Não foi a pedido de várias famílias, nem precisava. Egocêntrica e convencida como sou, com a mania que a minha opinião vale alguma coisa mas sabendo que "vale o que vale!" (amo esta expressão), bastou um pedido para sairmos da saga pseudo-humorada "Era uma vez" para entrarmos numa saga pseudo-séria, existencialista, tentando distinguir os contornos na névoa do fanatismo. (Bonito ehm?)
A discussão do post anterior a este foi feito via msn com dois amigos. Primeiro começou sério, depois claro, descambou para os lados sexuais da coisa, desta e de outras. Não, este post vai reflectir sobre o lado sério e não sobre o lado sexual, ainda que isso me custe perder uns quantos leitores.
Motivos. Ah, os motivos. Económicos, petrolíferos (que é exactamente a mesma coisa neste campo), anti-colonialismo. Religiosos. Os palpites são vários. Desconfio (e esta é a vossa deixa prezados leitores, confirmem-me ou desmintam-me) que a maior parte das pessoas pouco hesita antes de apontar o factor económico como o mais pesado.
Até pode ser, quem sou eu para dizer que não? Afinal não faço parte não estou mais inteirada do que os comuns mortais normais, europeus a quem o fanatismo pouco diz a menos que se trate de futebol. Mas mesmo assim, não consigo concordar plenamente. Não me parece muito coerente que o senhor Bin Laden, filho até de boas famílias lá no meio segundo li agures, com estudos e com inteligência (esta última duvido que alguém negue) ande por aí a dormir em grutas, refugiado com os animais, fugido do conforto do mundo "civilizado" ou "mais ou menos civilizado" no caso da sociedade dele, por guito. Não me parece. Seria-lhe muito mais fácil ir para os EUA e tornar-se estratega militar. Futuro garantido, digo eu.
Acho, desconfio, suspeito é que, pelas diferenças culturais que nos são naturalmente impostas, o europeu burguês de classe média com dois ou três televisores por casa e aspirando ao porche, não consegue conceber que há coisas que não se fazem por dinheiro. Só isso. Acho que para nós é muito mais fácil e confortável imaginá-lo "igual a nós". Mais fácil e natural, já que tendemos a analisar tudo segundo o que somos e onde vivemos. Confortável porque é menos assustador pensar nele como mais um ganancioso do que como fanático religioso. Á primeira vista a falta de escrúpulos será igual, mas só à primeira vista do observador desatento. È que no fanatismo religioso há escrúpulos sim. Só que são de matar mais, ter mais impacto, etc etc etc. Enquanto que o ganancioso fica feliz quando consegue bué da guito, o fanático religioso é mais ambicioso. E o primeiro tem medos, tem medo de perder o que já conseguiu. O segundo nada teme. Nada mesmo.
Enfim, é só uma opinião que "vale o que vale". (Já disse que amo esta expressão? É, amo mesmo).
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