Já fomos, já deixamos de ser, talvez estejamos de volta. Poderá ser o regresso do mito. O mito que nunca o foi.
quinta-feira, dezembro 29, 2005
quer dançar?
e eu que não sei dançar o tango!
quarta-feira, dezembro 28, 2005
terça-feira, dezembro 27, 2005
ah pois, oh sim, ai é? vais ver, vais ler. vais sim, vais agora. começa!
Atrofio, atrofias comigo agora, que remédio enquanto ainda aí estás. E não largas o rato, já viste? Tens o rato debaixo da mão. Tem rodinha o teu rato? No meio das teclas? Gosto de ratos com rodas. Espero que tenhas um rato com rodinha. Devias ter um rato com rodinha. Deviamos todos fazer o movimento pró-rato-com-rodinhas. Eu não tenho um rato com rodinha mas é porque não tenho rato nenhum, tenho um quadradinho onde passeio o dedo.
Ainda ai tas? A fazer o quê? Eu não sei o que tou aqui a fazer. Não me apetece tar aqui, não consigo dizer, leia-se escrever, nada de jeito. Ok, não te estou a dar novidade nenhuma pois não? Bem me parecia que não. Pois. Sim. Não.
Só me apetece é beber gasóleo e labrar.
Vou-me embora agora. Vens ou ficas?
sexta-feira, dezembro 23, 2005
Hoje vou falar-vos
Não sei se já repararam mas há imensos sítios onde as portas das casas de banho públicas não tem trinco. As marcas estão lá, houve uma vez um trinco... mas já não há. Ainda não percebi se há todoum gang de ladrões de trincos de casa de banho ou se as variadas gerências decidem ao fim de algum tempo que estão fartos de abrir casas de banho que se fecham sozinhas. O que é facto é que há poucas coisas tão desagradáveis como ir fazer xixi a uma casa de banho pública sem trinco.
Em primeiro lugar é a posição. Fazer xixi numa casa de banho pública já não é por si fácil, há toda uma posição precária de equilíbrio com as pernas limitadas pelas calças. "Não me vou sentar, não me vou sentar...", faz-se força, as pernas começam a tremer, os pés não tem muita margem de manobra para o caso de desequilíbrio... Bom, a coisa piora substancialmente quando a casa de banho não tem trinco. Temos que manter a posição precária, os pés continuam limitados, o rabo não pode tocar na retrete e ainda temos que segurar a porta. Tudo ao mesmo tempo. Ah, claro, e fazer xixi e acertar no sítio.
Pessoalmente não sei se há casas de banho com câmaras de video. Até pode haver, sei lá, se filmarem de cima é capaz de não ser muito grave. É que eu gostava mesmo de assistir a uma gravação de uma casa de banho cuja porta sem trinco estivesse a mais de 50 cm da retrete. 50 cm é mais ou menos aquela distância crítica, pelo menos para mim, em que é impossível segurar a porta com os pés e é complicado segurar as calças com uma mão, limpar o rabo com a outra e segurar a porta. Tenho consciência que já fiz malabarismos incríveis a tentar cumprir todas estas tarefas ao mesmo tempo! Agora, gostava era de ver malabarismos alheios para ver se usam técnicas melhores que as minhas.
Há situações em é inevitável largar a porta por dois ou três segundos. Às vezes acontece nessa eternidade temporal alguém abri-la e dar connosco na posição mais vulnerável das nossas vidas. A cara que fazemos deve ser simplesmente digna de ser fotografada. A sério. Geralmente a porta volta-se a fechar rapidamente enquanto uma voz lá de fora pede desculpa. Quase sempre respondemos "não faz mal". Claro que faz. Faz mesmo muito mal. E o pior é as possíveis consequências da nossa resposta educada. Já pensaram se um dia destes a porta se volta a abrir de novo e nos entra alguém estranho pela casa de banho adentro? "Não faz mal, foi o que disse". Ainda praí aparece algum louco a tentar fazer xixi ao mesmo tempo que nós ou isso... "Não faz mal, pois não?".
Enquanto isso não acontece, depois do "não faz mal" inconsequente, há o encontro. A saída da casa de banho e o cara-a-cara com o idiota que nos abriu a porta. Que sabe qual é a nossa estratégia de equilíbrio. Que nos viu a fazer xixi numa casa de banho pública. Ah, se os olhares matassem....
quinta-feira, dezembro 22, 2005
Às vezes
O problema é que, mesmo se for o piscar de olhos mais sexy do mundo, pode ser só um tique.
sexta-feira, dezembro 16, 2005
Ainda a propósito de instruções de uso
Não sei se já repararam, nem sei se isto acontece em todos os pacotes mas ontem, quando ia fazer o jantar, ainda a pensar nos shampôs, tirei as ervilhas do congelador. Preparando-me para abrir a embalagem (nem reparei que marca era) dou com um "Conselhos de utilização: Descongele e coza".
Parece-me um bom conselho de utilização... afinal eu estava a ficar um bocado enjoada de espetar alfinetes nas ervilhas e comê-las como se fossem pequenos gelados.
quinta-feira, dezembro 15, 2005
Piquena reflexão:
Reconheceram aquilo? Calculo que não. Eu explico: "aquilo" mais não é senão uma parte da transcrição da parte de trás de um champô. Nem sequer foi um champô escolhido a dedo, foi mesmo uma escolha aleatória. Pois, porque caso vocês ainda não tenham reparado, TODOS os champôs possuem no verso um "modo de emprego" seguido de um número telefónico de ajuda. Juro. Vão até à vossa banheira e verifiquem, eu espero.
Já está? Confirmado? Pois, eu bem disse. Não acreditaram em mim...
Agora reparem: quem raios é que precisa de um modo de emprego sobre champô?? Quer dizer, lavar a cabeça é algo que os nossos pais nos fazem em pequenos (mais as mães mas pronto) e que nós aprendemos por imitação. Tantas vezes vimos a nossa mãe a pôr um bocadinho de champô na mão e esfregar-nos a cabeça que já o podemos fazer sozinhos! E esse, é um dia grandioso e de grande expectativa emocional? Alguém que aí está se lembra da primeira vez que lavou a cabeça sozinho? O dia em que enfrentou de frente essa tremenda dificuldade e que a venceu munido de um frasco de champô e lendo no rótulo o "modo de emprego"? Não. Pois não.
O "modo de emprego" dos champôs só serviria para alguém que nunca tivesse lavado a cabeça nem nunca lha tivessem lavado. Imaginemos portanto um Tarzan encontrado nalguma mata que outrora fora selva. Encontra-se um menino da selva, agarra-se nele, tráz-se o rapaz para a sociedade e...? E provavelmente ele vai ser estudado por um bando de cientistas que lhe vão lavar a cabeça! Portanto, mais um que aprende por imitação! Ok, imaginemos que os cientistas não tavam com paciência para lavar a cabeça ao menino da selva recentemente encontrado, iam fazer o quê? Atirá-lo para uma banheira e dar-lhe um champô para mão? -" Toma, lê o rótulo". Já vocês calculam que a capacidade de leitura de um menino da selva não serve para descodificar o "modo de emprego" de um champô!
Pior do que isto, a linha de ajuda. Estão-se a imaginar ligar para uma linha de ajuda de um champô? Já alguém o fez? Alguém conhece alguém que o tenha feito? Alguém ouviu alguma história do primo da tia da sobrinha da amiga da ex-namorada daquele tipo que toda a gente ouviu falar e ninguém sabe quem é? É que ligar para uma linha de apoio de um champô é tão ridículo que nem sequer há mitos urbanos sobre isso!
Toda a gente já recebeu mails com perguntas frequentes sobre telemóveis, sobre ligações à internet, sobre companhias de seguro... onde estão os e-mails de perguntas frequentes à linha de apoio de champô?
"Desculpe, quanta quantidade de champô é que eu preciso mesmo de pôr para lavar o meu cabelo? Da raiz até à ponta são 31cm. Não, em decilitros por favor..."
Pior do que existir uma linha de apoio para a utilização de champô é imaginar que haja efectivamente gente a ligar para ela. E pior do que haver gente a ligar para ela é imaginar que haja gente que trabalhe nela!!
"Boa tarde, fala a Marta, em que posso ajudá-lo? Sim... bom, em decilitros são aproximadamente 12,3dcl mas recomendamos que use antes a sua mão. O processo é o seguinte, estique a mão com os dedos fechados, agora comece a fechá-la devagarinho até que as linhas da palma da mão se tornem bem definidas. Nessa altura preencha-a com champô. O processo científico que desenvolvemos assegura-nos que a quantidade certa de champô para cada pessoa está directamente relacionado com as linhas do destino da palma da mão..."
"E quanto ao amaciador?"
"Desculpa mas quanto ao amaciador não a podemos ajudar, terá que ligar para a linha de ajuda que vem na embalagem. Já não é o nosso departamento".
quarta-feira, dezembro 14, 2005
mais companhia alentejana
Para não ficar em desvantagem relembro que o meu bichinho querido também tem ele próprio um blog em www.vidadcao.blogspot.com onde podem apreciar todo o seu encanto, carinho, ar mimoso e meigo e inescutível poesia estéctica.
domingo, dezembro 11, 2005
quarta-feira, dezembro 07, 2005
Ontem fui ao Ikea, por causa
Tudo isto é vísivel, somos nós que nos servimos, que tiramos as referências, o restaurante também é self-service, somos nós que fazemos tudo. Pagamos menos, temos mais trabalho, tudo bem, é legítimo.
Segunda pergunta, porque é que precisamos de comprar coisas mais baratas? Porque o desemprego é altíssimo, porque as pessoas novas demoram imenso tempo para conseguir arranjar um emprego e quando conseguem é, na maioria das vezes, provisório. E já se sabe que o Ikea é em grande parte para esta gente desempregada ou simplesmente mal-empregada.
Portanto, eles não empregam pessoas para que as pessoas desempregadas possam comprar barato. Sou só eu a ver a ironia e o ciclo vicioso da coisa??
domingo, dezembro 04, 2005
A Saga dos Senhorinhos de Verde
Não, eles não falam uma língua estranha com ziiiinns e zaaaas e afins, falam português fluente e normal mas normalmente preferem não falar. Preferem apenas fazer-se acompanhar de um irritante, aborrecido e já alarmista barulho de tilintar de chaves. Pois é… e depois é ver as reacções, ouve-se um tilintar de chaves no bar da UCP e vê-se toda a inocente e ingénua criatura académica com olhares alarmados em volta e baixando sorrateiramente os cigarros. Em surdina há uma frase que vagueia abafada pelo fumo de nicotina: “Ele está aí? Está a olhar para aqui?” Um não dissimulado, um apenas acenar negativo de cabeça tem como efeito uma passa no cigarro. Fumo que se liberta às escondidas, tão às escondidas como o fumo o permite.
Ah, os seguranças da católica… pensar em seguranças é pensar em homens fortes e viris, de cassetete (ou como raios se escreve isto) e pistola à cinta, prestes a saltar em nossa defesa em toda e qualquer ocasião. Mas ver seguranças é ver uns tristes homenzinhos vestidos de verde, com uma barriga demasiado grande para caber dentro das calças e com bloquinhos de notas patrocinados pela pílula “Yasmin” e uma caneta para assentar o nome dos hediondos criminosos que estejam a fumar no bar. Somos nós, vis fumadores. Marginais, delinquentes, malfeitores e todos os outros sinónimos que não estejam na lista de sinónimos do Word e que eu agora não me lembro.
É giro ver, entra um espécime esverdeado no bar, os cigarros escondem-se debaixo das mesas, eles passeiam-se por ali com o tilintar de chaves como companhia. O fumo eleva-se, uma média de três a quatro fumadores por mesa, todos de cigarros escondidos, parece que o inferno se esconde no andar debaixo ao bar. E eles passeiam-se triunfantes, exibem-se, pavoneiam-se (estes são todos à minha pala, juro que não consultei o dicionário de sinónimos desta vez) enquanto o fumo se continua a elevar. De quando a quando escolhem uma vítima, pedem-lhe o número de aluno e anotam (já referi que num bloquinho a fazer propaganda às pílulas?) e provavelmente ameaçam com a entrega desse papel a uma qualquer entidade superior. Vão fazer o quê? Expulsar-nos da universidade porque estávamos a fumar no bar? E claro, enquanto se debruçam para anotar o número da pobre vítima eleita sabe Deus porque desígnio, 342 fumadores clandestinos aproveitam para dar mais uma passa e expeli-la como se fosse bafo quente em ar gélido.
quinta-feira, dezembro 01, 2005
Dizem que a vingança é um prato que se serve frio...
Já os tenho!
terça-feira, novembro 29, 2005
jantar de fim de mês
segunda-feira, novembro 28, 2005
SU
Saudades do teu cheiro, do teu silêncio, das tuas palavras...
É bom q voltes para mim.
domingo, novembro 27, 2005
sábado, novembro 26, 2005
Fim de semana que é fim de semana
Fim de semana que é fim de semana é vir a casa, ter miminhos, comer bem e ficar com a blusa cheia de pêlos. (E se o pai der algum dinheiro extra, melhor!).
Há fins de semana em que sei que adoro a minha vida!
sábado, novembro 19, 2005
aviso aos mais distraídos:
Há mais um elemento familiar nas andanças virtuais, podem conhece-la e dar-lhe as boas vindas em www.joanavc.blogspot.com.
Somos quase um clã familiar nesta terra de ninguém que é a blogosfera! (E, a julgar a frequência das minhas postagens e os meus visitantes diários, eu sou o elo mais fraco).
domingo, novembro 13, 2005
Tou farta disto.
Querido Nogui, esta semana aspiras e lavas tu a casa. E não quero cá desculpas esfarrapadas de que não podes porque não tens polegares.
terça-feira, novembro 08, 2005
A ausência das palavras
Quando há a ausência das palavras, o vazio é feito de "enchidos", carne sangrenta empurrada de qualquer maneira. É o vale-tudo das frases que continuam vazias de palavras que queiram realmente dizer alguma coisa.
Reparem que normalmente tudo o que as pessoas dizem é desinteressante. "Então, que tal?" "Bem... muito trabalho" "Pois, eu também... nem imaginas o que eu tive que fazer esta semana!" e é quase certo que começa uma espécie de competição sobre quem teve mais que fazer. E nenhum dos lados está realmente interessado naquilo que o outro lado diz que fez mas apenas em demonstrar que a sua semana foi mais "enchida" do que a do outro lado. "Enchida" sim, como farinheira ou chouriço.
O verdadeiro mal nem é que a maior parte das conversas sejam desinteressantes - são-no quase sempre. O que importa numa conversa, creio, é a interacção entre duas pessoas, o criar, reforçar ou desfazer laços afectivos. Para isso não é importante o nível de interesse da conversa, só interessa o efeito ou impacto que a pessoa, por meio daquela conversa, de todas as necessidades preenchidas e reveladas, por meio de um "jogo" de movimentos, expressões, atitudes, olhares, o efeito ou o impacto que a outra pessoa e nós proprios ficamos dos laços criados, reforçados ou desfeitos.
Não são as conversas desinteressantes o sintoma da ausência de palavras. O sintoma é, na verdade, o vazio que se sente cá dentro e que não vai embora mesmo quando se sofre de "verborreia".
segunda-feira, novembro 07, 2005
No chão do céu
Nem sequer podemos brandar aos céus que nos esquecemos do sentido, nunca o soubemos mas talvez estejamos esquecidos de o procurar. Ou então limitámonos a entregar armas e desistir dessa luta para sujarmos as mãos em batalhas menores.
Que psicologia se esconde por trás da desistência? Que fica após da entrega de armas e da recusa em nos entregarmos ao que quer que seja?
As cores da moda primam pelos fosforescentes quando na verdade há muito que nos rendemos aos pastéis - e nem assim encontrámos o equilíbrio.
A vida não é para se viver, é para se ir vivendo. Razão tem aquele que diz coisas estranhas que ninguém sabe o que querem dizer. E a arte da vida continua a ser a habilidade que cada um tem de gozar consigo próprio - depois de ter gozado com todos os outros. Mesmo, ou especialmente, quando o próprio não sabe bem o que quis dizer. Desde, claro, que não mostre isso aos outros.
(Foi esse o meu erro consciente e a minha vitória anunciada!)
domingo, novembro 06, 2005
Estou aborrecida,
Ouvi algures recentemente que os amigos imaginários das crianças surgem em momentos de perda, mudanças difíceis com as quais os pobres anjinhos (quando são nossos) ou os inquietos diabinhos (quando são dos outros) se defendem do que não sabem lidar. Pareceu-me bem, pareceu-me aceitável, escolhi a Tita. A Tita é o meu novo animal de estimação para que eu própria consiga lidar com esta irremdiável perda semanal, com interrupção ao fim de semana.
A Tita é uma tartaruga marinha. Tem 110 anos de idade, uma jovem na flor da vida. A minha Tita é uma "Eretmochelys imbricata ", nome para a vulgar "Tartaruga de Pente". Mede 90cm e pesa 140kl. Não é muito para a espécie mas mesmo assim é tão tão tão bonita! Deve ser por isso que as pessoas de campo de ourique param na rua quando eu passo com a trela, passeando a minha Tita. Os cócós dela, apesar do seu tamanho, são mais fáceis de apanhar dos que o do meu cão. A parte mais chata é que os passeios, apesar de o percurso ser o mesmo, são um bocadinho mais demorados....
sábado, outubro 29, 2005
Em casas normais
Na minha casa ouve-se a voz da senhora minha mãe dizendo: "Mãe, não se meta nas empadas...".
É. A minha avó ta viciada em empadas. E se vissem a empedrada com que fica!...
segunda-feira, outubro 24, 2005
O grande problema dos pais
domingo, outubro 16, 2005
Ás vezes desconfio
(outras vezes a neura passa-me e pronto)
quinta-feira, outubro 13, 2005
vou ali a roma
(devia eu ter escrito à 4 dias atrás. já voltei, foi giro foi... mais vale tarde do que nunca?)
quinta-feira, outubro 06, 2005
7h00 da manhã.
Entro no carro a tentar tirá-lo dali. Pancadinha no carro de trás, azelha pá. Vá lá, foi devagarinho. Será que desta já passa? Muito muito devagarinho ponho-me a tentar... acho que passa, acho que vai passar, passou! E ouço uma brutal travagem: hiiiiiiiiiiiissshh (não estou muito certa que este seja o efeito sonoro de uma travagem mas vocês perceberam). Olho para o lado e tenho então um indivíduo de raça caucasiana, do sexo feminino, entre os 35 e 40 anos a gesticular que nem uma louca dentro de um golf branco, modelo antigo, comercial.
Olho para ela a gesticular, acho que me está a chamar maluca, parece muito muito furiosa e penso, céus, esta gente acorda cheia de energia! Faço-lhe um aceno com a mão, o que normalmente se usa como obrigada e preparo-me para seguir viagem agora que já descobri que o carro passou. Nopes, a dita personagem sai do carro dela em fúria, dá dois pontapés na porta do meu carro, chama-me puta e filha da puta, manda-me para aqueles sítios poucos produtivos, entra no carro e vai-se embora ainda a gesticular. Penso, céus, esta gente acorda mesmo cheia de energia! Isto foi um bocado alternativo logo para as 7h30 da manhã. Inda para mais, ela estava de sandálias... bom, não há azar, ainda bem que acordo bem disposta. E já tenho uma histórinha alternativa para contar lá na escolinha quando chegar.
Chego então à escolinha e digo: Ei malta... vocÊs nem sabem o que me aconteceu mesmo agora, as 7h30 da manhã!
E diz-me a Jodi: Olha, eu vi uma avestruz a passar a estrada em direcção à faculdade de ciências.
- Viste o quê?
- Uma avestruz. Ou um pavão, não sei. Tinha o tamanha de uma avestruz mas as cores de um pavão.
- Tás a gozar não tás? O que é que bebeste ou fumaste ontem à noite?
- Nada. Vi uma avestruz a passar a estrada em Lisboa, o que é que tem?
- Ahhh.... errr...
E prontos, foi assim que a minha manhã alternativa passou a ser uma manhã perfeitamente banal. Quem é que pode competir com uma avestruz a passear de manhã em Lisboa?
sexta-feira, setembro 30, 2005
Acordas às três da tarde
Hoje precisavas de um milagre, aquele milagre específico, cabeça e alma atormentadas na expectativa de algo que não vai acontecer. Se pudesses gritavas mas hoje ainda não ouviste o som da tua voz e suspeitas que não vais ouvir.
Hoje vagueias de parede em parede, encostada a cantos da casa, olhando o bolor e a humidade que com os anos se foi enttranhando nos cantos do tecto. Os anos que aqui viveste, e recordas quase todos os momentos. Os anos em que a casa não era habitada pelo teu corpo, hoje tão frágil, e cujos sons e conversas ainda se passeiam como ecos inaudíveis por aí.
Hoje dói-te tudo o que foste mas dói-te especialmente tudo o que não és.
sexta-feira, setembro 23, 2005
Acordar
"a que horas vieram para casa ontem?"
"As 7h... acho."
"E o que é que está a fazer um sinal das obras no nosso quintal?"
"Hum? Um quê?"
"Um sinal das obras. Do teu tamanho. No nosso quintal. O que é que está aqui a fazer?"
"Não sei pai... é são Mateus."
segunda-feira, setembro 19, 2005
Direitos humanos ou apenas luta pela sobrevivência?
quinta-feira, setembro 15, 2005
Cães e Flores
"Então, tudo bem? Por aqui não? Pois, fui eu que te pus ai. Pois, atão tinhas que tar aí..." (Por esta altura comecei a pensar se estaria a tocar num ponto fraco ou a falar de um assunto que ela pode não gostar. Afinal, estar assim preso, não deve ser fácil).
Pensei em falar da novela mas ela está na cozinha e a tv na sala. Pensei em falar de política mas a julgar pelo estado das coisas, aí morria-me mesmo. Pensei pensei pensei e nada. Sabem quando estamos ao pé de alguém, temos que fazer conversa e não sai nada? Péssimo. E foi assim que me senti. Claro que a conversa foi parar àquele assunto: "Mas vá lá que tem estado quentinho, aí há uns dias é que teve acinzentado. Estes dias que não são nem carne nem peixe são horríveis... nem carne nem peixe.. nem vegetais! Bom, tu percebeste né? E aposto que sei que tu também gostas mais dos dias de sol, né?"
E foi quando olhei para baixo e vi a minha porteira a olhar para mim da janela. Poizé...
Com os cães a cena não acontece, tipo, às vezes é até difícil parar de falar com eles. E sim, as pessoas ficam mesmo estúpidas quando falam com os cães. Até eu.... "Oh meu bébé gordo, bilubilubilu, tadinho do meu zinho, sem tomatinhos... mas é muita viril, não é gordo? Oh ninhozico soquinho tadinho.... oh bilululu, é o meu ladrão, o meu ladrão, não é bébé? sempre a ladrar, ladra muito muito muito..." e por aí fora. Rídiculo.
Quando voltar para Lx vou tentar em vez de um diálogo, um triálogo.
"Nogui, esta é a flor. Flor, este é o Nogui".
segunda-feira, setembro 12, 2005
Igualdade - o maior engano do nosso seculo e dos anteriores
A sério. Aborrece-me isto. Tratar as pessoas com respeito sim, mas conscientes que somos diferentes e precisamente valorizar a diferença... porque é na variedade que está o conhecimento. Igualdade é treta, já se me falarem de complementaridade...
Tratar as pessoas como iguais, isso significa o quê? Não pode simplesmente ser com respeito? Sim, com o mesmo ou mais respeito que cada um tem por si próprio... A minha concepção católica e mesmo humanista não passa pela igualdade porque não tem que passar.
Diferentes sim, literalmente "Graças a Deus". Portanto temos é que "agradecer" as diferenças e conseguir que elas tenham um efeito positivo. Simples... sem tretas de igualdade. Bah. Igualdade nem sequer é utopia, é distopia mesmo!
Ah, e por favor, não me venham com tretas que isto é conversa de menininha mimada com vontade de ser diferente... não é. Se há um campo em que a grande maioria de nós é realmente parecida (uns mais do que outros) é na insignificancia.
o que somos
Uma loja de taparueres mas com toda a espécie de coisas incluídas. Na pratica, a importação das lojas dos chineses para o mundo virtual. E garanto, em qualquer loja dos chineses é possivel encontrar DE TUDO! | ||
sexta-feira, setembro 02, 2005
Saga dos puns, parte II
quinta-feira, setembro 01, 2005
Já são 3h30?
1001 razões para nos dedicar à agricultura:
Ele: Não sabes? A beterraba rende imenso, é uma das produções que rende mais em portugal!
Ela: Talvez, mas eu sempre pensei que a fruta é que estava a dar.
Ele: Não, nada disso! A vinha, experimenta plantar vinhas, vais ganhar uma "batulada" de dinheiro.
Ela:Epá, mas isso vai demorar imenso, preciso de conseguir um investimento que me renda algum dinheiro muito em breve.
Ele: Hum, já experimentaste vender droga?
Ela: hum hum...
Ele:Contrabando? Vender telemóveis?
Ela: hum hum
Ele: Chula?
Ela: hum...talvez resultasse...
Ele: Experimenta rapazinhos novos.
Ela: Isso ia dar algum tempo na prisão não achas?
Ele: Experimenta vender lápis de cera na feira.
Ela: Desculpa?
Ele: Resultou com a minha irmã.
Passado duas horas... E depois de 7 cervejas:
Ele: Não sabes? A beterraba rende imenso, é uma das produções que rende mais em portugal!
Ela: Talvez mas eu sempre pensei que a fruta é que tava a dar...
São tão boas as férias de verão, ah essas tardes.... ;)
dois apontamentos para o hoje:
Segundo: Desconfio que as almofadas cervicais são o maior engano do século XXI.
Tenho dito.
terça-feira, agosto 30, 2005
Pergunta do dia:
É porque eu não me lembro de ter provado a minha antes de ter ficado com ela. Bolas. "Provador de vidas - É proibido levar mais do que 3 vidas de cada vez para o provador".
segunda-feira, agosto 29, 2005
Este é o meu novo vício
sexta-feira, agosto 26, 2005
Segunda tentativa:
Olhava em frente, fixa num qualquer ponto indeterminado. Cliché, não, não é isto que quero. Mas é mais facil assim, esperem só um bocadinho.
(respiro fundo)
A cabeça inclinada sobre um guardanapo de papel onde escrevia fervorosamente. (Fervorosamente... existe? É assim? Palavra feia). A imperial à sua frente ia morrendo, lentamente. A caneta seguia o seu caminho, determinada (gosto!) num papel demasiado fininho para o fervor. Fininho e pequeno, acabou-se. Dobrou-o em quatro depois de ter posto a tampa na caneta e meteu-o no bolso. Agarrou a imperial mas não lhe sentiu o fresco e olhou longamente em volta. A esplanada cheia, entardeceres de verão. (Está a melhorar, mas agora estou a fugir do assunto que me interessa. argh.)
As pessoas em seu redor, estava demasiado longe das suas gentes para ter ali alguém conhecido. E no entanto os rostos não lhe eram estranhos, as vestes, os estilos. Os gestos. As pessoas, na procura da unicidade individual (sim, gosto de redundâncias) será que nos damos conta de que somos mesmo todos iguais? Quer dizer, uma esplanada num entardecer de verão tem rostos parecidos em vestes iguais com gestos repetidos. (Ok, não era por aqui que eu queria ir, não era nada disto que eu queria dizer. Ainda se dá a volta, esperem lá).
De facto as pessoas agarram-se às convicções que criam e mais nada. O papel ficou guardado, duas frases que ressoam: "Em matéria religiosa, não acredita quem quer, acredita quem pode"; "Cria uma reputação confortável e mantém-te nela".
Há coisas que fazem tanto sentido que de repente não fazem sentido nenhum. São daquelas coisas que se acredita mas de que se duvida. Por vontade de duvidar, por necessidade de acreditar.
Pede a conta e paga, a mala ao ombro e a chave do carro na mão. É hora de mudar de poiso, mudar de esplanada. Para outra qualquer igual a esta.
(Não era bem isto não... paciência!)
quarta-feira, agosto 24, 2005
ola ola
bom, assim que acertar contas com ele lembrem-me de vos falar de: gambozinos, algarve, retretes, puns (nova saga) e era mais outra coisa que agora num ma lembra.
vou ali à porta do lado, volto quando tiver a quesília resolvida (ou resolta??? hum...)
terça-feira, agosto 16, 2005
Está alguém desse lado do Taparuere?
Nem a organizadora dessas belas matinés com direito a cházinho e conversas de bebés e maridos enquanto se vendem e compram caixinhas de plástico estrangeiradas diz nada?
Ok, talvez porque a descrição não se adapte à nossa Taparuere, que a esta hora deve andar a banhos lá pelos Algarves acompanhada dos amigos do costume:
Deixem-se lá de figuras tristes em frente ao computador, que ainda alguém vos vê assim!!
Uma pessoa já não pode brincar!! O que nós queremos mesmo são comentários, por isso toca a contar como estão a correr essas férias!
quarta-feira, agosto 03, 2005
Ah e tal...odeio o mês de Agosto lol
Quem somos.
"Ainda agora puseste gasolina e já 'tá outra vez na reserva!"
"Pois tá, mas agora tá menos na reserva do que o que tava à bocado".
Toca uma música, mistura de sons clássicos com rock. "Gosto deste tipo de música, esta misturada que não se sabe bem definir".
Passamos por um placard na estrada, anúncio a qualquer coisa... "Adapta-te a ti mesmo".
É isto que somos minha gente, remediados à tangente, misturas por definir, únicos massificadamente ou uma massa unificada.
segunda-feira, agosto 01, 2005
Filosofia ou teoria dos puns.
As bufas, porque são dadas à traição, não nos interessam para o caso. O expelidor desta ventosidade pode passar facilmente incólume. Assim, sem assumir as suas consequências, este acto não tem a dignidade dos sonoros puns. São estes os que nos interessam.
Tenho cá para mim uma teoria definida de que, quando há amizade real e forte entre duas pessoas, esta amizade é demostrada através dos puns. Ninguém dá puns sonoros ao pé de quem não conhece bem, ao pé de quem não confia ou ao pé de quem não gosta. Mas suponho que há muita gente que, à minha semelhança, se está com um grupo de amigos chegados e lá aparece aquela vontade, avisa "pessoal, ai vem a minha demonstração de carinho e amizade!" Puufff.
A sério, acredito que para os mais sensíveis e nojentinhos isto possa soar um bocadinho estranho... Mas pensem um pouco sobre o assunto. O sítio oficialmente definido para expelir as ventosidades anais é a casa-de-banho. Tudo bem, ninguém diz que não. Mas... e as casas de banho públicas? Quem, de perfeito juízo e perfeitas condições musculares anais, tem àvontade suficiente para expelir uma ventosidade sonora numa casa de banho pública sabendo que há gente desconhecida no mesmo espaço e que estas casas de banho não são de todo isolantes de som? Pois é. Mas está-se no sítio certo. Mas tem-se gente desconhecida à volta que rapidamente se dá conta do sucedido.
Assim, os puns são algo que só se partilha com as pessoas com quem mais temos confiança. Acima de tudo é uma questão de confiança. De cumplicidade mútua. Da próxima vez que alguém der um pum ao pé de vocês, alegrem-se porque a partir desse dia está provada a vossa intimidade, confiança, amizade e verdadeiro carinho. E as duas partes sabem-no.
sábado, julho 30, 2005
Baboseiras ou demasiado tempo livre para pensar em coisas estranhas.
Ora pois, a minha convicção, aquela ali de cima, da primeira frase e que por grandes artes de suspense e mistério ficou em stand-by graças à magnifitude da minha escrita (*cof cof*), a minha convicção, dizia eu, é que há um pequeno pormenor que nos transformou em capitalistas, a nós humanidade. E esse pormenor, just a detail, é o facto de o mar ser salgado. Se o mar fosse "ensonso", isto é, se toda a água do mundo não tivesse sal, haveria um mundo próspero, rico e fértil para todos os seres vivos. Dessalinizar a água é um processo que sai caro e, se não fosse isso, todas as terras poderiam ser mais ou menos férteis, claro está, variando as culturas nelas implementadas, mas não haveria fome no mundo.
Esta é uma daquelas convicções a que se chega numa noite de bebedeira e tal. Ora, noutra noite de bebedeira e tal foi engraçado. Ora note-se, toda a gente sabe que a camada de Ozono está a ser destruída, o clima está a mudar a pouco e pouco e essas coisas todas. "Aquecimento global" é a expressão de ordem. Grandes blocos de gelo a derreter e a aumentar o nível de águas dos oceanos. Há primeira vista isto é devastador e essas coisas todas... E talvez se venha mesmo a dar um desastre climatérico enorme, algum tempo com monstruosas tempestades, gelo por todo o lado, o mundo transfigurado numa segunda era do gelo. Como quando os dinossauros se extinguiram.
Agora imaginem que, o gelo derrete mesmo, junta-se com a água salgada e a salinização existente reduz-se drásticamente. Ficava o pormenor resolvido...
Quando se deu a revolução industrial foi a primeira vez na história da humanidade que teria sido possível acabar com a fome no mundo, conseguir um equilíbrio em todas as civilizações. O que aí vem pode muito bem ser a nossa segunda hipótese de conseguir um mundo perfeito. Ou pelo menos mais perfeito.
Claro que, um desastre natural destas dimensões acarrataria centenas de milhares de mortos... Mas haveria um renascer posterior onde isto poderia ser possível. Não sei, para os religiosos, talvez uma segunda arca de Noé aportando a hipótese de um paraíso no mundo.
quarta-feira, julho 27, 2005
Apelo de participação:
O assunto é este: Numa entrevista, como deve ser feita a passagem para o papel? É suposto transcrever as coisas como foram ditas, ou posso "compôr" a mensagem?
No caso de o entrevistado entrar em incoerências, dizer coisas politicamente incorrectas ou que poderiam causar polémica, é suposto o jornalista "aligeirar" a coisa? E quando ele responde uma coisa numa pergunta e depois está a responder outra coisa mais ou menos parecida mas que não é a mesma coisa, é suposto o jornalista manter o que acha que ele quer dizer ou mostrar a incoêrencia?
Se um entrevistado tem dificuldades expressivas, deve o jornalista fazer passar a mensagem como o entrevistado quer ou manter-se fiel ao que foi dito? Ou seja, o jornalista deve escrever o que o entrevistado quer dizer ou o que ele disse?
Ou seja, imagine-se que alguém compra assim uma coisa grande numa terra pequena, grita aos quatro ventos que vai investir aí e tal, que aquilo é bom para dinamizar a terra pequena e isso tudo e, às tantas, diz que em termos de obras de recuperação vai "fazer o mínimo possível até porque é suposto o imóvel adquirido manter o cariz original". A frase é deste tipo, deve o jornalista transcrevê-la exactamente assim ou passar para o papel que "as obras de recuperação vão tentar manter o cariz original"? Note-se que a cena do "minimo possivel" ainda faz alguma diferença... este é só um exemplo prático. Comentem, discutam, divaguem... acendam-me algumas luzes!
Há dias assim!..
Bom, tou "workando", trying... (xkulpe lá chefinha!) e vou continuar. O que vale é que, pelos vistos isto aqui é geral... e o big boss estar de férias! ;)
segunda-feira, julho 25, 2005
Continuação dos posts sérios
A discussão do post anterior a este foi feito via msn com dois amigos. Primeiro começou sério, depois claro, descambou para os lados sexuais da coisa, desta e de outras. Não, este post vai reflectir sobre o lado sério e não sobre o lado sexual, ainda que isso me custe perder uns quantos leitores.
Motivos. Ah, os motivos. Económicos, petrolíferos (que é exactamente a mesma coisa neste campo), anti-colonialismo. Religiosos. Os palpites são vários. Desconfio (e esta é a vossa deixa prezados leitores, confirmem-me ou desmintam-me) que a maior parte das pessoas pouco hesita antes de apontar o factor económico como o mais pesado.
Até pode ser, quem sou eu para dizer que não? Afinal não faço parte não estou mais inteirada do que os comuns mortais normais, europeus a quem o fanatismo pouco diz a menos que se trate de futebol. Mas mesmo assim, não consigo concordar plenamente. Não me parece muito coerente que o senhor Bin Laden, filho até de boas famílias lá no meio segundo li agures, com estudos e com inteligência (esta última duvido que alguém negue) ande por aí a dormir em grutas, refugiado com os animais, fugido do conforto do mundo "civilizado" ou "mais ou menos civilizado" no caso da sociedade dele, por guito. Não me parece. Seria-lhe muito mais fácil ir para os EUA e tornar-se estratega militar. Futuro garantido, digo eu.
Acho, desconfio, suspeito é que, pelas diferenças culturais que nos são naturalmente impostas, o europeu burguês de classe média com dois ou três televisores por casa e aspirando ao porche, não consegue conceber que há coisas que não se fazem por dinheiro. Só isso. Acho que para nós é muito mais fácil e confortável imaginá-lo "igual a nós". Mais fácil e natural, já que tendemos a analisar tudo segundo o que somos e onde vivemos. Confortável porque é menos assustador pensar nele como mais um ganancioso do que como fanático religioso. Á primeira vista a falta de escrúpulos será igual, mas só à primeira vista do observador desatento. È que no fanatismo religioso há escrúpulos sim. Só que são de matar mais, ter mais impacto, etc etc etc. Enquanto que o ganancioso fica feliz quando consegue bué da guito, o fanático religioso é mais ambicioso. E o primeiro tem medos, tem medo de perder o que já conseguiu. O segundo nada teme. Nada mesmo.
Enfim, é só uma opinião que "vale o que vale". (Já disse que amo esta expressão? É, amo mesmo).
domingo, julho 24, 2005
Um post sério.
Os resultados praticos disto tudo, além da óbvia condenação moral... não sei mas desconfio que ainda vão mudar os valores católicos, base da sociedade que atacam em geral. Porquê? Porque a Europa e a América não se vão render moralmente, está visto. Há uns mortos, há protestos silenciosos, a vida continua porque "não nos podemos deixar atemorizar". E a pouco e pouco, quem sabe, talvez toda a nossa civilização deixe de pensar tanto no amanhã, desconfiando da ameaça que paira sobre todas as cabeças e aprenda a viver assim. Dando valor ao hoje e ao agora, despreendendo-se mais dos planos e afins.
Pode ser, e é sem dúvida, horrível, dramático e essas coisas todas mas é também "interessante" do ponto de vista histórico e sociológico. Afinal a História faz-se todos os dias.
sábado, julho 23, 2005
Reflexões sob um ar condicionado
Ora bem, ar condicionados à parte (céus, tanta coisa só por causa dum título! É por estas e por outras que eu não gosto deles.) vamos lá entrar nas questões existencialistas: Ontem fui ao teatro. Ver? "Confissões de mulheres de 30". Se a peça é boa ou má convido todo o caro leitor a ir vê-la e a decidir sozinho, também não é sobre a peça em si que este post se destina.
Ora reparem, a peça falava de uma suposta "crise dos 3o", a idade do "agora ou nunca", as coisas que se passam, a última oportunidade para decidir o caminho que se quer seguir. Porque "se aos 20 achamos que a vida é uma boleia, aos 30 percebemos que temos que traçar o nosso caminho definitivo". Não tenho a certeza se a frase era exactamente assim mas era do género.
Ora bem, ora bem. A infância é gira e tal, é divertida, é engraçada. Tudo bem, a infância. Mas a infância não nos dá lá muita autonomia nem hipótese de racíocionio, enfim. A infância é engraçada mas não é a idade das certezas, conhecimento nem da realização. Depois vêm a adolescência. Céus, a idade do armário, as crises, as emoções, os 50 mil livros de ajuda aos pais para ajudarem os filhotes a passar essa dificil fase de borbulhas no rosto. Depois vem a idade dos 20, aquela em que já queremos ter toda a autonomia do mundo mas só temos alguma. A idade de arranjar trabalho e não conseguir. A idade de se ser explorado e mal tratado a nível profissional, o estagiário que anda a servir cafés e a bajular os pés do chefe. Depois vem a idade dos 30, a idade do "agora ou nunca", a idade do peso da escolha definitiva. Depois é a crise da meia-idade, a menopausa, uma tentativa ridicula de se viver as outras idades desprezadas na altura. Depois vem a velhice e tudo o que trás também.
Basicamente a nossa sociedade e a sua psicologia barata andam por aí em busca de arranjar problemas e dificuldades em todas as épocas, pessoas, estratos socias, culturas e por aí fora. Acho que a nossa sociedade anda a sofrer de uma qualquer psicose vitimizadora ou qualquer coisa do género. E acho engraçado porque em todo o lado a rapidez urge, o momento é o agora, a instantaneidade das coisas, os milagres em 5 minutos. Mas "agora" nunca se está bem.
quinta-feira, julho 21, 2005
Um conto de dormir para a Maguiga:
Imagino o Robin dos Bosques a trabalhar onde eu “trabalho”. Imagino-o com um saco cheio de dinheiro, tentando ajudar e corrigir, tentando servir o seu próximo procurando o seu bem. Imagino o Robin dos Bosques em Évora, calcorreando ruas para cima e para baixo nessa distribuição altruísta do Bem.
Robin, entrando numa loja – Boa Tarde, vim para vos salvar o negócio!
Empregada da Loja 1 – Pois… estou a ver.. o patrão não está e esses assuntos são com ele. Se calhar ele ainda cá vem à tarde. Tente passar por cá por volta das 19h00.
R – Está bem, volto cá por volta dessa hora.
Robin, entrando noutra loja – Boa Tarde, vim para vos salvar o negócio!
Empregada da Loja 2 – Pois… o patrão é que trata desses assuntos mas não está… e não deve vir hoje, porque ele não está na cidade.
Robin, entrando em outra loja – Boa Tarde! Vim para vos salvar o negócio!
Empregada da Loja 3 – Só um momento, vou chamar o patrão.
Patrão da Loja 3 – Diga?
R – Vim para vos salvar o negócio!
Patrão – Salvar o negócio? Com a crise que por aqui vai? Nááá…
R – Tomai gentil senhor este saco de dinheiro…
Patrão – Oh filho, tu deves tar parvo. Não vês que isto tá tudo mal?
R – Mas eis aqui a solução!
Patrão – Oh filho… tamos em crise, não quero solução nenhuma. Isto anda mal e a culpa é dos gajos do governo, não vês que anda tudo mal? E a gente não tem nada a ver com isso.
R – Mas está aqui a solução!
Patrão – Já te disse que não, tamos em crise!
Robin, saindo atarantado. Entrando em outra loja e em mais outra e noutra e noutra. Robin recebendo sucessivos “nãos” dos patrões que estavam recebendo avisos de que “o patrão não está, não sabemos se vem, ele às vezes até aparece aí à tarde ou ao fim da tarde mas não sabemos se vem”.
Robin pensando “pois pois, belo país, e depois querem abébias”. Robin desistindo do seu plano e tentativa de salvar o mundo.
Robin, não desistas.
quarta-feira, julho 20, 2005
Continuando com a saga "Era uma vez"
Ora pois bem, o resto da história não contada que vos vou contar não é uma história de fraldas, chupetas, cansaços de mães que se desdobram em vinte, brigas de adolescentes nem nada do género. E não é destes temas por duas razões: primeiro seria básico se assim fosse. Ideia batida e mastigada e já se sabe que eu tenho preferência por outro tipo de ideias... tipo mistas! (ihihi, g'anda trocadilho Sú!!). E a segunda razão é porque a Cinderela e o Príncipe encantado não poderiam constar desse tipo de histórias porque, apesar de já casados ainda não foram agraciados com a benção de pequenos histéricos rebentos a chorarem e a guincharem pelos cantos da casa exigindo o novo jogo da playstation ou afins.
E também não é uma história sobre infidelidade porque o Príncipe confiava a cem por cento na Cinderela. A sério. Confiava mesmo.
Bom, voltando ao princípio da história, estava o Príncipe Encantado (P) a falar com o amigo Robin (R):
P - Mas é que... quero dizer... antes estava tudo bem, nem sequer tinha motivos para me preocupar...
R - Então? Que se passa agora?
P - Bom... sabes... quando a Cnderela e eu começamos a andar e isso eu descobri que ela usava cuecas fio dental...
R - Sim, eu sei, e...?
P - E prontos, já sabes, naquela altura quem usava cuecas fio dental era considerada instântaneamente como "devassa" para não dizer outras coisas.
R - Sim, putas. Desembuxa lá!
P - Pois, é isso. Ora eu já conhecia bem a Cinderela nessa altura, foi uma beca estranho mas nada de muito importante. E depois pensei que, enquanto ela usasse cuecas fio dental estava tudo bem, afinal, não se iria atrever a despir em frente a qualquer um e a aparecer com ar de puta, que ela não é. Causava má impressão.
R - Portanto a confiança que tens na tua mulher advém das cuecas que ela usa?
P - Não... Sim... bom, é mais ou menos isso sim. O que acontece é que agora parece que as cuecas fio dental ficaram na moda e já ninguém acha escabroso como achávamos nós na nossa altura!
R - E portanto deixaste de ter motivos para confiar na tua mulher? Tipo, "diz-me que cuecas usas e dir-te-ei quem és"?
P - Sim, tens razão, é pavoíce minha... deixa lá.
E foram-se embora, cada um para seu lado. Só ao chegar a casa se deu conta, o afamado Príncipe, de uma inquietante questão. Decidiu então telefonar ao seu amigo para de novo voltar ao mesmo assunto.
P - Olha lá... quando eu te disse que a Cinderela usava cuecas fio dental... o que é que quiseste dizer com "eu sei"??
terça-feira, julho 19, 2005
Era uma vez...
A mãe que também era uma porca, claro está, no sentido literal da palavra e não no sentido literário segundo estranhas metáforas que o caro/a leitor/a possa estar a fazer, desconfiava bem do que tinha em casa. Até porque os 3 porquinhos “especiais” já andavam a rondar a meia-idade e nada de casar, arranjar namoradas nem nada do género. Ora a mãe porca, desgostosa por não vir a ter porquinhos normais em casa para estragar com mimos, decidiu que, antes de esticar o pernil, havia de arranjar maneira dos porcões armados em arruaçeiros seguissem com a vida deles, independentes da mãe, processo este que toda a gente sabe, ser muito doloroso e complicado para todos os ditos “especiais”.
Mandou-os pois a mãe à vida deles e eles, coitados, sentiram-se desgostosos e rejeitados. Armaram-se ainda mais em mauzões arroaçeiros na rua e em desconsolados chorões dentro de casa ou depois de umas quantas jolas a mais. Isto durou algum dia, até terem ouvido falar de um lobo mauzão que os queria comer.
Ora então, foi uma festa! Os três porquinhos “especiais” deram alas à imaginação a ver qual dos três conseguia ser o comido pelo tal lobo mauzão. Seguiram-se então uma série de peripécias que foram desde à construção de boites duvidosas onde só era permitida a entrada a “mauzões” para festas “de Homens exclusivamente” até shows de transformismo do mais alto/baixo nível.
Pois já se sabe que em todas as famílias há sempre uma ovelha negra, e esta não é excepção. Havia pois sim um dos porquinhos “especiais” que não queria ser “especial” e que não curtia da cena de ser gozado pelos outros. Os dois porquinhos mais velhos conseguiram o seu objectivo, lá foram os dois comidos pelo lobo. O terceiro porquinho “especial” foi ficando para trás. Em vez de participar na sociedade da boite duvidosa arranjou uma porca jeitosa que não lhe chateava muito a cabeça, numa noite de bebedeira enganou-se e lá lhe fez um filho.
A mãe porca confirmou as suas suspeitas em relação aos dois porquinhos “especiais” que haviam sido comidos pelo lobo, e ainda eram de vez em quando. Pelo lobo ou por outros lobos eventuais, enfim, andavam na “má vida”. Mas ficou contente a mãe porca, porque conseguiu ter os porquinhos netinhos com que sonhava há anos.
segunda-feira, julho 18, 2005
Prioridades
- Mas que ela não tem gosto nenhum não é surpresa. E além disso, sempre com a outra, tão mal arranjada.
- Exactamente! Quer dizer, o horário lá no emprego xpto até lhe deixa muito tempo livre, não é como nós, sempre numa azafama para trás e para a frente, ir buscar os miúdos da escola, levá-los para as actividades extra-curriculares, dar-lhes banho, arrumar a casa… porque isso de ter um horário das 9h00 às 5h00 até é bem mais confortável!
- Claro, e mesmo assim nem tem tempo para arranjar uns sofás que dêem com a saia da mesa. Só visto! E com tanto dinheiro, os sofás até são bons, mas que falta de gosto!
- Há coisas que o dinheiro não compra, não é?
Apaga o cigarro no cinzeiro já cheio, o café ainda vai a meio, é bebido devagar.
- E a outra, tanta coisa tanta coisa e vai no fim nem marido consegue arranjar!
- Ah Ah Ah! Precisamente, e vai dizendo que não, que ela é que não quer porque nem tempo tem para ela e que a maternidade não lhe diz nada…
- Mais uma que não desencalha!
Mais uma pausa na conversa, um olhar que se demora ao longe.
- E já viste? Coitada daquela… com 4 miúdos e agora ficou sem empregada! Não sei como é que vai fazer, ultimamente é tão complicado arranjar alguém de confiança…
- Olha, a minha agora veio com conversas que queria ser de novo aumenta.
- Andam todas na mesma. O pior é que depois ficam à conversa no talho umas com as outras para saber que regalias têm… parece uma combinação contra nós! Ambiciosas…
Chega-se o fim da tarde. Há que ir buscar os miúdos ao colégio, levá-los às actividades extra-curriculares e seguir na vida atribulada.
terça-feira, julho 12, 2005
Um terrível plano para conquistar o mundo
Pois a imprensa regional também têm os seus perigos, riscos, as suas ameaças. Eu que vo-los diga quando saímos de carro com um sol abrasador e 40 graus. Quando os ovos já deixaram de fritar instantaneamente na calçada para simplesmente passarem ao estado gasoso é quando começa a história que vivi e que aqui vou reproduzir para que toda a gente saiba as ameaças com que todos os dias jornalistas e o próprio mundo, se debatem numa tentativa desesperada de sobrevivência.
O cenário: as termas de XXXX (para bem da minha continuidade física não vou revelar nomes). Um barracão mal-amanhado onde as temperaturas exteriores se sentiam como frescas comparadas com o interior. Mas o pior meus amigos, o pior! Oh meu deus, cada vez que me lembro parece que o sinto de novo, o pior caros leitores, foi o cheiro. Aquele cheiro, oh céus, o cheiro. Ovos podres, putrefactos, um odor a inferno. Enxofre, para ser clara. Pois bem, o cheiro entranha-se, domina, inala-se até se perder metade da consciência, pega-se ao cabelo, às camisas, domina-nos, apodera-se da mente não deixando espaço a mais nada. Mas o pior ainda estava para vir.
O vilão: Reinante e imperador daquele sub-mundo no qual circulava gente de poucas vestes, aspecto de morto-vivos, gente que aclamadamente para esse lugar vai de livre e espontânea vontade e ainda pagando para isso. Bom, naquele antro donde é senhor (ou vice-presidente ou vogal), o vilão sabe que tem agentes químicos que vão cumprindo a sua função de atordoamento. O vilão dá-se por isso ao luxo de ter um aspecto pacato e até pacífico. Vê as suas pobres vítimas (a chefinha e eu) começarem a ceder ao cheiro, nas caras o nojo espelhado, a boca salivante, o pensamento turvo, cada vez mais turvo e o cheiro, oh céus, o cheiro! Esse cheiro potenciado pelo calor, esse cheiro entranhado em todo o lado, aquele cheiro! E o vilão espera enquanto as vítimas controlam o desespero, e o vilão aguarda pacientemente enquanto as vítimas aguentam só um pouco mais, e o vilão não tem pressa quando pressentem que as vítimas vão começar a espernear. O que faz o vilão nesta altura? O vilão é um génio do mal, o vilão fala e fala, atentamente, pausadamente, claramente, devagar, muito devagar. O vilão explica e re-explica, atenciosamente inquire se há perguntas, quer saber se se fez entender.
Corajosas as vítimas vão-se aguentando e ao fundo do túnel (ou melhor, do barracão mal-amanhado) aparece uma luzinha, ténue mas brilhante, sinal de esperança, a salvação está perto. Mas o vilão não se cala, há mais coisas interessantes para dizer, para mostrar, para apontar. Ás vezes desfaz-se em amabilidades para mostrar às vítimas como funciona este ou aquele equipamento. Demora-se e tarda-se no chamado “Duche Hemorroidal”, mostra como funciona uma retrete com um chuveiro lá dentro virado para cima. Mostra mas não demostra. E a saída cada vez mais perto. Caminhamos para lá, pausadamente, ao ritmo cadenciado pelo discurso cuidadosamente cadenciado. Tentamos aguentar as réstias de sanidade mental e física e chegamos finalmente ao quarto donde vinha a luz. Uma fonte. Uma fonte de água límpida e cristalina, uma fonte com janela ao fundo. E o vilão desfaz-se em amabilidades e é rasteiro, oh tão rasteiro e vil, tão manhoso e ardiloso… o vilão estende dois copos cheios do inocente líquido cristalino. Á nossa volta o cheiro putrefacto que nos invade, que já se tornou parte de nós, que se colou a braços e roupa deixando uma sensação pegajosa, colante. O vilão estende dois copos inocentes e fala, fala, fala. O vilão diz: “Ah… meras mortais contempladas com a graça dos deuses, é a vós e só a vós tristes e ingénuas pessoínhas que vou conceder a dádiva de levarem aos vossos pecadores lábios o néctar, o miraculoso néctar de águas sulfurosas sem vestígios de estreptococos, a pureza da verdadeira e miraculosa fonte da vida, mais do que diamantes em estado líquido! Um privilégio que não mereceis, uma ventura que vos concedo uma vez na vida para que espalheis a boa nova!”
E nós, ingénuas e inocentes, nós de mente turvada e pensamento pouco claro, eis que nós subjugadas nos deixamos levar pela promessa do fim do sofrimento. As bocas abrem-se sôfregas, a avidez de dar um golo que nos salve, o desejo veemente e o líquido que primeiro refresca… mas depois… depois percebemos o plano! Ah, não! Somos jornalistas, como o super-homem, como todos os super-heróis dos tempos modernos! O caso do Watergate não é nada comparado com este maléfico plano, do planeta de Kripton jamais virá tamanha ameaça!
O néctar de águas sulfurosas mais não é senão o cheiro em estado líquido, a putrefacção que se nos cola à pele que nos quer tomar o interior. Os nossos órgãos que se queria pútridos, decompostos para que nos tornássemos em cadáveres zombies de cheiro a enxofre, meros peões ao serviço daquele terrível plano.
Duas jornalistas frente a um vice-presidente de umas termas. Água sulfurosa. Vómitos na garganta. Mas ele sabe que tem o poder, ele sabe que paga publicidade. Um esgar de vitória dele quando duas jornalistas engolem com cara de nojo o líquido do mal. Mas não se escapa, no fim sai um “belhac”. Depois a fuga! Ele pergunta se não queremos almoçar mas o golpe acordou-nos para a vida de novo, o golpe não deu os seus frutos quando duas imparáveis e temerosas jornalistas descobrem o segredo escondido, encontram o plano malévolo. A fuga. Conseguimos, por pouco mas conseguimos!
Por favor caro leitor, assim que vir a nova “Frise de águas sulfurosas” ou “Frise de enxofre” ou ainda quem sabe “Frise sem estreptococos”… tenha medo, tenha muito medo!!
(E os meus parabéns se conseguiu chegar até ao fim desta leitura completamente narrativa e cem por cento fiel aos acontecimentos, que devido à importância do assunto teve que ser deste tamanho)
quinta-feira, julho 07, 2005
Hoje apetece-me divagar.
Estas divagações do muito escrever e do pouco dizer parece que me vão saindo fluídas até. Uma sorte para quem diz tão pouco de jeito quanto eu. Ao menos digo muito, uma mais valia. Quem sabe uma carreira política! Afinal, quem tem touca vai a roma! Quem sabe se depois de um futuro brilhantemente retorico na (t)arte política não vou escrever crónicas jornalísticas... era giro, afinal o bom filho à casa entorna. Mas se calhar não, acho que apesar de tudo não tenho muito feitio para gata borracheira, o que seria indispensável nos primeiros tempos. Perdão, para gata borracheira talvez até tenha, para gata borralheira é que não. De qualquer das maneiras vou guardar esta ideia em pente. Em mente, digo. Porque é sempre bom termos uma carta na tanga.
Cá em relação a ralações amorosas é que já se sabe, o costume, continuo livre e desentupida, com muito gosto. Ainda à procura de um princípe e o mal é que não aceito limitações. Imitações. Até lá vou cantando pelos cantos "Ninguém me ama, ninguém me quer, ninguém me chama de fecho eclair". Enquanto não aparece alguém para ser o ar que eu transpiro.
Enfim, voltando ao assunto dos últimos dias, working. Não me vou alongar mais neste assunto, primeiro porque toda a gente sabe que alongamentos são para aquecimento em ginástica e aqui tá um calor que parece que nos suicida. E segundo porque nesta profissão é importante que a nossa boca seja o cúmulo. Às vezes somos tão mal-tratados que só nos apetece fazer como os cães e pôr o nabo entre as pernas. Ou fazer lipo-inspirações, displantes de cabelo e usar lentes de contratos para ninguém nos reconhecer. Ou se calhar isto sou só eu a dizer mal por dizer porque como calculam, ainda não me aconteceu. E afinal de contas já lá vão... hum.... err... 4 grandiosos dias. Ainda não passei por nenhuma cegonha, é verdade.
Bom, grandioso está este post, grandioso = grande + vergonhoso. Portanto, se me dão licença, vou ali e já volto.
quarta-feira, julho 06, 2005
Isto de ser uma gaja trabalhadeira
"Veja lá que vem cá a ministra para pôr a primeira pedra no futuro museu."
"Òh senhor dótôr, mas o museu tá construído! Só precisa assim dumas remodelaçõezinhas. Não é no antigo hospital?"
"Oh bolas... poizé... nã faz mal, a ministra vem na mesma pôr a primeira pedra porque isso dá destaque e é importante e assim é que se fazem as coisas".
"Mas atão... como é que ela põe a primeira pedra?"
"Faça um buraco numa parede e ela depois enfia a primeira pedra nesse buraco. Tá resolvido".
E assim foi. Eu estive lá. A fazer de fotógrafa. Não é difícil, em 90 fotografias uma ou duas talvez possam ser aproveitadas.
Continuando, achava eu que a hipótese de vir a ser jornalista de imprensa estava fora do fogão, que era um assunto que estava morto e emperrado... mas afinal isto até é giro. E divertido. E a minha chefa é 5 estrelas. Parece que depois da tempestade do curso (que ainda não acabou) começa a vir a poupança. Esperança. A frança. (Se eu continuar assim vou ganhar o prémio de mais piadinhas secas numa só linha).
segunda-feira, julho 04, 2005
Por motivos de força maior
Porquê? Perguntam vocês em espasmos melo-dramáticos de soluços abafados. Ou nem perguntam, indiferentes ao meu esforço intelectual, humorístico e tantas vezes desesperado de acertar nas teclas certas para reproduzir a palavra precisa que vos acerta em cheio nesse músculo que parece um punho ensanguentado das dores e lutas da vida, das vossas vidas, o vosso coração. Onde é que eu ia? Ah, tenho tido que me ausentar. Porquê? Pois. Porquê, essa grande questão existencialista que nos ocupa mente e corpo em suspiros desesperados quando nas encruzilhadas da vida só se nos afiguram becos. (Geez, isto está-me a sair bem!!).
Hum... ausentar daqui. Porque... e agora vem uma revelação... decidi tornar-me uma mulher trabalhadeira!! Ah poizé. Ando a workar. Das 9h da matina às 19h da tardina. A bulir, all day long. E a fazer o quê? Aquele que sempre foi o meu sonho, a minha aspiração infantil, o bolo em cima da cereja, exactamente aquilo que neguei e reneguei ao meu professor de géneros: estou a fazer trabalho de jornalista. De imprensa. No famoso, internacional, conhecidissimo, tiradissimo (isto vem de grande tiragem), "Linhas de Elvas". Ou por outra, aqui. Quer dizer, não é bem ali, é na versão em papel. E como sou tão boa, dividem-me, ora escrevo e rabisco para o jornal, ora rabisco e escrevo para a revista "Ideias Mistas" que faz mais ou menos parte do jornal apesar de vendida àparte.
E esta, ehm?
sábado, julho 02, 2005
Experi�ncia
Trying work with blog jet… a ber bamos… t� a resultar? Est�o a ler o post? Est� on-line? ah, e posso meter smileys… naice!… Geez, e tem corrector ortogr�fico!!!
Olha que há coisas...
M - "Mas o blog não está a dar!! Não queres ver o que se passa?"
N - "Vejo depois, vou passear."
M - "Mas o blog não está a dar! Não te preocupa? Há gente que quer ir ao teu blog e não vai poder, há gente que o poderia encontrar e não vai encontrar! Como é que te podes ir embora assim??"
N - "Eu vejo quando voltar, não é grave."
M - "Mas como é que te podes ir embora assim? O meu blog tem muitos menos utilizadores do que o teu e se fosse comigo eu tava em pânico!"
N - "Eles esperam... não é falta de respeito pelos utilizadores mas é que há coisas mais importantes do que os blogs..."
M - "Tipo o quê??"
N -"Um passeio e uma bola de ténis. Vê lá se te vicias demais nisso dos blogs. Não é saudavel."
(Diálogo ontem às 6h da tarde quando o cão-blog do Nogui teve passado. N = Nogui, M = Mãe. E eu é que tou a precisar de ser internada como me disseram nos comentários? Poiz...)
quarta-feira, junho 29, 2005
A minha mãe
O que já não é natural é quando o meu cão tem um e-mai. Quando o meu cão está no hi5. Quando o meu cão cria um blog. Mas também, quem sou eu para dizer o que é natural ou não?
Já agora, Nogui, espero que te lembres que amanhã fazemos um mês juntos!
terça-feira, junho 28, 2005
Conversas
ele - ... e porque ainda para mais tu és super-decidida...
sr do café - O que vai ser?
Eu - quero um café.
Ele - Eu também. Mas curto, com uma pinga de leite e tenha cuidado para não ser queimado.
Ainda ele - porque sabes exactamente o que queres...
sr do café - Mais alguma coisa?
Eu - traga-me um chocolate sff.
sr do café - Qual?
Eu - Um qualquer, o que estiver mais à mão, tanto faz... um chocolate.
Ele - E ainda era mais uma torrada... bem torrada, com muita manteiga mas só de um lado.
Ele (continuando) - E nunca hesitas e vais sempre directa ao ponto... Eu sou um indeciso, nunca sei o que quero nem como quero...
Passamos para o supermercado, e ele a dar-lhe:
Ele - ah e tal, e depois fico a pesar os prós e os contras e nunca sei...
Pára, olha para os champôs. Sempre os champôs, cabelo seco, muito seco, oleoso, muito oleoso, mais oleoso ainda, pintado, por pintar, mais seco do que seco, encaracolado, liso, semi... Agarra o que quer e segue.
Ele - e é sempre tão complicado porque ou é uma coisa ou outra...
Detergentes, com alcool, sem alcool, com perfume, com odor, sem, cheiro disto, daquilo, do outro, para chão de tijoleira, de azuleijos claros, escuros, às manchas, com desenhos, para loiças de casa-de-banho, para loiças de cozinha, para pratos, tachos, panelas, frigideiras, taparueres, para vidros, para cristais, para superfícies vítreas... Ele nem pára, passa, agarra e segue.
Ele - E gostava de ser como tu, saber exactamente aquilo que quero!
Eu - Meu amigo, tu és muito muito mais decidido que eu!
Ele - Tás parva, também não precisas de me gozar.
Não te estava a gozar.
Fui cortar o cabelo...
domingo, junho 26, 2005
Vou de férias para
Geralmente este é dia de descobertas (estúpidas) porque eu não sou grande dona de casa. O ano passado descobri que aquela grade preta do fogão saía, para ele ser mais fácil de limpar. Foi giro. Inda achei que tinha partido aquilo, mas não. É de encaixe. O fogão... o fogão e eu. Temos uma relação gira. Eu não sou grande dona de casa mas vou-me safando. Desde que o assunto não seja o fogão. Este ano descobri outra coisa gira, as ceninhas que deitam fogo também saiem. E tão sujas, portanto saiem para serem limpas.
É... dia de descobertas!... Mas eu não desgosto do fogão. Quero dizer, não o odeio. Geralmente ele está lá, xugadito no seu canto. E eu no meu. O mal é que sempre que arranjo um namorado meto na cabeça que me tenho que dedicar mais à cozinha. Felizmente todos os meus namorados até à data se safam melhor do que eu. Infelizmente tentam ensinar-me. E claro, já se sabe que há que puxar pela cabeça nestas coisas. Então, arranjo namorado e começam as aventuras culinárias. E depois o fogão tem que ser limpo.
É giro, as ceninhas que deitam fogo saiem. E deitam muita coisa preta. E fiquei a saber porque é que não saia fogo por alguns buraquinhos, tavam entupidos. Já resolvi a coisa, fui enfiando um fósforo... pacientemente. Por cada buraquinho. Um a um. A cozinha já tá, agora falta o resto da casa.
sábado, junho 25, 2005
Ás vezes é possível
A nossa sociedade tem aquele "estigma" do progresso, da evolução, do "subir", desenvolver-se, chegar mais alto, mais longe, aquelas coisas. Portanto nem toda a gente percebe muito bem a cena do entrar numa coisa que não é suposto avançar. Então, quando a coisa acaba, vêem as palmadinhas nas costas.
Minha gente, há coisas que têm uma função a ser cumprida. Isso é o mais longe que tem que chegar. Depois siga pa bingo com outra coisa qualquer.
Também acho giro a concepção de mudança, reparem que tudo isto está interligado. As pessoas mudam e enfrentam a vida e fazem as mudanças todas que querem ou que conseguem, sentem-se a avançar, a andar em frente de cabeça erguida. Sentem-se umas lutadoras e umas heroínas. Mas reparem, só há necessidade de mudança quando alguma coisa falhou. Quando alguma coisa deu para o torto, não correu como esperado, fez cabum, poff, foi-se. E quando há mudança, não se "segue em frente", não se "avança". Mudança é ruptura, é quebra, é fim e começo portanto não é seguimento!
Cá eu não preciso de chegar longe, basta-me chegar onde quero.
sexta-feira, junho 24, 2005
quando adoptei um cão
quinta-feira, junho 23, 2005
Divaguei!..
Férias que são férias
ps - se alguém souber o nr de tlm do formador referido é favor avisar-me. Acho que preciso de umas formações particulares noutras àreas.