar na sociedade da boite duvidosa arranjou uma porca jeitosa que não lhe chateava muito a cabeça, numa noite de bebedeira enganou-se e lá lhe fez um filho.
A mãe porca confirmou as suas suspeitas em relação aos dois porquinhos “especiais” que haviam sido comidos pelo lobo, e ainda eram de vez em quando. Pelo lobo ou por outros lobos eventuais, enfim, andavam na “má vida”. Mas ficou contente a mãe porca, porque conseguiu ter os porquinhos netinhos com que sonhava há anos.
segunda-feira, julho 18, 2005
Prioridades
- Sim, mas já viste bem… Ah, um café se faz favor. Com adoçante. Já viste bem a sala dela? Quer dizer, com um cargo tão importante no banco, tão bem sucedida em tudo e não consegue pôr a saia da mesa a condizer com os sofás?
- Mas que ela não tem gosto nenhum não é surpresa. E além disso, sempre com a outra, tão mal arranjada.
- Exactamente! Quer dizer, o horário lá no emprego xpto até lhe deixa muito tempo livre, não é como nós, sempre numa azafama para trás e para a frente, ir buscar os miúdos da escola, levá-los para as actividades extra-curriculares, dar-lhes banho, arrumar a casa… porque isso de ter um horário das 9h00 às 5h00 até é bem mais confortável!
- Claro, e mesmo assim nem tem tempo para arranjar uns sofás que dêem com a saia da mesa. Só visto! E com tanto dinheiro, os sofás até são bons, mas que falta de gosto!
- Há coisas que o dinheiro não compra, não é?
Apaga o cigarro no cinzeiro já cheio, o café ainda vai a meio, é bebido devagar.
- E a outra, tanta coisa tanta coisa e vai no fim nem marido consegue arranjar!
- Ah Ah Ah! Precisamente, e vai dizendo que não, que ela é que não quer porque nem tempo tem para ela e que a maternidade não lhe diz nada…
- Mais uma que não desencalha!
Mais uma pausa na conversa, um olhar que se demora ao longe.
- E já viste? Coitada daquela… com 4 miúdos e agora ficou sem empregada! Não sei como é que vai fazer, ultimamente é tão complicado arranjar alguém de confiança…
- Olha, a minha agora veio com conversas que queria ser de novo aumenta.
- Andam todas na mesma. O pior é que depois ficam à conversa no talho umas com as outras para saber que regalias têm… parece uma combinação contra nós! Ambiciosas…
Chega-se o fim da tarde. Há que ir buscar os miúdos ao colégio, levá-los às actividades extra-curriculares e seguir na vida atribulada.
- Mas que ela não tem gosto nenhum não é surpresa. E além disso, sempre com a outra, tão mal arranjada.
- Exactamente! Quer dizer, o horário lá no emprego xpto até lhe deixa muito tempo livre, não é como nós, sempre numa azafama para trás e para a frente, ir buscar os miúdos da escola, levá-los para as actividades extra-curriculares, dar-lhes banho, arrumar a casa… porque isso de ter um horário das 9h00 às 5h00 até é bem mais confortável!
- Claro, e mesmo assim nem tem tempo para arranjar uns sofás que dêem com a saia da mesa. Só visto! E com tanto dinheiro, os sofás até são bons, mas que falta de gosto!
- Há coisas que o dinheiro não compra, não é?
Apaga o cigarro no cinzeiro já cheio, o café ainda vai a meio, é bebido devagar.
- E a outra, tanta coisa tanta coisa e vai no fim nem marido consegue arranjar!
- Ah Ah Ah! Precisamente, e vai dizendo que não, que ela é que não quer porque nem tempo tem para ela e que a maternidade não lhe diz nada…
- Mais uma que não desencalha!
Mais uma pausa na conversa, um olhar que se demora ao longe.
- E já viste? Coitada daquela… com 4 miúdos e agora ficou sem empregada! Não sei como é que vai fazer, ultimamente é tão complicado arranjar alguém de confiança…
- Olha, a minha agora veio com conversas que queria ser de novo aumenta.
- Andam todas na mesma. O pior é que depois ficam à conversa no talho umas com as outras para saber que regalias têm… parece uma combinação contra nós! Ambiciosas…
Chega-se o fim da tarde. Há que ir buscar os miúdos ao colégio, levá-los às actividades extra-curriculares e seguir na vida atribulada.
terça-feira, julho 12, 2005
Um terrível plano para conquistar o mundo
Por todo o lado sabemos e ouvimos histórias de bravos e corajosos jornalistas cujos trabalhos são feitos em condições adversas, perigosas, arriscadas onde a própria vida se encontra em elevado perigo. Estes são os casos de nobres repórteres que se vêem em ensanguentadas guerras, que combatem com as câmaras terríveis fogos, que encontram o mais atroz dos sofrimentos espelhado nos olhos de inocentes vítimas de desastres naturais ou desastres irracionais.
Pois a imprensa regional também têm os seus perigos, riscos, as suas ameaças. Eu que vo-los diga quando saímos de carro com um sol abrasador e 40 graus. Quando os ovos já deixaram de fritar instantaneamente na calçada para simplesmente passarem ao estado gasoso é quando começa a história que vivi e que aqui vou reproduzir para que toda a gente saiba as ameaças com que todos os dias jornalistas e o próprio mundo, se debatem numa tentativa desesperada de sobrevivência.
O cenário: as termas de XXXX (para bem da minha continuidade física não vou revelar nomes). Um barracão mal-amanhado onde as temperaturas exteriores se sentiam como frescas comparadas com o interior. Mas o pior meus amigos, o pior! Oh meu deus, cada vez que me lembro parece que o sinto de novo, o pior caros leitores, foi o cheiro. Aquele cheiro, oh céus, o cheiro. Ovos podres, putrefactos, um odor a inferno. Enxofre, para ser clara. Pois bem, o cheiro entranha-se, domina, inala-se até se perder metade da consciência, pega-se ao cabelo, às camisas, domina-nos, apodera-se da mente não deixando espaço a mais nada. Mas o pior ainda estava para vir.
O vilão: Reinante e imperador daquele sub-mundo no qual circulava gente de poucas vestes, aspecto de morto-vivos, gente que aclamadamente para esse lugar vai de livre e espontânea vontade e ainda pagando para isso. Bom, naquele antro donde é senhor (ou vice-presidente ou vogal), o vilão sabe que tem agentes químicos que vão cumprindo a sua função de atordoamento. O vilão dá-se por isso ao luxo de ter um aspecto pacato e até pacífico. Vê as suas pobres vítimas (a chefinha e eu) começarem a ceder ao cheiro, nas caras o nojo espelhado, a boca salivante, o pensamento turvo, cada vez mais turvo e o cheiro, oh céus, o cheiro! Esse cheiro potenciado pelo calor, esse cheiro entranhado em todo o lado, aquele cheiro! E o vilão espera enquanto as vítimas controlam o desespero, e o vilão aguarda pacientemente enquanto as vítimas aguentam só um pouco mais, e o vilão não tem pressa quando pressentem que as vítimas vão começar a espernear. O que faz o vilão nesta altura? O vilão é um génio do mal, o vilão fala e fala, atentamente, pausadamente, claramente, devagar, muito devagar. O vilão explica e re-explica, atenciosamente inquire se há perguntas, quer saber se se fez entender.
Corajosas as vítimas vão-se aguentando e ao fundo do túnel (ou melhor, do barracão mal-amanhado) aparece uma luzinha, ténue mas brilhante, sinal de esperança, a salvação está perto. Mas o vilão não se cala, há mais coisas interessantes para dizer, para mostrar, para apontar. Ás vezes desfaz-se em amabilidades para mostrar às vítimas como funciona este ou aquele equipamento. Demora-se e tarda-se no chamado “Duche Hemorroidal”, mostra como funciona uma retrete com um chuveiro lá dentro virado para cima. Mostra mas não demostra. E a saída cada vez mais perto. Caminhamos para lá, pausadamente, ao ritmo cadenciado pelo discurso cuidadosamente cadenciado. Tentamos aguentar as réstias de sanidade mental e física e chegamos finalmente ao quarto donde vinha a luz. Uma fonte. Uma fonte de água límpida e cristalina, uma fonte com janela ao fundo. E o vilão desfaz-se em amabilidades e é rasteiro, oh tão rasteiro e vil, tão manhoso e ardiloso… o vilão estende dois copos cheios do inocente líquido cristalino. Á nossa volta o cheiro putrefacto que nos invade, que já se tornou parte de nós, que se colou a braços e roupa deixando uma sensação pegajosa, colante. O vilão estende dois copos inocentes e fala, fala, fala. O vilão diz: “Ah… meras mortais contempladas com a graça dos deuses, é a vós e só a vós tristes e ingénuas pessoínhas que vou conceder a dádiva de levarem aos vossos pecadores lábios o néctar, o miraculoso néctar de águas sulfurosas sem vestígios de estreptococos, a pureza da verdadeira e miraculosa fonte da vida, mais do que diamantes em estado líquido! Um privilégio que não mereceis, uma ventura que vos concedo uma vez na vida para que espalheis a boa nova!”
E nós, ingénuas e inocentes, nós de mente turvada e pensamento pouco claro, eis que nós subjugadas nos deixamos levar pela promessa do fim do sofrimento. As bocas abrem-se sôfregas, a avidez de dar um golo que nos salve, o desejo veemente e o líquido que primeiro refresca… mas depois… depois percebemos o plano! Ah, não! Somos jornalistas, como o super-homem, como todos os super-heróis dos tempos modernos! O caso do Watergate não é nada comparado com este maléfico plano, do planeta de Kripton jamais virá tamanha ameaça!
O néctar de águas sulfurosas mais não é senão o cheiro em estado líquido, a putrefacção que se nos cola à pele que nos quer tomar o interior. Os nossos órgãos que se queria pútridos, decompostos para que nos tornássemos em cadáveres zombies de cheiro a enxofre, meros peões ao serviço daquele terrível plano.
Duas jornalistas frente a um vice-presidente de umas termas. Água sulfurosa. Vómitos na garganta. Mas ele sabe que tem o poder, ele sabe que paga publicidade. Um esgar de vitória dele quando duas jornalistas engolem com cara de nojo o líquido do mal. Mas não se escapa, no fim sai um “belhac”. Depois a fuga! Ele pergunta se não queremos almoçar mas o golpe acordou-nos para a vida de novo, o golpe não deu os seus frutos quando duas imparáveis e temerosas jornalistas descobrem o segredo escondido, encontram o plano malévolo. A fuga. Conseguimos, por pouco mas conseguimos!
Por favor caro leitor, assim que vir a nova “Frise de águas sulfurosas” ou “Frise de enxofre” ou ainda quem sabe “Frise sem estreptococos”… tenha medo, tenha muito medo!!
(E os meus parabéns se conseguiu chegar até ao fim desta leitura completamente narrativa e cem por cento fiel aos acontecimentos, que devido à importância do assunto teve que ser deste tamanho)
Pois a imprensa regional também têm os seus perigos, riscos, as suas ameaças. Eu que vo-los diga quando saímos de carro com um sol abrasador e 40 graus. Quando os ovos já deixaram de fritar instantaneamente na calçada para simplesmente passarem ao estado gasoso é quando começa a história que vivi e que aqui vou reproduzir para que toda a gente saiba as ameaças com que todos os dias jornalistas e o próprio mundo, se debatem numa tentativa desesperada de sobrevivência.
O cenário: as termas de XXXX (para bem da minha continuidade física não vou revelar nomes). Um barracão mal-amanhado onde as temperaturas exteriores se sentiam como frescas comparadas com o interior. Mas o pior meus amigos, o pior! Oh meu deus, cada vez que me lembro parece que o sinto de novo, o pior caros leitores, foi o cheiro. Aquele cheiro, oh céus, o cheiro. Ovos podres, putrefactos, um odor a inferno. Enxofre, para ser clara. Pois bem, o cheiro entranha-se, domina, inala-se até se perder metade da consciência, pega-se ao cabelo, às camisas, domina-nos, apodera-se da mente não deixando espaço a mais nada. Mas o pior ainda estava para vir.
O vilão: Reinante e imperador daquele sub-mundo no qual circulava gente de poucas vestes, aspecto de morto-vivos, gente que aclamadamente para esse lugar vai de livre e espontânea vontade e ainda pagando para isso. Bom, naquele antro donde é senhor (ou vice-presidente ou vogal), o vilão sabe que tem agentes químicos que vão cumprindo a sua função de atordoamento. O vilão dá-se por isso ao luxo de ter um aspecto pacato e até pacífico. Vê as suas pobres vítimas (a chefinha e eu) começarem a ceder ao cheiro, nas caras o nojo espelhado, a boca salivante, o pensamento turvo, cada vez mais turvo e o cheiro, oh céus, o cheiro! Esse cheiro potenciado pelo calor, esse cheiro entranhado em todo o lado, aquele cheiro! E o vilão espera enquanto as vítimas controlam o desespero, e o vilão aguarda pacientemente enquanto as vítimas aguentam só um pouco mais, e o vilão não tem pressa quando pressentem que as vítimas vão começar a espernear. O que faz o vilão nesta altura? O vilão é um génio do mal, o vilão fala e fala, atentamente, pausadamente, claramente, devagar, muito devagar. O vilão explica e re-explica, atenciosamente inquire se há perguntas, quer saber se se fez entender.
Corajosas as vítimas vão-se aguentando e ao fundo do túnel (ou melhor, do barracão mal-amanhado) aparece uma luzinha, ténue mas brilhante, sinal de esperança, a salvação está perto. Mas o vilão não se cala, há mais coisas interessantes para dizer, para mostrar, para apontar. Ás vezes desfaz-se em amabilidades para mostrar às vítimas como funciona este ou aquele equipamento. Demora-se e tarda-se no chamado “Duche Hemorroidal”, mostra como funciona uma retrete com um chuveiro lá dentro virado para cima. Mostra mas não demostra. E a saída cada vez mais perto. Caminhamos para lá, pausadamente, ao ritmo cadenciado pelo discurso cuidadosamente cadenciado. Tentamos aguentar as réstias de sanidade mental e física e chegamos finalmente ao quarto donde vinha a luz. Uma fonte. Uma fonte de água límpida e cristalina, uma fonte com janela ao fundo. E o vilão desfaz-se em amabilidades e é rasteiro, oh tão rasteiro e vil, tão manhoso e ardiloso… o vilão estende dois copos cheios do inocente líquido cristalino. Á nossa volta o cheiro putrefacto que nos invade, que já se tornou parte de nós, que se colou a braços e roupa deixando uma sensação pegajosa, colante. O vilão estende dois copos inocentes e fala, fala, fala. O vilão diz: “Ah… meras mortais contempladas com a graça dos deuses, é a vós e só a vós tristes e ingénuas pessoínhas que vou conceder a dádiva de levarem aos vossos pecadores lábios o néctar, o miraculoso néctar de águas sulfurosas sem vestígios de estreptococos, a pureza da verdadeira e miraculosa fonte da vida, mais do que diamantes em estado líquido! Um privilégio que não mereceis, uma ventura que vos concedo uma vez na vida para que espalheis a boa nova!”
E nós, ingénuas e inocentes, nós de mente turvada e pensamento pouco claro, eis que nós subjugadas nos deixamos levar pela promessa do fim do sofrimento. As bocas abrem-se sôfregas, a avidez de dar um golo que nos salve, o desejo veemente e o líquido que primeiro refresca… mas depois… depois percebemos o plano! Ah, não! Somos jornalistas, como o super-homem, como todos os super-heróis dos tempos modernos! O caso do Watergate não é nada comparado com este maléfico plano, do planeta de Kripton jamais virá tamanha ameaça!
O néctar de águas sulfurosas mais não é senão o cheiro em estado líquido, a putrefacção que se nos cola à pele que nos quer tomar o interior. Os nossos órgãos que se queria pútridos, decompostos para que nos tornássemos em cadáveres zombies de cheiro a enxofre, meros peões ao serviço daquele terrível plano.
Duas jornalistas frente a um vice-presidente de umas termas. Água sulfurosa. Vómitos na garganta. Mas ele sabe que tem o poder, ele sabe que paga publicidade. Um esgar de vitória dele quando duas jornalistas engolem com cara de nojo o líquido do mal. Mas não se escapa, no fim sai um “belhac”. Depois a fuga! Ele pergunta se não queremos almoçar mas o golpe acordou-nos para a vida de novo, o golpe não deu os seus frutos quando duas imparáveis e temerosas jornalistas descobrem o segredo escondido, encontram o plano malévolo. A fuga. Conseguimos, por pouco mas conseguimos!
Por favor caro leitor, assim que vir a nova “Frise de águas sulfurosas” ou “Frise de enxofre” ou ainda quem sabe “Frise sem estreptococos”… tenha medo, tenha muito medo!!
(E os meus parabéns se conseguiu chegar até ao fim desta leitura completamente narrativa e cem por cento fiel aos acontecimentos, que devido à importância do assunto teve que ser deste tamanho)
quinta-feira, julho 07, 2005
Hoje apetece-me divagar.
Assim, divagar devagar. Já se sabe que vai sair um post daqueles, comprido, aborrecido, sem dizer nada de novo nem de velho porque simplesmente não diz nada. O costume. Portanto, se o caro/a leitor/a não está acostumado a estas andanças, o melhor é dar de frosques para manter a sua sanidade mental. Se o leitor já está habituado a estas andanças então é assegurado que já não tem sanidade anal *cof cof*, enganei-me, mental, portanto pode puxar duma cadeirinha, pôr um ar atento e deixar-se ficar.
Estas divagações do muito escrever e do pouco dizer parece que me vão saindo fluídas até. Uma sorte para quem diz tão pouco de jeito quanto eu. Ao menos digo muito, uma mais valia. Quem sabe uma carreira política! Afinal, quem tem touca vai a roma! Quem sabe se depois de um futuro brilhantemente retorico na (t)arte política não vou escrever crónicas jornalísticas... era giro, afinal o bom filho à casa entorna. Mas se calhar não, acho que apesar de tudo não tenho muito feitio para gata borracheira, o que seria indispensável nos primeiros tempos. Perdão, para gata borracheira talvez até tenha, para gata borralheira é que não. De qualquer das maneiras vou guardar esta ideia em pente. Em mente, digo. Porque é sempre bom termos uma carta na tanga.
Cá em relação a ralações amorosas é que já se sabe, o costume, continuo livre e desentupida, com muito gosto. Ainda à procura de um princípe e o mal é que não aceito limitações. Imitações. Até lá vou cantando pelos cantos "Ninguém me ama, ninguém me quer, ninguém me chama de fecho eclair". Enquanto não aparece alguém para ser o ar que eu transpiro.
Enfim, voltando ao assunto dos últimos dias, working. Não me vou alongar mais neste assunto, primeiro porque toda a gente sabe que alongamentos são para aquecimento em ginástica e aqui tá um calor que parece que nos suicida. E segundo porque nesta profissão é importante que a nossa boca seja o cúmulo. Às vezes somos tão mal-tratados que só nos apetece fazer como os cães e pôr o nabo entre as pernas. Ou fazer lipo-inspirações, displantes de cabelo e usar lentes de contratos para ninguém nos reconhecer. Ou se calhar isto sou só eu a dizer mal por dizer porque como calculam, ainda não me aconteceu. E afinal de contas já lá vão... hum.... err... 4 grandiosos dias. Ainda não passei por nenhuma cegonha, é verdade.
Bom, grandioso está este post, grandioso = grande + vergonhoso. Portanto, se me dão licença, vou ali e já volto.
Estas divagações do muito escrever e do pouco dizer parece que me vão saindo fluídas até. Uma sorte para quem diz tão pouco de jeito quanto eu. Ao menos digo muito, uma mais valia. Quem sabe uma carreira política! Afinal, quem tem touca vai a roma! Quem sabe se depois de um futuro brilhantemente retorico na (t)arte política não vou escrever crónicas jornalísticas... era giro, afinal o bom filho à casa entorna. Mas se calhar não, acho que apesar de tudo não tenho muito feitio para gata borracheira, o que seria indispensável nos primeiros tempos. Perdão, para gata borracheira talvez até tenha, para gata borralheira é que não. De qualquer das maneiras vou guardar esta ideia em pente. Em mente, digo. Porque é sempre bom termos uma carta na tanga.
Cá em relação a ralações amorosas é que já se sabe, o costume, continuo livre e desentupida, com muito gosto. Ainda à procura de um princípe e o mal é que não aceito limitações. Imitações. Até lá vou cantando pelos cantos "Ninguém me ama, ninguém me quer, ninguém me chama de fecho eclair". Enquanto não aparece alguém para ser o ar que eu transpiro.
Enfim, voltando ao assunto dos últimos dias, working. Não me vou alongar mais neste assunto, primeiro porque toda a gente sabe que alongamentos são para aquecimento em ginástica e aqui tá um calor que parece que nos suicida. E segundo porque nesta profissão é importante que a nossa boca seja o cúmulo. Às vezes somos tão mal-tratados que só nos apetece fazer como os cães e pôr o nabo entre as pernas. Ou fazer lipo-inspirações, displantes de cabelo e usar lentes de contratos para ninguém nos reconhecer. Ou se calhar isto sou só eu a dizer mal por dizer porque como calculam, ainda não me aconteceu. E afinal de contas já lá vão... hum.... err... 4 grandiosos dias. Ainda não passei por nenhuma cegonha, é verdade.
Bom, grandioso está este post, grandioso = grande + vergonhoso. Portanto, se me dão licença, vou ali e já volto.
quarta-feira, julho 06, 2005
Isto de ser uma gaja trabalhadeira
tem que se lhe diga. Ora pois, ontem em correrias atrás da sinhora dótôra prufessóra ministra da educação (quem? a do cabelo esgroviado!) perdi completamente a loção do tempo. Foi de manhã mas aquilo foi um instantezinho. Se calhar porque fomos pôr a "primeira pedra" em obras já construídas.
"Veja lá que vem cá a ministra para pôr a primeira pedra no futuro museu."
"Òh senhor dótôr, mas o museu tá construído! Só precisa assim dumas remodelaçõezinhas. Não é no antigo hospital?"
"Oh bolas... poizé... nã faz mal, a ministra vem na mesma pôr a primeira pedra porque isso dá destaque e é importante e assim é que se fazem as coisas".
"Mas atão... como é que ela põe a primeira pedra?"
"Faça um buraco numa parede e ela depois enfia a primeira pedra nesse buraco. Tá resolvido".
E assim foi. Eu estive lá. A fazer de fotógrafa. Não é difícil, em 90 fotografias uma ou duas talvez possam ser aproveitadas.
Continuando, achava eu que a hipótese de vir a ser jornalista de imprensa estava fora do fogão, que era um assunto que estava morto e emperrado... mas afinal isto até é giro. E divertido. E a minha chefa é 5 estrelas. Parece que depois da tempestade do curso (que ainda não acabou) começa a vir a poupança. Esperança. A frança. (Se eu continuar assim vou ganhar o prémio de mais piadinhas secas numa só linha).
"Veja lá que vem cá a ministra para pôr a primeira pedra no futuro museu."
"Òh senhor dótôr, mas o museu tá construído! Só precisa assim dumas remodelaçõezinhas. Não é no antigo hospital?"
"Oh bolas... poizé... nã faz mal, a ministra vem na mesma pôr a primeira pedra porque isso dá destaque e é importante e assim é que se fazem as coisas".
"Mas atão... como é que ela põe a primeira pedra?"
"Faça um buraco numa parede e ela depois enfia a primeira pedra nesse buraco. Tá resolvido".
E assim foi. Eu estive lá. A fazer de fotógrafa. Não é difícil, em 90 fotografias uma ou duas talvez possam ser aproveitadas.
Continuando, achava eu que a hipótese de vir a ser jornalista de imprensa estava fora do fogão, que era um assunto que estava morto e emperrado... mas afinal isto até é giro. E divertido. E a minha chefa é 5 estrelas. Parece que depois da tempestade do curso (que ainda não acabou) começa a vir a poupança. Esperança. A frança. (Se eu continuar assim vou ganhar o prémio de mais piadinhas secas numa só linha).
segunda-feira, julho 04, 2005
Por motivos de força maior
tenho tido que me ausentar deste espaço lúdico-artístico-filosófico-social. Bom, tenho tido que me ausentar deste espaço. Espaço maravilhoso, humorístico, de debate de ideias, valores, de crítica e de apoio... bom, deste espaço. Tenho tido que me ausentar deste espaço... espaço que se revela uma lufada de ar fresco para os vossos olhos, que vos faz rir e humedecer as vistas, que vos aquece no inverno e arrefece no verão. Cof cof cof. Bom, deste espaço, tenho tido que me ausentar.
Porquê? Perguntam vocês em espasmos melo-dramáticos de soluços abafados. Ou nem perguntam, indiferentes ao meu esforço intelectual, humorístico e tantas vezes desesperado de acertar nas teclas certas para reproduzir a palavra precisa que vos acerta em cheio nesse músculo que parece um punho ensanguentado das dores e lutas da vida, das vossas vidas, o vosso coração. Onde é que eu ia? Ah, tenho tido que me ausentar. Porquê? Pois. Porquê, essa grande questão existencialista que nos ocupa mente e corpo em suspiros desesperados quando nas encruzilhadas da vida só se nos afiguram becos. (Geez, isto está-me a sair bem!!).
Hum... ausentar daqui. Porque... e agora vem uma revelação... decidi tornar-me uma mulher trabalhadeira!! Ah poizé. Ando a workar. Das 9h da matina às 19h da tardina. A bulir, all day long. E a fazer o quê? Aquele que sempre foi o meu sonho, a minha aspiração infantil, o bolo em cima da cereja, exactamente aquilo que neguei e reneguei ao meu professor de géneros: estou a fazer trabalho de jornalista. De imprensa. No famoso, internacional, conhecidissimo, tiradissimo (isto vem de grande tiragem), "Linhas de Elvas". Ou por outra, aqui. Quer dizer, não é bem ali, é na versão em papel. E como sou tão boa, dividem-me, ora escrevo e rabisco para o jornal, ora rabisco e escrevo para a revista "Ideias Mistas" que faz mais ou menos parte do jornal apesar de vendida àparte.
E esta, ehm?
Porquê? Perguntam vocês em espasmos melo-dramáticos de soluços abafados. Ou nem perguntam, indiferentes ao meu esforço intelectual, humorístico e tantas vezes desesperado de acertar nas teclas certas para reproduzir a palavra precisa que vos acerta em cheio nesse músculo que parece um punho ensanguentado das dores e lutas da vida, das vossas vidas, o vosso coração. Onde é que eu ia? Ah, tenho tido que me ausentar. Porquê? Pois. Porquê, essa grande questão existencialista que nos ocupa mente e corpo em suspiros desesperados quando nas encruzilhadas da vida só se nos afiguram becos. (Geez, isto está-me a sair bem!!).
Hum... ausentar daqui. Porque... e agora vem uma revelação... decidi tornar-me uma mulher trabalhadeira!! Ah poizé. Ando a workar. Das 9h da matina às 19h da tardina. A bulir, all day long. E a fazer o quê? Aquele que sempre foi o meu sonho, a minha aspiração infantil, o bolo em cima da cereja, exactamente aquilo que neguei e reneguei ao meu professor de géneros: estou a fazer trabalho de jornalista. De imprensa. No famoso, internacional, conhecidissimo, tiradissimo (isto vem de grande tiragem), "Linhas de Elvas". Ou por outra, aqui. Quer dizer, não é bem ali, é na versão em papel. E como sou tão boa, dividem-me, ora escrevo e rabisco para o jornal, ora rabisco e escrevo para a revista "Ideias Mistas" que faz mais ou menos parte do jornal apesar de vendida àparte.
E esta, ehm?
sábado, julho 02, 2005
Experi�ncia
Trying work with blog jet… a ber bamos… t� a resultar? Est�o a ler o post? Est� on-line? ah, e posso meter smileys… naice!… Geez, e tem corrector ortogr�fico!!!
Olha que há coisas...
que custam a perceber. A sério.
M - "Mas o blog não está a dar!! Não queres ver o que se passa?"
N - "Vejo depois, vou passear."
M - "Mas o blog não está a dar! Não te preocupa? Há gente que quer ir ao teu blog e não vai poder, há gente que o poderia encontrar e não vai encontrar! Como é que te podes ir embora assim??"
N - "Eu vejo quando voltar, não é grave."
M - "Mas como é que te podes ir embora assim? O meu blog tem muitos menos utilizadores do que o teu e se fosse comigo eu tava em pânico!"
N - "Eles esperam... não é falta de respeito pelos utilizadores mas é que há coisas mais importantes do que os blogs..."
M - "Tipo o quê??"
N -"Um passeio e uma bola de ténis. Vê lá se te vicias demais nisso dos blogs. Não é saudavel."
(Diálogo ontem às 6h da tarde quando o cão-blog do Nogui teve passado. N = Nogui, M = Mãe. E eu é que tou a precisar de ser internada como me disseram nos comentários? Poiz...)
M - "Mas o blog não está a dar!! Não queres ver o que se passa?"
N - "Vejo depois, vou passear."
M - "Mas o blog não está a dar! Não te preocupa? Há gente que quer ir ao teu blog e não vai poder, há gente que o poderia encontrar e não vai encontrar! Como é que te podes ir embora assim??"
N - "Eu vejo quando voltar, não é grave."
M - "Mas como é que te podes ir embora assim? O meu blog tem muitos menos utilizadores do que o teu e se fosse comigo eu tava em pânico!"
N - "Eles esperam... não é falta de respeito pelos utilizadores mas é que há coisas mais importantes do que os blogs..."
M - "Tipo o quê??"
N -"Um passeio e uma bola de ténis. Vê lá se te vicias demais nisso dos blogs. Não é saudavel."
(Diálogo ontem às 6h da tarde quando o cão-blog do Nogui teve passado. N = Nogui, M = Mãe. E eu é que tou a precisar de ser internada como me disseram nos comentários? Poiz...)
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