terça-feira, julho 19, 2005

Era uma vez...

Há bués da time, três porcos que tinham na mania que eram muito machos. Andavam para aí armados aos cucus, com altas correntes de ouro penduradas ao pescoço, coletes pretos estilo motard, botas de biqueira de aço e esses assessórios todos que vocês já estão a imaginar. Tinham um bocado a mania que eram vândalos marginais e marginalizados pela sociedade, achavam que o pessoal tinha medo deles e faziam por isso. Andavam sempre os três. Ora, na verdade, o pessoal conhecia-os de gingeira. Especialmente nas noites de festa, quando se embebedavam. Pelas costas eles até eram mais conhecidos pelos 3 porquinhos “especiais”.
A mãe que também era uma porca, claro está, no sentido literal da palavra e não no sentido literário segundo estranhas metáforas que o caro/a leitor/a possa estar a fazer, desconfiava bem do que tinha em casa. Até porque os 3 porquinhos “especiais” já andavam a rondar a meia-idade e nada de casar, arranjar namoradas nem nada do género. Ora a mãe porca, desgostosa por não vir a ter porquinhos normais em casa para estragar com mimos, decidiu que, antes de esticar o pernil, havia de arranjar maneira dos porcões armados em arruaçeiros seguissem com a vida deles, independentes da mãe, processo este que toda a gente sabe, ser muito doloroso e complicado para todos os ditos “especiais”.
Mandou-os pois a mãe à vida deles e eles, coitados, sentiram-se desgostosos e rejeitados. Armaram-se ainda mais em mauzões arroaçeiros na rua e em desconsolados chorões dentro de casa ou depois de umas quantas jolas a mais. Isto durou algum dia, até terem ouvido falar de um lobo mauzão que os queria comer.
Ora então, foi uma festa! Os três porquinhos “especiais” deram alas à imaginação a ver qual dos três conseguia ser o comido pelo tal lobo mauzão. Seguiram-se então uma série de peripécias que foram desde à construção de boites duvidosas onde só era permitida a entrada a “mauzões” para festas “de Homens exclusivamente” até shows de transformismo do mais alto/baixo nível.
Pois já se sabe que em todas as famílias há sempre uma ovelha negra, e esta não é excepção. Havia pois sim um dos porquinhos “especiais” que não queria ser “especial” e que não curtia da cena de ser gozado pelos outros. Os dois porquinhos mais velhos conseguiram o seu objectivo, lá foram os dois comidos pelo lobo. O terceiro porquinho “especial” foi ficando para trás. Em vez de participar na sociedade da boite duvidosa arranjou uma porca jeitosa que não lhe chateava muito a cabeça, numa noite de bebedeira enganou-se e lá lhe fez um filho.
A mãe porca confirmou as suas suspeitas em relação aos dois porquinhos “especiais” que haviam sido comidos pelo lobo, e ainda eram de vez em quando. Pelo lobo ou por outros lobos eventuais, enfim, andavam na “má vida”. Mas ficou contente a mãe porca, porque conseguiu ter os porquinhos netinhos com que sonhava há anos.

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